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Judeline talento femenino Carnaval de Bahidorá 2024
Foto: Cortesía Primavera Sound

Judeline é uma das grandes promessas da música espanhola. Estreia-se agora em Lisboa

O nome da cantora está nas bocas do mundo. Dizem que vai ser a próxima grande cena. Esta sexta-feira, 12, estreia-se ao vivo no Musicbox.

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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Judeline ainda não lançou o primeiro álbum, mas há cada vez mais gente convencida de que vai ser a próxima grande cena. Há uma semana, um dos maiores cantores de reggaetón, J Balvin, anunciou que ela ia acompanhá-lo e actuar nas primeiras partes da sua próxima digressão, que passa a 1 de Junho pelo Passeio Marítimo de Algés. No ano passado, Tainy, o super-produtor responsável pela reinvenção e o actual vigor do reggaetón e das músicas urbanas latinas, convidou-a para cantar em DATA, o primeiro álbum em nome próprio dele e um dos melhores de 2023. Pelo meio, a editora multinacional Interscope, da Universal, contratou-a e prepara-se para lançar o seu primeiro disco. E vamos ouvir as novas canções em primeira mão esta sexta-feira, 12, no Musicbox.

Pedro Azevedo, o programador da sala do Cais do Sodré, é um dos convertidos. Atento há mais de uma década às mutações das músicas latinas, foi o primeiro a trazer a Portugal artistas espanhóis como C. Tangana, Bad Gyal ou, mais recente, Ralphie Choo – com quem Judeline partilha múltiplas referências. A jovem cantora, com 21 anos feitos já em Janeiro, é uma das suas grandes apostas para este semestre. Anda há meses a alertar para este concerto, porque acredita que vamos ouvir falar muito dela nos próximos anos. Aqui ao lado, há quem a compare a Rosalía, uma admiradora confessa do primeiro EP da andaluza, de la luz (2022). Apesar de útil, esta comparação é injusta, porque a inferioriza e, ao mesmo tempo, coloca um peso demasiado grande sobre os seus ombros.

No seu mais recente single, partilhado esta quarta-feira em antecipação do muito aguardado primeiro álbum, a editar ainda este ano pela Interscope, Judeline colaborou com um rol de produtores que inclui, entre outros nomes, o norte-americano Rob Bisel, que este ano venceu um Grammy pelo seu trabalho com SZA, no álbum SOS. Mangata é uma música sedutora que se aventura pelo house, mas é assombrada pelo folclore venezuelano. Noutras canções, ora se aproxima do r&b e do indie-pop, ora se deixa contaminar pelo flamenco e pelas músicas do Magrebe. O trap e o reggaetón também servem como pontos cardeais.

Pode parecer uma salganhada, mas ela encara esta variedade com absoluta naturalidade. Filha de um imigrante da Venezuela e de uma espanhola, “quando era mais nova, ouvia aquilo que os pais escutavam, desde música tradicional venezuelana aos êxitos da época”, conta. “Sempre tive muitos estímulos musicais, também das divas da pop e até cantoras brasileiras como a Gal Costa, além da música da minha terra”, a Andaluzia. Já na adolescência, começou a prestar atenção à música que os colegas da escola ouviam. “Seria uma ave rara se não escutasse os meus contemporâneos. Sempre me interessou o que se fazia à minha volta. Sou muito curiosa”, acrescenta.

Tentamos aprofundar e perceber ao certo o que a influenciou, mas não vai na conversa. Custa-lhe definir a música que canta e reduzi-la a um género ou estilo musical. Diz só que é “cinematográfica” e aponta que, “com o passar dos anos, as barreiras [que separam os géneros musicais] começam a desmoronar-se e acaba por se misturar tudo.” Desmoronar barreiras também é o que ela faz. E o que fazem muitos dos seus pares, como Ralphie Choo e o resto do colectivo RUSIAIDK, ou precursores imediatos como Rosalía, C. Tangana e, do outro lado do Atlântico, Tainy. Este último ouviu falar dela por um amigo em comum. “Foi através do [rapper porto-riquenho] Alvarito Díaz com quem tenho trabalhado. E forjou-se uma colaboração para o seu álbum que me ajudou a chegar a um público mais vasto.” Esta sexta-feira, no Musicbox, vai continuar a aumentar o seu alcance.

Musicbox. 12 Abr (Sex). 22.00. 16,5€

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