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Carrilho da Graça vai desenhar residência para artistas em Lisboa

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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A Câmara Municipal de Lisboa (CML) vai ceder os terrenos à associação Mansarda para a criação de uma residência artística que pretende aproximar gerações. Patrícia Vasconcelos é a mentora do projecto.

A nova sede da Mansarda, associação que junta inúmeros nomes de destaque da cena cultural portuguesa, foi inaugurada esta quinta-feira em Entrecampos. O objectivo último é fazer nascer uma residência para artistas com assinatura do arquitecto Carrilho da Graça.

São mais de duas dezenas os fundadores da Mansarda (nos quais se incluem notáveis como Camané, Miguel Guilherme, Jorge Salavisa, Rui Horta, Henrique Cayatte ou Pedro Wallenstein), uma associação que nasceu em 2014, mas que só agora ganhou uma sede a valer, na Rua Mário Cesariny, cortesia da Câmara Municipal de Lisboa.

Um grande passo que aguarda um grande salto: a criação de um espaço de artistas onde se cruzem diversas gerações e que inclua residências com alojamento temporário e permanente. O terreno será disponibilizado pela autarquia, mas ontem Fernando Medina acabou por não descortinar onde ficará localizada a estrutura que terá assinatura do galardoado arquitecto Carrilho da Graça, um dos voluntários da Mansarda.

Para o presidente da câmara, "o país fez muitas coisas incríveis nas últimas décadas, mas não cumprimos ainda com muita gente", referindo-se aos artistas e criativos portugueses cujas profissões precárias os expõem aos mais variados infortúnios. Medina lembrou a ideia de casar com a Mansarda um outro projecto chamado Casa do Publicitário. "Sentimos que apoiar um projecto desta natureza – solidária, colectiva, social, cívica – é para nós uma obrigação", afirmou, sublinhando uma "pequena frustração" por não poder anunciar para já quais os terrenos em causa.

"Quando a vida nos troca as voltas" é o slogan da Mansarda que tem como principal missão apoiar a comunidade artística através da criação de uma casa "onde artistas de várias áreas possam encontrar no mesmo espaço uma continuidade das suas profissões, das suas vidas activas, da sua formação", explica Patrícia Vasconcelos. "A Mansarda é fruto de ter parado e olhado com mais atenção para as pessoas que são os profissionais deste mundo que eu conheço bem, que é o mundo das artes criativas", lembrou a também fundadora da Academia Portuguesa de Cinema.

Já Carrilho da Graça espera poder explicar e mostrar o projecto assim que estejam reunidas as condições. Mas falou sobre o que imagina para já: “Quando a vida nos troca as voltas imagino que nos troca as voltas no bom sentido. No sentido do encontro. E imagino sempre esta casa como uma casa de encontro entre pessoas que têm vidas extraordinárias, que se encontram com outros, que constroem uma série de processos de actividade e de comunicação a partir deste pressuposto um pouco residencial”.

E apesar de não estar desenhado o projecto para o futuro espaço, que terá uma programação cultural regular, estão definidas algumas vontades. Como um auditório com 100 lugares, 80 quartos simples e duplos (40 para residência permanente), um restaurante de 40 lugares aberto ao público, uma sala de formação, uma sala de reabilitação e até uma horta biológica.

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