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Pedro FigueiredoPeça "Pele".

Fechado para obras em 2023, o D. Maria II vai andar por aí. Primeiro no Porto

A programação do Teatro Nacional D. Maria II espraia-se por todo o país. ‘Casa Portuguesa’ dá início ao ano de itinerância, que vai chegar a 93 concelhos.

Joana Moreira
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Joana Moreira
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Já se sabia que o Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII) ia fechar no próximo ano, mas que nem por isso a sua programação ficaria "congelada". Pelo contrário, iria "adquirir um dinamismo e alcance nacional inédito”, nas palavras do seu director artístico, Pedro Penim. A Odisseia Nacional, idealizada por este e anunciada há quase um ano, foi revelada esta quarta-feira e mostra um programa que promete chegar a 93 concelhos.  

O princípio, como frisou esta terça-feira Pedro Penim na apresentação desta temporada fora de portas é, "simbolicamente, no teatro irmão". Casa Portuguesa, a primeira obra de Penim enquanto director artístico do TNDMII, mostra-se em Janeiro no Teatro Nacional de São João, no Porto, dando o arranque a uma operação de itinerância assente em cinco eixos: peças, projectos de criação e lançamentos de livros que viajarão pelo país; novos projectos criados por estruturas artísticas locais "que pretendem valorizar o tecido cultural nacional e promover práticas cívicas junto das comunidades"; um programa dedicado ao universo escolar; fóruns de discussão e pensamento, um a cada trimestre, em Guimarães, Torres Vedras e Loulé; e ciclos de formação e capacitação.

Com esta Odisseia a começar no Porto, o D. Maria II ficará pelo Norte até Março, segue para o Centro de Abril a Junho, passa pelos Açores em Julho, chega à Madeira em Setembro e ocupa o Alentejo e o Algarve entre Outubro e Dezembro. 

Ao longo de todo o ano, a Odisseia Nacional vai fazer viajar a exposição "Quem És Tu? – O Teatro Nacional, a Ditadura e a Democracia", comissariada por Tiago Bartolomeu Costa e desenvolvida em parceria com a Comissão Comemorativa dos 50 Anos do 25 de Abril e o Museu Nacional do Teatro e da Dança. A mostra, que inclui trajes, objectos de cena e imprensa da época, depois de correr o país, chegará ao Museu do Teatro e da Dança, em Lisboa, em 2024. 

Viana do Castelo é a única capital de distrito que não acolherá a Odisseia. Tratando-se de um esforço para mostrar que "o país é toda a gente", Rui Catarino, desde Julho na presidência do TNDMII, lamenta que a autarquia minhota tenha optado por ficar à margem deste périplo teatral. "Temos 308 concelhos no país e seria fisicamente impossível abranger todos eles", disse aos jornalistas após a apresentação da temporada. Daí o foco nas principais cidades de cada distrito. Mas a ideia não colheu em Viana. "O executivo municipal entendeu que não queria aderir a este projecto e respeitamos. Obviamente, estranhamos, mas respeitamos". 

Festivais em pausa

De fora da programação para 2023 ficam os festivais que habitualmente passam pelas salas do TNDMII, como o Festival de Teatro de Almada, o Alkantara Festival ou a BoCA. Questionado pela Time Out, Pedro Penim esclareceu que, por se tratarem de "festivais de Lisboa", estas ligações ficam momentaneamente em suspenso. "Combinámos e pedimos esse tempo para depois nos podermos voltar a apaixonar", disse. "Teremos muito tempo para voltar a encadear esse género de relações", acrescenta.

Mantém-se, ainda assim, o FIMFA Lx – Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas, "porque é um espectáculo que permite essa abertura", justifica Penim, e o Festival Panos, que será apresentado em Ílhavo e que, sendo "um projecto bastante ambicioso", é "possível de se transportar, já que a maior parte dos grupos que estão no festival nem são de Lisboa". 

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