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Diga bom-dia aos pequenos-almoços libaneses no Cais do Sodré

Escrito por
Inês Garcia
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A base do pequeno-almoço libanês é um pão achatado, servido numa espécie de wrap, recheado, com especiarias e bons temperos. Fomos buscar o pequeno-almoço à nova padaria libanesa do Cais do Sodré e ficámos praticamente almoçados.

No Líbano, a massa para o markouk começa a ser feita muito cedo, ainda de madrugada, porque demora a levedar. Depois de amassada e bem esticada numa almofada redonda, é atirada para uma chapa metálica côncava, o saj, e fica a cozinhar por segundos – não pode queimar. Os libaneses preferem chegar à padaria e sobre o pão markouk espalhar a sua própria mistura caseira de za’atar, com tomilho e manjericão. Na Saj Bakery, na Rua do Arsenal, ali a meio caminho entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré, não dá para levar os próprios temperos ou ingredientes, mas há oito opções recheadas destas sanduíches mais típicas do pequeno-almoço libanês.

Manuel Manso

 A ideia de abrir uma padaria tipicamente libanesa partiu de Isabella Aquilina, nascida no Brasil mas filha de pais libaneses e casada com um libanês, e de Leonor Sousa Guedes, durante uma viagem a Beirute. Isabella já tinha uma padaria no Uruguai, portanto foi pegar nas suas raízes e escolher Lisboa para viver durante uma boa temporada. “Montámos o projecto em dois meses e a obra foi feita em duas semanas. Uma coisa bem flash”, diz na pequena loja, com um estilo industrial e minimalista, um balcão em metal verde seco e o saj bem à vista – na verdade, esta loja, sem lugares e só de grab&go, é popup. “Vamos ficar aqui três meses, depois o prédio entra em obras e mudamo-nos para a rua de trás, com uma padaria com o mesmo conceito mas maior, já com lugares sentados”, explica Leonor.

Manuel Manso

Conheceram Mona e Miriam, duas refugiadas sírias, através do festival TODOS, e convenceram-nas a integrar o projecto – são elas que fazem a massa, com farinha, levedura, água, sal e azeite; Miriam estica-a e passa-a para Mona, que comanda o saj, o forno que veio de avião do Líbano.

Manuel Manso

Há a sanduíche mais clássica, só com azeite e za’atar (4,50€) e depois as mais compostas. A Libanês, com labné, tomate, hortelã e za’atar (6€), a Cítrico com queijo shanklish, tomate, alface e raspas de limão (6,50€), a Picante, com hummus, molho de alho, pasta de sésamo, halloumi, alface, picles e tabasco (7€), a Verde, com espinafres, hortelã, maçã verde, pepino, hummus, molho de alho, sementes de gergelim e nozes (7,50€) ou a Queijo, com queijo flamengo, tomate, azeitonas e orégãos (6,50€).

Há ainda duas doces, uma com ricota, doce de figos e mel e pistáchio (4,50€), o fruto seco mais usado pelos libaneses, e uma not so typical e à qual Isabella ainda resistiu mas percebeu que tinha de acontecer, com nutella, bolacha e morangos – está, porém, num menu à parte, para fazer as crianças felizes.

Para beber, estão lá os ibrik, uns jarros de vidro, com água, e a bebida lemon mate, um sumo de limão biológico sem químicos e português. Em breve chega um chá frio.

Se preferir, pode comprar o pão para levar para casa e tratar dos seus próprios recheios.

Rua do Arsenal, 118 (Cais do Sodré). Seg-Dom 12.00-20.00.

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