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D. Maria II só reabre em 2025, mas passa os 50 anos da revolução em Lisboa

No próximo ano, a Odisseia Nacional continua a levar a programação pelo país. A digressão é pontuada por um regresso a Lisboa, na Primavera, para um ciclo dedicado ao 25 de Abril.

Escrito por
Beatriz Magalhães
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O Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII) só vai reabrir em 2025. As obras de recuperação no edifício do Rossio vão demorar mais do que o previsto, mas a programação artística, apesar de continuar fora de portas, regressa a Lisboa já no próximo ano. Vai acontecer durante quatro meses, com um ciclo dedicado aos 50 anos do 25 de Abril. A programação para 2024 foi apresentada esta quarta-feira no Estúdio 1 da Tobis Portuguesa.

“Pensava-se que a obra ia demorar 12 meses e que, portanto, o teatro encerraria apenas durante o ano de 2023, mas com o projecto de execução rapidamente percebemos que 12 meses não eram suficientes para executar a obra, que tem alguma complexidade técnica, e que seriam necessários 16 meses”, explicou presidente do Conselho de Administração, Rui Catarino, na apresentação. Assim, fica para 2025 a reabertura do TNDMII, e os ciclos de programação realizados em 2023 estendem-se até ao fim do próximo ano.

O projecto Odisseia Nacional, que desde Janeiro de 2023 tem levado a programação do teatro a vários concelhos do país, revelou-se uma ferramenta para democratizar o acesso à cultura e “ficou claro que seria um projecto que se independentizaria da abertura do teatro, a sua importância estratégica para a ação do TNDMII ultrapassa muito a data específica em que o teatro vai reabrir”, acrescentou o director artístico, Pedro Penim. 

Odisseia Nacional percorrerá então o país no próximo ano, numa parceria com 38 municípios, num programa dividido pelos mesmos cinco núcleos de 2023 – Peças, Actos, Frutos, Cenários e Nexos. A vontade de Penim é que o projecto, “quer seja com este nome, quer seja com outro formato, possa ser uma actividade estrutural do teatro”, tendo “necessariamente de conviver com a programação do edifício”. 

As “Peças” são os espectáculos. Arranca em 2024 com o ciclo Antecipar o Futuro, em Lagoa, de 11 a 14 de Janeiro. Pelo país, circulam depois As Castro, de Raquel Castro; A Farsa de Inês Pereira, de Pedro Penim a partir da obra de Gil Vicente; descobri-quê?, de Cátia Pinheiro, Dori Negro e José Nunes; e ainda Zoo Story, dirigido por Marco Paiva e com texto de Edward Albee. Casa Portuguesa, escrito e encenado por Pedro Penim, e Pérola sem rapariga, escrito por Djaimilia Pereira de Almeida e encenado por Zia Soares, também continuam em digressão nacional.

Nos “Actos”, pretende-se levar para 2024 espaços de encontro e reflexão sobre as prácticas artísticas participativas, como uma conferência ou o lançamento de uma publicação e de um documentário. Em várias regiões do continente e nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, realizam-se novos projectos artísticos participativos. “Frutos” apresenta projectos destinados a todos os níveis de ensino, enquanto os “Nexos” são ciclos de formação para profissionais de cultura. “Quem és tu? – Um teatro nacional a olhar para o país” é uma exposição com curadoria de Tiago Bartolomeu Costa que, entre 13 de Janeiro e 3 de Fevereiro, estará patente em Amarante e, entre 9 de Fevereiro e 2 de Março, em Barcelos. O Museu Nacional do Teatro e da Dança, em Lisboa, recebe a mostra de 6 de Junho a 29 de Dezembro. 

Abril abriu o teatro

Para comemorar os 50 anos do 25 de Abril, o TNDMII regressa a Lisboa com o ciclo Abril Abriu. Para o director artístico, o programa representa uma oportunidade de aproximar as gerações mais jovens dos ideais da Revolução de Abril, apresentando, entre Março e Julho, 17 projectos artísticos em instituições culturais e pelas ruas da cidade. 

As Areias do Imperador, de Victor de Oliveira, inicia o ciclo na Culturgest, entre 20 e 23 de Março; Quis saber quem sou, de Pedro Penim, revisita as canções da revolução e é apresentado no São Luiz, entre 20 e 28 de Abril; no Teatro Maria Matos, volta à cena em Lisboa, entre 9 de Maio e 7 de Julho, Casa Portuguesa; no MAAT, estreia-se 25 de Abril de 1974, de Jorge Andrade/mala voadora, entre 26 e 28 de Abril; no Teatro Romano, é apresentado A Paz é a Paz, da estrutura artística Umcoletivo, entre 19 e 20 e 26 e 28 de Abril, e entre 2 e 5 de Maio; no CCB, está em cena Batalha, de 18 a 21 de Abril, e Os Idiotas, de 28 a 30 de Junho, além das referidas descobri-quê?, de 8 a 12 de Maio, e Pérola sem rapariga, de 24 a 26 de Maio.

Mercado das Madrugadas, de Patrícia Portela, ocupa o Largo de São Domingos entre 9 e 12 de Maio. Pelas ruas da cidade há ainda Ensaio para uma cartografia, dirigido por Mónica Calle, a 14 e 15 de Junho; Luta Armada, da companhia Hotel Europa, de 4 a 14 de Abril; NORMA, de Diana Niepce, entre 11 e 14 de Julho; e Zénite, de Sílvio Vieira, entre 28 de Junho e 21 de Julho. O ciclo encerra, entre 25 e 28 de Julho, no Antigo Tribunal da Boa Hora, com Madrinhas de Guerra, com texto e direcção de Keli Freitas.

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