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Festival Iminente: ruptura em colector provoca esgoto a céu aberto em Monsanto

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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É esta a resposta da Câmara Municipal de Lisboa e da organização do Iminente ao vídeo de um ciclista que acusou o festival de fazer sucessivas descargas de resíduos no Parque Florestal de Monsanto.

O vídeo partilhado este domingo na página pessoal de Facebook do ciclista Frederico Nunes já não está disponível para pessoas fora da sua rede de amizades, mas o assunto tem marcado a navegação online nesta segunda-feira. Falamos de um vídeo de cerca de três minutos em que o ciclista denuncia um “esgoto a céu aberto” em Monsanto, nas imediações das ruínas do restaurante Panorâmico, onde este fim-de-semana decorreu o Festival Iminente. Frederico Nunes responsabilizava a organização.

“Vou mostrar-vos uma cena que tem muito pouca piada. Os senhores estão, pura e simplesmente, a fazer as descargas dos esgotos, penso que das casas de banho e de algum lixo”, começa o ciclista por dizer no vídeo. O que que se via era uma área verde invadida por uma espécie de lama cinzenta. Frederico Nunes começou por pensar ser cimento. “Está um puto cheiro que a vocês não vos passa pela cabeça”, acrescentava, revoltado, com música de fundo vinda do festival que conta com a curadoria de Vhils e da plataforma Underdogs, um evento co-organizado pela Câmara Municipal de Lisboa (CML).

Esta segunda-feira, a Câmara Municipal de Lisboa publicou um esclarecimento, no qual avança que “foi detectada ontem [domingo], cerca das 14h, a existência de uma ruptura num colector público, com a presença de resíduos e de um forte odor junto da encosta circundante ao parque de estacionamento”. Segundo o município, nesse mesmo dia uma equipa da CML iniciou “procedimentos para limpar o terreno através da remoção das terras afectadas, que se encontram numa zona de difícil acesso, garantido que não há qualquer impregnação e contaminação do solo”. Quanto às casas de banho utilizadas pelo Festival Iminente, adianta que “são respeitadoras das mais elevadas normas ambientais, certificadas pela CML”.

Também a organização do festival divulgou um comunicado, através do qual lamenta o sucedido e esclarece que “cumpriu rigorosamente todas as diligências, em sintonia com os órgãos da Câmara Municipal de Lisboa, mais especificamente os seus departamentos de ambiente e saneamento, para que todo o ecossistema fosse respeitado e as regras de funcionamento e de descargas cumpridas”. O comunicado está em sintonia com o da CML, apontando também para uma ruptura no “colector público da estrutura da conduta de esgoto na zona exterior do festival”. A organização acrescenta que entrou em contacto com uma empresa que está no local a fazer aspiração e limpeza dos terrenos.

©Festival Iminente

Tentámos falar com Frederico Nunes via Facebook, mas a única resposta que obtivemos foi de que já leu o comunicado da Câmara Municipal de Lisboa, sem acrescentar mais, a não ser uma nova publicação na sua página de Facebook: “Por razões que se prendem com a minha recente denúncia, e por forma a proteger a minha integridade física e os demais que amo, vi-me forçado a tornar o meu perfil 'Privado'.... Estou pouco habituado a receber ameaças e desejos de morte…”.

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