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Teatro Cão Solteiro
Teatro Cão Solteiro

Cão Solteiro estreia primeira peça para a infância no Dia Mundial do Teatro

As coisas são da cor que nós quisermos. Será? Pense no assunto na companhia do Teatro Cão Solteiro.

Raquel Dias da Silva
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Raquel Dias da Silva
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As cores influenciam profundamente a forma como nos sentimos, como nos comportamos e até como pensamos o mundo. Mas cada um vê à sua maneira. É sobre esse fenómeno que fala Azul Vermelho Azul Manteiga, a primeira criação para a infância da companhia Cão Solteiro. A estreia está marcada para sábado, Dia Mundial do Teatro, no LU.CA e n’A Oficina, onde ficará disponível on demand até às 18.30 de domingo.

“Nunca pensámos fazer, muito menos neste formato, que não é teatro nem é cinema. Mais entusiasmadas do que as crianças, estamos nós”, partilha a actriz Paula Sá Nogueira, que co-dirige o colectivo desde 1997, juntamente com a irmã, a figurinista Mariana Sá Nogueira. “Não infantilizando, descobrimos que temos um sentido de humor meio absurdo, próximo do universo próprio dos miúdos. E é, tenho de confessar, porreiro.”

Criado a partir de textos do historiador Michel Pastoureau, do artista Josef Albers e do filósofo Ludwig Wittgenstein, o espectáculo – que é também um jogo e uma aula de física – convida a reflectir quer sobre a natureza das cores quer sobre a sua história atribulada. Afinal, a cor é, por um lado, uma impressão visual, produzida pela forma como a luz atinge a retina do nosso olho. E, por outro, uma construção social e cultural, que não só muda de época para época e de lugar para lugar, como nos ensina códigos, que seguimos sem dar por isso. Por exemplo, quando paramos porque o semáforo está vermelho ou quando saímos à rua mais agasalhados porque o céu nos parece cinzento.

Com um cenário minimalista, que se transforma através de filtros coloridos e do desenho de luz de Daniel Worm, o espectáculo conta com a participação de criadores como o cineasta André Godinho, o artista Vasco Araújo e o músico Filipe Sambado, dividindo-se em quatro episódios, realizados em diferentes espaços e formatos. “Há uma cena sobre as cores dos alimentos, que no teatro provavelmente nunca existiria” revela Paula, que contracena com Patrícia da Silva. “É filmada numa mesa, com uma pizza, que leva desde legumes a pasta dos dentes. Não recomendo a receita.”

De acesso gratuito, Azul Vermelho Azul Manteiga ficará disponível primeiro na programação online do LU.CA e de A Oficina. Depois poderá ser visto ou revisto no Teatro Municipal do Porto, entre 3 e 4 de Abril.

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