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Depois da ‘Liga da Justiça’, os fãs querem mudar o rumo dos filmes da DC

Além de sequelas da ‘Liga da Justiça de Zack Snyder’, há quem queira ver um Ayer Cut de ‘Esquadrão Suicida’. A CEO da Warner já veio dizer que não lhes vai fazer a vontade.

Luís Filipe Rodrigues
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Luís Filipe Rodrigues
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Uma das primeiras coisas que se aprendem na internet é que nunca se alimentam os trolls. Caso contrário, eles não nos largam mais. A Warner esqueceu-se dessa regra quando, depois de três anos e meio, cedeu à pressão em forma de hashtag e estreou o #snydercut da Liga da Justiça na quinta-feira, depois de três anos e meio de abusos online (e offline). Agora os trolls – perdão, os fãs – querem mais. #ReleaseTheAyerCut, escrevem uns; #RestoreTheSnyderVerse, exigem os outros.

Os hashtags começaram a ganhar tracção nos últimos dias. O primeiro, #ReleaseTheAyerCut, alude ao Esquadrão Suicida de David Ayer, estreado e justamente enxovalhado pela crítica em 2016. #RestoreTheSnyderVerse, por outro lado, é uma reacção mais ou menos previsível aos cliffhangers (e àquele sonho...) que se sucedem na última meia-hora do moroso filme de super-heróis de Zack Snyder. As hostes querem que a DC enterre mais dinheiro para completar a visão realizador.

Ann Sarnoff, CEO da WarnerMedia, já veio dizer que não lhes vai fazer a vontade. Numa entrevista à Variety, indicou que a Liga da Justiça de Zack Snyder completou a sua trilogia, e que está entusiasmada com o futuro das personagens, longe do realizador. Sobre o chamado Ayer Cut do Esquadrão Suicida foi ainda mais taxativa. “Não vamos mostrar a versão do David Ayer”, respondeu. O realizador reagiu à entrevista no Twitter com um “porquê?”, seguido de um emoji triste. 

Sem surpresas, os fãs reagiram a estas declarações aumentando o tom das suas exigências. Para muitos, o Ayer Cut do Esquadrão Suicida é análogo ao Snyder Cut da Liga da Justiça, no sentido em que as versões originais de ambos os filmes foram afectadas e obrigadas a adquirirem um tom mais ligeiro depois do falhanço de Batman v Super-Homem: O Despertar da Justiça, no início de 2016. Ayer foi forçado a filmar novas cenas, a cortar boa parte dos diálogos do Joker de Jared Leto, e até a colar ao seu filme uma sequência filmada por Snyder.

Mesmo assim, o filme que se estreou em 2016 era seu. Com muitos compromissos, mas seu – ao contrário da Liga da Justiça original. A restituição do Ayer Cut por que clamam os fãs não seria mais do que um director’s cut à moda antiga, e não tanto um filme novo como a Liga da Justiça de Zack Snyder. Remontá-lo e metê-lo na HBO também seria mais barato. Aos olhos da Warner, porém, é desnecessário. Apesar das más críticas, a longa-metragem foi um sucesso comercial, e rendeu mais dinheiro do que qualquer dos filmes de Snyder.

E o pior é que está prestes a estrear um reboot com um nome muito semelhante (The Suicide Squad, ou O Esquadrão Suicida) e um tom completamente diferente. Além disso, James Gunn, o realizador da nova fita, está a trabalhar num spin-off televisivo intitulado Peacemaker, centrado no personagem de John Cena no filme. A série deve estrear-se na HBO em 2022. No meio disto tudo, é natural que não haja espaço para a versão de Ayer. Até para não confundir os espectadores.

Por razões diferentes, também é pouco provável que a Warner e a DC gastem mais dinheiro com os filmes de Zack Snyder. Os resultados comerciais dos seus últimos dois projectos para a empresa ficaram aquém das expectativas, e é pouco provável que lhe dêem mais umas centenas de milhões de dólares para ver se é desta que os investimentos dão frutos. Mas nunca se sabe. Há dois ou três anos quase ninguém acreditava que alguma vez a DC fosse mostrar a Liga da Justiça de Zack Snyder

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