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Go A Lisboa
Francisco Romão Pereira

Go a Lisboa: o miradouro da Casa de Goa reabriu com uma vida que nunca teve

O espaço privilegiado em Alcântara é agora um restaurante e bar cheio de vida. Promete ser uma das grandes novidades deste Verão.

Cláudia Lima Carvalho
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Cláudia Lima Carvalho
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Terraço para uns, rooftop para outros, um espaço de descontração com boa comida e bons cocktails para todos. E uma história de amor e encantamento, igual a tantas outras que tem trazido para Lisboa um mundo de pessoas novas com vontade de fazer coisas, quase sempre novos negócios. No terraço cheio de potencial da Casa de Goa, em Alcântara, Annabel Grima e Yulian Patzelt viram a oportunidade de mudar de vida. Com mais três sócios, abriram o Go A Lisboa, um restaurante, um bar, um espaço de aulas de yoga, uma sala de estar, de cinema ou de concertos, um cowork e o que qualquer um queira que seja. 

Go A Lisboa
Francisco Romão Pereira

“Somos a casa longe de casa”, diz Yulian Patzelt mais do que uma vez, não se referindo apenas à comunidade crescente de estrangeiros em Portugal, comumente intitulados de expats, como também aos locais. “É o nosso presente para Lisboa, um oásis verde para os lisboetas e para os clientes internacionais que nos visitam”, diz o alemão com ascendência chilena. Foi há cerca de três anos que, com Annabel Grima, nascida no Reino Unido, mas uma vida passada em Malta, Lisboa se tornou casa. O bom tempo e a proximidade sentida num mais pequeno que a Alemanha, onde viviam, conquistou-os. “Eu cresci com sol e praia sempre perto, convívios à mesa. Portugal também é assim”, aponta Annabel, que assina os kimonos que toda a equipa veste. À entrada do espaço, há mesmo uma concept store (Go A Lisboa Store), onde é possível comprar algumas das criações de Annabel, bem como chapéus da marca Teddy Hats, do alemão Timo Bueder, sócio do casal – os outros sócios são o brasileiro Felipe Di Cunto e o português Francisco Reis. 

Go a Lisboa, Go A Lisboa Store
Francisco Romão Pereira

A Casa de Goa foi descoberta por um dos sócios, atento a concursos públicos. “Decidimos o que queríamos fazer e se calhar até nos superámos, mas um sítio como este só se encontra uma vez na vida. Ou fazemos bem ou não fazemos”, conta Yulian. 

O mais provável é que meia cidade nem saiba da existência deste miradouro – sim, é realmente um miradouro, é assim que está na planta da Casa de Goa, que continua a existir numa parte do edifício. As vidas por aqui já foram muitas, quase sempre focadas no piso inferior, onde diferentes restaurantes foram tentando reinventar o espaço, nenhum como o Go A Lisboa. “Nos últimos anos, isto sempre esteve mais focado em baixo do que em cima. Nós fizemos exactamente o contrário”, gaba-se Yulian. 

Go A Lisboa
Francisco Romão Pereira

E percebe-se porquê: é no exterior que está o potencial. E da rua nem se suspeita. A vista para a Ponte 25 de Abril e uma nesga de rio compõe o cenário, que se divide entre uma parte de mesas baixas em mármore com sofás e pufes, e outra coberta de relva com degraus transformados em lugares sentados e outras tantas mesas baixas. No meio, há duas redes enormes que tanto servem para relaxar como para fazer as delícias dos miúdos que as transformam em trampolins. Há ainda uma outra esplanada e uma mesa com nove metros – “Onde é que vais em Lisboa se fores um grupo de 30 ou 40? É difícil, mas aqui temos esta mesa”. Neste momento, há cerca de 200 lugares, mas correndo bem a capacidade pode dobrar. 

Go A Lisboa
Francisco Romão Pereira

“Começámos com 140 lugares e agora vamos adicionado mais. Já temos a consistência no bar e na cozinha, mas óbvio que o espaço é grande, leva tempo a ter tudo certo”, explica o responsável com a certeza de que este “é o tamanho bom para se manter a qualidade sem tentar maximizar o espaço”. “É muito importante para nós tornar o Go A Lisboa o mais sustentável possível, usamos o máximo possível de produtos portugueses”, acrescenta, revelando, por exemplo, que o mármore das mesas e que cobre o balcão veio de Vila Viçosa, o algodão orgânico das almofadas de Coimbra. “É um projecto com muita paixão. Somos um rooftop com entretenimento para todo o dia e queremos estar abertos para toda a gente, seja para trabalhar daqui, para tomar um café, um chá ou um cocktail. É possível ter experiências bem diferentes”, acredita Yulian.

Go a Lisboa
Francisco Romão PereiraChamuças de carne

Por agora, as manhãs são dedicadas ao yoga, com as aulas a serem anunciadas no site, onde se faz a marcação. O restaurante abre pouco depois, chefiado por Inga Martin. Há opções de brunch (entre as 10.00 e as 16.00), mas também uma carta de restaurantes, não muito longa, uma vez que a ideia é ir alterando alguns pratos de acordo com a estação. “Temos uma mulher na cozinha e um mix interessante na comida, há sabores de Portugal, mas também internacionais”, diz Yulian, destacando “o tributo a Goa, já que estamos na Casa de Goa”. 

Go A Lisboa
Francisco Romão Pereira / Time OutCamarão salteado, molho de laranja, tomilho e erva-príncipe

Para não fugir à história nem defraudar ninguém, Inga Martin mergulhou e aprendeu algumas receitas goesas com quem as melhor conhece, goeses indicados pela Casa de Goa. Há chamuças de carne (3€), caril de camarão com coco e especiarias (18€), chacuti de frango (14€) e dourada recheada com especiarias (16€). Já da autoria da chef, há entradas como camarão salteado, molho de laranja, tomilho e erva-príncipe (11€) ou croquetes de sapateira, maionese japonesa de citrinos (4€). Nos pratos principais, há duas opções de peixe: polvo, harissa, hummus de beterraba, salada de pepino, coentros e hortelã (22€) e atum fresco, salada de manga e coco, chips de batata-doce (20€). E duas de carne: entrecôte maturado, rabanete e batatinha nova com azeite de alho e alecrim (24€) e barriga de porco em sous-vide, beurre blanc, espargos, cebolete e batatinha nova com azeite de alho e alecrim (18). Não faltam também opções vegetarias como as bowls de couscous, edamame, beterraba e vinagrete de limão (6€) ou de cevada, pesto, parmesão e tomate semi-seco (8,50€), às quais é sempre possível adicionar atum fresco ou ovo escalfado (3,50€). 

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Francisco Romão PereiraEntrecôte maturado, rabanete e batatinha nova com azeite de alho e alecrim

Mais páginas tem a carta de bebidas e não é por acaso. É uma aposta que Yulian espera vir a dar frutos muito em breve. Há diferentes sangrias – a de espumante, vodka, maracujá e menta (22€) sabe bem nos dias quentes –, cervejas e sidras, mas é nos cocktails que o Go A Lisboa quer dar que falar. “As bebidas são feitas em casa. Temos dois chefs de bar incríveis, o Lucas [Laranjo Jaques] e o Bruno [Brito]. E como é que os conseguimos? Dissemos-lhes que tínhamos um laboratório de mixologia à espera”, revela o alemão. “Criámos vários cocktails em casa com técnicas especiais e infusões.” O one in a melon (10€), feito com rum branco, rum escuro, melância, água com gás e picolé de melância, é disso exemplo, tal como o smoked pesto kindof (9€), com mezcal, cordial pepino, manjericão e cajú orgeat (9€). “Neste momento, já temos outras casas que nos compram os cocktails. Estamos a crescer e queremos abrir para a rua onde podes ver como produzimos. A ideia também é ter cocktails to go”, explica.

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Francisco Romão Pereira

A magia acontece precisamente no andar de baixo, onde há ainda espaço para mais um restaurante ou outra coisa qualquer. “Isso é a fase dois, para depois do Verão. Já chega de obras”, ri-se Yulian. “Ainda temos de decidir o que vamos fazer. Um bar realmente bom, um fine dining, um sítio para festas. Há várias opções.” Cada coisa a seu tempo, por agora é preciso aproveitar o Verão. 

Calçada do Livramento, 17 (Alcântara). 91 298 7163. Dom-Ter 10.00-01.00, Qua-Qui 10.00-02.00, Sex-Sáb 10.00-03.00

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