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É assim que vai ficar a fachada do Betesga Hotel, na Praça da Figueira

No quarteirão onde mora a Confeitaria Nacional vai nascer um hotel de três estrelas que ainda está em licenciamento na Câmara de Lisboa.

Renata Lima Lobo
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Renata Lima Lobo
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Três estrelas, 73 quartos, três ruas e seis pisos (sem contar com cave e subcave). O futuro Hotel da Betesga vai ser construído no quarteirão compreendido entre a Praça da Figueira, Rua da Prata e Rua dos Correeiros, ali mesmo à saída da Rua da Betesga, a rua mais pequena da cidade que baptiza a futura unidade hoteleira.

A empresa promotora chama-se Rottshire e o projecto de arquitectura está entregue ao ateliê Metrourbe, que no seu portefólio tem projectos como o estrelado The Lumiares Hotel & Spa, no Bairro Alto, ou o futuro Museu Hotel Palácio, em construção na Rua da Junqueira, num palácio do século XVIII.

Para a construção do Betesga Hotel, será reabilitada a totalidade do edifício que inclui duas lojas históricas classificadas como Monumentos de Interesse Público, a Confeitaria Nacional e a Ourivesaria Barbosa & Esteves (encerrada), e também o restaurante Cervejaria Moderna, onde devem ser mantidos os elementos de Arte Nova, espaços cuja intervenção estará sob o escrutínio da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC).

“O projecto está em licenciamento na CML após ter sido aprovado previamente na DGPC e estamos a aguardar o desenvolvimento do mesmo”, explica o arquitecto João Pedras à Time Out, um dos fundadores do Metrourbe. No site do ateliê é feito um resumo da intervenção: “Procura-se fazer a manutenção de todas as fachadas e cobertura, com total reconfiguração da funcionalidade interior, mantendo, no entanto, os elementos caracterizadores da construção pombalina. Na fachada serão aplicados os azulejos tradicionais portugueses com desenho de composição da autoria do Arqº Daciano Costa, um projeto da Câmara Municipal de Lisboa para toda a praça da Figueira”. Azulejos que já podem ser vistos na fachada do “quarteirão da Suíça”, voltada para a Praça da Figueira.

Hotel Betesga
©MetrourbeEnquadramento da futura fachada na Praça da Figueira

A avaliação da DGPC incide apenas sobre alterações nas lojas referidas e não sobre todo o imóvel, salvaguardando a preservação de elementos da Confeitaria Nacional como “a caixa de escada, duas abóbadas de aresta, um arco abatido e o arranque de outros arcos de suporte de alvenarias, os panos de apanhar das chaminés das cozinhas, molduras de vãos em peças de cantaria maciça, simples e trabalhadas, tectos estucados, azulejos, ferragens e guardas metálicas”, cita o jornal Público que teve acesso ao processo.

A Confeitaria Nacional continuará autónoma, mas só no piso de entrada, onde será instalada uma nova área com lugares sentados, em jeito de sala de chá. O primeiro andar da Confeitaria será integrado no hotel e servirá de área para pequenos-almoços e restaurante, não se sabendo, para já, se esta área estará aberta a não-hóspedes. A recepção e o lobby de entrada do hotel ficarão voltados para a Praça da Figueira e todo o interior do edifício pombalino, construído entre 1762 e 1769, será demolido a partir do segundo andar, de forma a adaptar as actuais habitações a quartos.

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