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Televisão, Séries, Drama, I May Destroy You (2020)
©DRMichaela Coel em I May Destroy You

‘I May Destroy You’: a série de Michaela Coel sobre o consentimento

HBO estreia nesta segunda-feira o sucessor criativo de ‘Pastilha Elástica’. Uma mulher livre não é uma mulher sem limites.

Hugo Torres
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Hugo Torres
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Michaela Coel, a talentosa actriz e argumentista de Pastilha Elástica (Netflix), a sitcom obcecada por sexo com que ganhou dois prémios Bafta em 2016, está de volta à intimidade – mas desta vez numa série dramática que gira em torno do consentimento e da violação.

I May Destroy You começa em Itália, onde a protagonista, Arabella, uma jovem autora e candidata a voz da sua geração, se despede do namorado (se estivéssemos a rotular...) para viajar para casa, em Londres. Aí, esperam-na os seus agentes literários, desesperados por um manuscrito, um rascunho, uma ideia que seja, para cumprirem um prazo que termina no dia seguinte; os seus amigos festeiros; e a absorvente e agitada noite da capital inglesa. Arabella compromete-se a trabalhar madrugada fora, escrever, escrever, escrever. Fecha-se no escritório. Vai cumprir. Até que um telefonema a deixa inquieta: é o canto da sereia, um convite para ir beber um copo, have some fun. Ela debate-se, mas acaba por sucumbir. Põe o relógio em contagem descrescente – uma hora – e sai. Exagera no álcool, abusa nas drogas. Perde-se. Quando volta à tona, tem um corte na testa de que nem se apercebe, o ecrã do telemóvel está partido. Não se lembra das últimas horas, está confusa. Por fim, é assaltada por uma imagem que lhe parece fruto da sua imaginação: um homem em cima de si numa casa de banho pública.

Coel protagoniza, escreve, produz e co-realiza I May Destroy You e, logo no primeiro dos 12 episódios, confronta-nos com o mais insidioso dos preconceitos de que são alvo as vítimas de violência sexual: que culpa parcial carregam elas no crime? Eis uma mulher livre, estouvada mas emancipada, de cabelo tingido de cor-de-rosa, divertida, consumidora de intoxicantes vários e socialmente ágil entre homens. Se estiver no limite da consciência, o consentimento para o sexo é garantido por omissão? Arabella vai debater-se por unir os pontos daquela noite, o que a levará a conhecer-se melhor, numa busca de Coel pela tridimensionalidade destas mulheres. Terry (Weruche Opia) e Kwame (Paapa Essiedu) vão adicionar camadas ao problema.

HBO. Seg (estreia T1).

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