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Dolores Roach esteve 16 longos anos na prisão, após ter sido apanhada com uma grande quantidade de canábis no apartamento que partilhava com o namorado, entretanto desaparecido. Ao sair, volta ao bairro onde vivia em Nova Iorque para dar de caras com a gentrificação. Sem dinheiro, sem casa e sem família, um velho amigo deixa-a fazer massagens na cave da sua loja de empanadas. Um espaço que será também o palco de banhos de sangue que começam por uma questão de sobrevivência. Livremente inspirada na lenda de Sweeney Todd, esta é a história de The Horror of Dolores Roach, cujos oito episódios estreiam na Prime Video a 7 de Julho e que, antes de ser série, já foi uma peça de teatro e também um podcast.
Aaron Mark não é conhecido deste lado do Atlântico (pelo menos até agora), mas é autor de uma série de peças de teatro que estiveram em cena em Nova Iorque, no circuito off-Broadway. O tema do terror costuma estar presente nas suas criações, como na peça Empanada Loca (2015), a origem da história fictícia de Dolores Roach, criada por este dramaturgo norte-americano. Originalmente produzida pela LAByrinth Theater Company, teve como protagonista a actriz, bailarina e cantora Daphne Rubin-Vega, conhecida por ter interpretado Mimi Marquez no musical Rent, na Broadway. Três anos após a estreia em palco, Aaron Mark decidiu adaptar a peça a um podcast chamado The Horror of Dolores Roach, onde Rubin-Vega continuou a emprestar a voz à sanguinária Dolores. Mas as adaptações não terminaram por aqui e o próprio Mark adaptou a mensagem a outro meio: The Horror of Dolores Reach foi adaptada ao pequeno ecrã, mas desta vez quem veste a pele de Dolores é a actriz Justina Machado (Sete Palmos de Terra, Um Dia de Cada Vez). No entanto, Daphne Rubin-Vega faz parte da produção executiva da série.
O arranque do argumento da série dá umas voltas engraçadas. É que a primeira cena acontece na Broadway, com a estreia de uma peça de teatro chamada Dolores Roach, em que a actriz da vida real Jessica Pimentel faz da actriz da ficção Flora Frías, que, por sua vez, sobe ao palco para ser Dolores Roach. Numa peça que neste mundo fictício foi, ela própria, adaptada de um podcast do género true crime, sobre os crimes de Dolores. Ora, é nos bastidores desta peça da Broadway que a verdadeira e ameaçadora Dolores aparece para contar a Frías a sua verdadeira história, explicando que nem sempre foi a sociopata com sede de sangue que as pessoas imaginam. E assim começa a história de origem de Dolores Roach. Uma porto-riquenha que inicialmente vivia com o namorado Dominic em Washington Heights, um bairro nova-iorquino a norte de Manhattan.
Ambos se dedicam à venda ilegal de canábis, até que um dia a polícia entra no apartamento e apanha Dolores com uma grande quantidade de erva. Dominic desaparece e Dolores é condenada a 16 anos de prisão, pena agravada por ter agredido um dos agentes. Quando é libertada, só tem 200 dólares no bolso e um bilhete de comboio. Ruma a casa, mas a única coisa que se manteve igual foi a Empanada Loca, a loja de empanadas do seu amigo Luis (Alejandro Hernandez), que cede a cave para Dolores abrir um pequeno negócio de massagens, talento que desenvolveu nos anos em que esteve encarcerada. Uma oportunidade que depressa se irá transformar num filme de terror, já que este enredo bebeu inspiração da história de Sweeney Todd, o famoso barbeiro que assassina os clientes e entrega os cadáveres à sua parceira no crime, que os cozinha para fazer tartes. Uma lenda britânica e uma conhecida história de ficção que encontrou as suas primeiras páginas na série de livros The String of Pearls: A Domestic Romance (1846-47), publicações baratas de ficção e terror, conhecidas no Reino Unido como penny dreadfuls.
Prime Video. Estreia a 7 de Junho (T1)
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