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Duplex: a fábrica das artes com galeria, ateliês e loja pop-up na Graça

Escrito por
Francisca Dias Real
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Uma loja, uma galeria e um cowork artístico juntam-se num Duplex – é assim que a história começa, e a partir daí é simples. Já a chegar à Graça, onde a inclinação da Rua Angelina Vidal demove muitos caminhantes, uma antiga fábrica de móveis e cozinhas foi transformada num hub cultural com ateliês para artistas, um espaço para exposições e eventos, e duas lojas pop-up.

A Duplex nasce da cabeça da artista plástica Susana Rocha, que, depois de ter acabado o doutoramento em Belas Artes, perguntou a si mesma o que ia fazer a seguir. A resposta óbvia, na altura, era construir a sua própria residência artística num ateliê na cidade. Problema: procurou um espaço em Lisboa e a tarefa revelou-se inglória, pelo menos até tropeçar nesta antiga fábrica fechada desde 2006.

Duarte Drago

“Encontrei este sítio, que era maior do que aquilo que tinha previsto, e de um projecto individual rapidamente saltei para um sonho maior, que agora é bem real”, explica Susana. “Assim como eu, enquanto artista, tive dificuldade em encontrar um sítio para trabalhar, sei que mais artistas estão na mesma situação. Foi óbvio alargar o projecto para uma espécie de cowork artístico com ateliês”.

A ideia é também deitar abaixo as barreiras que existem entre o público e as instituições de arte contemporânea. “Espero conseguir criar uma relação de proximidade com as pessoas, porque nas instituições tradicionais de cidade há um certo elitismo, uma incapacidade de comunicar com o público”, considera.

Logo à entrada da Duplex há um espaço amplo com grandes janelas, que deixam entrar a luz natural, e que funciona como uma montra. Esta área inicial é dedicada a lojas pop-up. Até ao final do mês, é a Superbotânica, a loja de plantas sediada em Alcântara, que torna o espaço numa floresta tropical-urbana. Das monsteras deliciosas às begónias maculatas, com vaso ou sem ele, o negócio da clorofila é sério para estes lados.

Duarte Drago

As lojas vão entrando e saindo em formato pop-up, e a gerência está sempre à procura de novos conceitos, tanto para este espaço como para a "sala piscina", como Susana gosta de lhe chamar. Esta última, cuja arquitectura é semelhante à de um tanque, está à espera de receber um projecto que seja permanente “com pendor estético, cultural, com intervenção social, e ligada à nossa essência”.

Contiguamente ao hall de entrada, há uma mancha branca que pinta todo o open space do piso superior. É por aqui que se distribuem os dez ateliês que a Duplex tem para abrigar artistas – de fotógrafos a pintores –, sendo que o denominador comum será sempre a criatividade.

Susana segue um critério de selecção através dos currículos e portefólios de cada artista (hello@duplexair.com) e, apesar de não fechar portas a ninguém, confessa que “o ideal é já ter um percurso ligado às artes, uma vez que a Duplex quer ser uma plataforma de apoio profissional”.

Os ateliers disponíveis têm vários tamanhos adaptados às necessidades de cada artista que bata à porta desta casa. Osde15e16m2ficama160€,osde18 m2a180€eosde20a22m2rondamos 200€–seforocasodeserumaduplade artistas acresce à mensalidade mais 20€. As despesas estão incluídas, assim como o acesso a todas as áreas comuns.

“A vaga dos coworks em Lisboa não é nova, mas é tudo num regime mais sério e os artistas têm essa questão de precisarem de mais espaço”, explica. “É um trabalho muito solitário em ateliês fechados, mas depois também precisa de uma parte de partilha e de convívio para alavancar a criatividade – é o que nós queremos promover aqui”. Quando os residentes estiverem instalados, a ideia é que se promovam workshops, open days e actividades para o público.

Há ainda uma galeria, que acolhe até 7 de Dezembro uma exposição curada por Tiago Baptista, “Tu Não Viste Nada”, que trabalha o conceito de ruína e da memória que resta antes de o ser. Em 2020, a Duplex vai ter também residências internacionais. 

Rua Angelina Vidal, 31 C. Seg, Qua e Sex 12.00-17.00, Ter-Qui 12.00-16.00. 

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