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©Manuel MansoDeejay Kamala

MAD: alguém tem de salvar os DJs

Lembra-se da música “Last Night A DJ Saved My Life”? Agora os papéis invertem-se. Deejay Kamala criou o streaming solidário MAD – Make A Difference, para ajudar DJs menos conhecidos em tempos de crise. Falámos com ele sobre a “bola de neve negativa” nos bares e discotecas.

Escrito por
Clara Silva
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“Se for necessário iremos passar um Verão sem bares e discotecas.” As palavras são do primeiro-ministro António Costa, numa entrevista de Maio à TSF, e vieram desanimar mais ainda o sector. “Está toda a gente sem saber muito bem o que vai acontecer”, confirma Deejay Kamala, responsável por três espaços nocturnos em Lisboa (Rive-Rouge, no Time Out Market, Bosq e Radio Hotel).

“Compreendo toda a situação e as decisões que têm de tomar, mas choca-me que o Governo não tome uma posição em relação ao nosso sector. É diferente sabermos que vamos abrir daqui a 15 dias ou sabermos que vamos estar fechados mais três ou quatro meses.”

De acordo com o DJ e empresário, manter os espaços fechados não vai impedir as pessoas de se juntarem em convívios e em festas ilegais pelo país fora. “É uma bola de neve negativa”, continua. “Cada vez há mais festas ilegais a acontecer e tudo isso potencia brutalmente o contágio e o aumento do surto. É diferente ter estruturas como as nossas [a funcionar], que têm capacidade de se adaptarem com medidas de higiene e segurança, do que estes mecanismos que não têm esse cuidado.”

Enquanto não se sabe o veredicto e não há data de abertura programada para bares e discotecas (apenas quem tenha licença de café ou restaurante pode abrir), Kamala arranjou uma solução para ajudar os DJs que normalmente trabalham consigo, os “heróis locais”, como lhes chama. “Aquilo que quis fazer foi tentar ajudar os heróis que são habitualmente esquecidos”, explica. “Os DJs residentes das casas, pessoas que dependem a 100% deste sector para ter income, e que se calhar não têm nome enquanto artistas para ter uma estabilidade financeira que permita atravessar esta situação.”

O MAD – Make A Difference, que começou há duas semanas directamente do Radio Hotel, é um streaming gratuito que acontece todas as terças e quintas-feiras, às 19.00, e que é transmitido no Instagram dos vários DJs escolhidos e da Jägermeister Portugal, a marca patrocinadora.

Por cada DJ set, 100€ de cachet são assumidos pelo evento, aos quais se somam os donativos de quem quiser ajudar, “por MBWay, directamente para a conta do DJ”, diz Kamala.

“Os DJs e artistas em geral têm dado o seu trabalho de borla. Foi raro o DJ que não ligou o Instagram, que não fez um set ou uma playlist para que as pessoas pudessem ter música durante o confinamento. É digno que as pessoas valorizem esses artistas e possam, dentro das suas possibilidades, dar isso de volta”, continua o empresário que contabiliza, no sector, “140 mil pessoas directamente sem trabalho”.

Para já há oito sessões solidárias MAD programadas até meados de Junho, com DJs como Ruuben K (na semana passada), Andrezo ou Hype Myke a participar.

Terças e quintas-feiras, às 19.00, nas redes sociais do Bosq, Rive-Rouge e Radio Hotel e no Instagram da @jagermeisterpt.

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