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Trinta anos, 560 páginas, uma história. Os Da Weasel em livro

‘Uma Página da História’, biografia oficial da banda de Almada, é lançada nesta quinta-feira no Lux. Um livro de grandes dimensões, assinado por Ana Ventura.

Hugo Torres
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Hugo Torres
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Os Da Weasel andam em modo auto-celebratório e as saudades que os fãs tinham deles eram tais que todos sem excepção os têm recebido de braços abertos. Viu-se no explosivo concerto que consumou o regresso aos palcos, 12 anos depois, no Nos Alive (considerado pela Time Out o melhor concerto de 2022, e bem, cof! cof! cof!). Viu-se no documentário ilustrado Da Weasel – Agora e Para Sempre, que o jornalista Bruno Martins assinou para a Antena 3, também no ano passado. E vê-se agora, numa altura em que a banda celebra 30 anos redondos sobre a fundação, em Almada, 1993, com a edição da sua biografia oficial.

Da Weasel: Uma Página da História é lançado nesta quinta-feira, 27 de Abril, no Lux. É um evento de acesso limitado, mas o livro já está nas livrarias e tanto a banda como a autora, a jornalista Ana Ventura, têm outras quatro datas agendadas para o apresentar de forma completamente aberta: a 3 de Maio na Fnac do Colombo, em Lisboa (18.30, com moderação de Ricardo Farinha); a 5 de Maio, na Fnac de Santa Catarina, no Porto (18.30, com moderação de Tito Couto); a 12 de Maio, na Fnac do Almada Fórum (19.00, com moderação de José Mariño); e a 6 de Junho, na Feira do Livro de Lisboa, no stand da Showtime Books, a editora da biografia (outra vez com com moderação de José Mariño).

Ana Ventura tem na sua bibliografia, também com o selo da Showtime Books, os dois volumes de À Minha Maneira, a “autobiografia” dos Xutos & Pontapés (de 2019 e 2020), e Magazino ao Vivo (2021), em co-autoria com o próprio DJ Magazino, ou Luís Miguel Vieira Costa, que morreu no final desse ano com leucemia. Os três livros foram escritos na primeira pessoa, tal como este Uma Página da História. À excepção das primeiras 20 páginas, em que Ana Ventura faz uma espécie de nota introdutória e depois um prólogo à volta do regresso no Nos Alive, são de Carlão, João Nobre, Quaresma, Guilherme, DJ Glue e Virgul as palavras com que se conta esta história ao longo de um total de 560 páginas.

Uma Página da História é um calhamaço. Resulta de 60 horas de entrevistas feitas entre Janeiro de 2022 e 25 de Janeiro de 2023, “um ano certo em que o gravador foi ligado, os encontros foram marcados, os medos foram sendo abandonados e a verdadeira alma da doninha foi sendo exposta, por entre gargalhadas e lágrimas, memórias de conquistas e dores de vida, com tanto de sucesso quanto de dúvidas, medos e ansiedades”, escreve a autora no prólogo. “Eu conhecia os músicos dos Da Weasel há mais de 20 anos, já os entrevistara antes, já nos cruzáramos vezes infindáveis. No entanto, acreditem, eu não [os] conhecia”, continua Ana Ventura. “Ao descobrir mais de cada um deles, compreendemos muito melhor a tal entidade lendária que é muito maior do que a soma das partes.”

Só os actuais elementos dos Da Weasel participam no livro (deixando de fora Armando Teixeira, João Fagulha e Yen Sung), mas o baixista e co-fundador João Nobre garante ainda assim que este é o trabalho mais revelador sobre eles alguma vez feito. “Nunca, em circunstância alguma, abrimos a janela da nossa toca de uma forma tão profunda como agora”, diz, no comentário escrito que acompanha o comunicado sobre o livro. Foi por isso, aliás, que desenhou a capa de Uma Página da História como uma “janela”, com um recorte em forma de doninha. “Pareceu-me a forma mais natural de convidar a espreitar, a observar, a participar nos momentos mais íntimos e reservados das nossas estórias.”

O título, Uma Página da História, é retirado de um dos temas de Re-Definições, o álbum de 2004 que os tornou num fenómeno de massas. Mas, depois de passar em revista as raízes e as primeiras influências dos músicos da banda, o livro vai inevitavelmente a More Than 30 Motherf***s (1993), Dou-lhe Com A Alma (1995), 3.º Capítulo (1997), Iniciação A Uma Vida Banal – O Manual (1999), Podes Fugir Mas Não Te Podes Esconder (2001) e a Amor, Escárnio e Maldizer (2007). Este, que foi o último disco de estúdio dos Da Weasel, foi também motivo para uma entrevista que foi capa da Blitz (quando o título ainda existia em papel). Quem a conduziu? Ana Ventura. “O resultado final, porém, não deixou nenhuma das partes satisfeitas” e agora esta foi a oportunidade para limpar essa memória.

O contrário do que a geração que cresceu com os Da Weasel espera deste livro: tudo o que querem é regressar aos lugares do passado em que estiveram, em que não estiveram e gostariam de ter estado, e aos lugares – ou melhor, aos “segredos” – em que nem sabiam que poderiam estar. Isso e voltar a vê-los ao vivo no Meo Marés Vivas, a 14 de Julho, em Vila Nova de Gaia. Mas para a época dos festivais ainda falta. O tempo agora é de leitura.

Da Weasel: Uma Página da História, de Ana Ventura. Showtime Books. 560pp. 21€

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