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Do Cirque du Soleil para o Chapitô

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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O Chapitô tem um novo director artístico que se junta a Teresa Ricou para armar a tenda.

Foi o primeiro português director artístico do Cirque du Soleil. Agora está de regresso e é o novo responsável pela área de criação e produção de espectáculos do Chapitô. Com ele trouxe uma mala cheia de argumentos, entre projectos, sonhos e vontade. Para Hugo Martins não há razão para Portugal não ter uma companhia com a dimensão do Cirque du Soleil e, passo a passo, sonha com um Chapitô reforçado para mais 40 anos de vida, os mesmos que comemora neste início de década. Foi em 1980 que Teresa Ricou lançou a primeira pedra daquela que viria a ser a maior casa de artes circenses em Portugal. Uma escola de circo, mas essencialmente um projecto de reinserção social para jovens. Agora, Hugo junta-se a Teresa para liderar um ambicioso projecto de reposicionamento do Chapitô que brevemente terá novas ofertas criativas

e verá as suas actividades reforçadas, dentro e fora do país. “Não vai ser amanhã, mas vai ter de ser”, diz o novo director, entusiasmado. “Fazem falta projectos como este. E ter uma parceira e mentora como a Teresa… o trabalho dela é admirável, estou muito motivado”, sublinha. A vida de Hugo Martins, hoje com 44 anos, dá pano para mangas, mas tentemos um resumo. Começou por fazer ginástica artística no Ginásio Clube Português. Depois foi em busca de um porto seguro, mas nas alturas. Tirou um curso de piloto de aviação, e aos 24 anos tornou-se comissário de bordo, antes de se aventurar ao comando de voos da TAP. Mas percebeu que não era esse o caminho. Desistiu e concorreu à Escola Superior de Dança. Nunca tinha dançado, mas a ginástica que lhe corre nas veias abriu-lhe a porta de um novo mundo, o do espectáculo. Acabou por não

terminar o curso, porque cedo fundou a companhia Lisboa Ballet Contemporâneo e depois a plataforma Lisboa Metropolitan Arts. Em 2016, tornou-se director artístico da equestre Companhia Cavalia, que acabou por ser a ponte para um grande capítulo da sua vida: o convite para ser o director artístico de Toruk, espectáculo do Cirque du Soleil. Regressado a Portugal, precisou de um ano sabático e as ideias começaram a fluir para o papel: “Desenhei esboços de imensas coisas destas, mas já estava feito. Era o Chapitô.” E acrescenta: “Não há razão para não se fazerem espectáculos com essa dimensão [do Cirque du Soleil] em Portugal. Não é uma questão de não termos matéria-prima. É ter coragem e ambição”, defende. Até ao final do ano promete a apresentação de um “grande espectáculo” que celebra os 40 anos do Chapitô e que terá uma surpresa em palco.

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