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Cinzeiros ecológicos: adeus beatas, até depois

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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A guerra à beata está acesa e atirar o fim do cigarro para o chão dá multa. Mas há novos cinzeiros ecológicos na cidade.

Em Portugal são atiradas para o chão 7000 beatas por minuto. Muitas são arrastadas para as sarjetas e acabam nos rios e oceanos, demorando até 10 anos a decompor-se – mais do que os sacos de plástico ou as palhinhas – e libertando mais de 4000 substâncias nocivas para o meio ambiente. São estes os dados apresentados pela Junta de Freguesia de Santo António, que agora vai distribuir 200 cinzeiros de parede por espaços comerciais da cidade. A acção bem amiga do ambiente promete acelerar o processo de sensibilização para o problema e ajudar a evitar multas – 25€ a 250€ para cidadãos e 250€ a 1500€ para empresas.

“Porque o mar começa aqui, bem no coração de Lisboa” é o nome da iniciativa que, na passada quinta-feira, instalou o primeiro cinzeiro no início das escadas do Cinema São Jorge e que tem guardados, numa primeira fase, cerca de 500 cinzeiros de bolso para distribuir. Um número que pode aumentar assim que seja fechado um patrocínio.

Os cinzeiros de bolso
©Junta de Freguesia de Santo António

O material dos novos cinzeiros (quer os de parede, quer os de bolso) é ecológico: todos são fabricados manualmente em POLISIN, uma matéria-prima muito resistente de patente portuguesa criada a partir de plásticos acumulados em aterros e que não podem ser reciclados. É produzida pela empresa portuguesa Polinnovate (localizada em Pêro Pinheiro, Sintra) que se dedica a criar produtos de utilidade pública, como pilaretes com leds carregados a energia solar, abrigos para gatos ou os bancos onde se pode sentar na remodelada Praça de Campolide.

Esta foi a solução ideal para Vasco Morgado, presidente da Junta de Freguesia de Santo António, que com a ajuda da sua equipa (Filipa Mendes, coordenadora do Departamento de Limpeza Urbana, e Tiago Lopes, coordenador do Departamento Licenciamento) abraçou a economia circular. Ainda pensaram encomendar cinzeiros da China, por ser mais barato, mas o barato sai caro – neste caso ao ambiente. A poluição associada ao transporte e o desconhecimento das condições de trabalho afastou a equipa dessa ideia, acabando por apostar num produto local e bastante ecológico.

A previsão, “conservadora” para Vasco Morgado, é que este projecto poupe 200 mil beatas por mês aos rios e oceanos. Daqui para a frente, a Junta de Santo António vai levar à rua diversas acções de sensibilização direcionadas aos fumadores e continuar a identificar locais que estão mesmo a pedir a instalação de um cinzeiro de parede, mesmo que seja apenas a entrada para uma garagem.

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