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Choclo
Francisco Romão Pereira

Choclo, um sítio para comer ceviche e sentir a Bica

A nova cevicheria da Bica nasceu de dois amores – o de Katharina Goyke e Matías de Araujo, um pelo outro, mas também pela comida peruana.

Teresa David
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Teresa David
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O ceviche é um prato principal, de sustento, com proteína, hidratos de carbono, vegetais e rico em vitaminas. É assim que é encarado em vários países da América do Sul, incluindo no Peru, onde é rei. Mas, segundo o chileno Matías de Araujo, o chef do novo Choclo – uma cevicheria na Bica que deve o nome a um dos muitos tipos de milho peruano –, não é isto que acontece regularmente na Europa. “Quando vim, em 2014, vi que o ceviche é considerado uma entrada”, comenta. Algo que a luso-alemã Katharina Goyke, mulher de Matías e parceira de negócio, corrobora. “O ceviche, na Europa, é muito fancy, é muito caro, e esse não é o conceito real do ceviche. O ceviche é uma coisa que se vê na rua, no Peru, no Chile, no México.” É seguro dizer, então, que desta cevicheria não se sai com fome nem se gasta uma nota preta. 

Choclo
Francisco Romão Pereira

Katharina, que no Choclo se esmera a receber os clientes – muitos deles sul-americanos – enquanto Matías se ocupa da cozinha, é formada em gestão de empresas, cresceu em Berlim, mas sempre quis viver em Lisboa. Por isso dizia a Matías, que então trabalhava na capital alemã: “Se quiseres casar comigo, temos de vir para Lisboa porque eu vou", conta. Dito e feito. À época, faltava só cumprir um outro sonho – o de abrirem um negócio juntos. Um restaurante de comida peruana foi uma escolha clara. “No Chile crescemos a comer comida peruana. São nossos vizinhos e partilhamos uma cultura, especialmente gastronómica. Desde que comecei neste mundo da gastronomia, em 2012, partilhei a cozinha com muitos chefs peruanos. Trabalhei depois em vários tipos de gastronomia – mediterrânea, chilena, francesa, espanhola –, mas o meu coração sempre ficou com o sabor peruano”, explica o chef.

Yuquitas a la huancaína
Francisco Romão Pereira

Do Peru trouxeram mais do que o ceviche e muitos dos ingredientes que o compõem. A barra cevichera (um exemplo da influência nipónica na América do Sul), com lugar para dez pessoas, é o centro da sala. “É geralmente uma ilha. Como no sushi, o chef está ali e tu sentas-te ao redor e vês como são feitas as coisas”, diz o chef. Apenas por uma questão de espaço não foi possível construir uma ilha completa. De resto, o país sul-americano está representado em detalhes na decoração, como nas almofadas coloridas nas cadeiras e num quadro pendurado na parede. A mesa à janela, de onde se vê o elevador da Bica a passar, os néons e as cerâmicas dão ao espaço uma vibe moderna e descontraída. Este é um sítio para locais e turistas, mas Katharina confessa que também quer “criar um espaço para os latinos, para estarem reunidos”, e por isso, além da luso-alemã, os funcionários são todos da América Latina. 

Choclo
Francisco Romão Pereira

O prato principal é, portanto, o ceviche peruano. Na ementa encontra-se o tradicional (10,90€), com peixe branco do dia (cortesia do Mercado da Ribeira, no Cais do Sodré), leite de tigre, milho peruano e batata doce; mas também algumas criações do chef, como o nikkei (15,90€), com toques asiáticos, e que leva atum, leite tigre yuzu-ponzu, alga wakame, feijão edamame, amendoim japonês e abacate. Ainda nos pratos principais encontra-se uma opção quente: um “arroz con mariscos a la norteña” (12,90€), uma espécie de arroz de marisco. Mas antes disso, vale a pena provar as entradas, como as yuquitas a la huancaína (5,90€), uma mandioca frita com molho caseiro de ají amarelo; a pulpo al olivo (7,90€), umas fatias de polvo, maionese de azeitonas botija, abacate e crackers; ou a causa de langostinos (8,90€), camadas de puré de batata, camarão, abacate, ají amarelo e lima. 

Choclo
Francisco Romão Pereiranikkei (15,90€)

“Quando um restaurante tem carne, tem peixe, tem hambúrgueres, tem pizza....eu perco-me. Prefiro focar-me numa coisa e fazê-la bem”, diz o chef Matías para justificar a carta focada no ceviche. Para beber há, claro, cocktails com pisco, como o já conhecido pisco sour (7,5€), mas também há boas opções para fugir ao álcool, como a chicha morada (3,50€), uma limonada caseira de milho roxo (outro tipo de milho peruano), especiarias e fruta. 

Rua da Bica de Duarte Belo 29 (Bica). Ter-Sáb 13.00-17.00, 18.00-23.00

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