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Mestres do terror, clássicos e cine-concertos: as primeiras novidades do MOTELX

Um novo filme de Dario Argento, um livro inédito sobre o terror nacional, um programa dedicado a Paulo Branco ou um cine-concerto especial são alguns dos destaques da 16.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa.

Renata Lima Lobo
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Renata Lima Lobo
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Foi no Cinema São Jorge, a casa de sempre do MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, que decorreu esta terça-feira à noite apresentação da 16.ª edição do festival de terror, onde foram reveladas as primeiras novidades do festival, que acontece entre 6 e 12 de Setembro. Mas antes, como sempre, haverá aquecimento.

Uns dias antes de abrirem as portas do Cinema São Jorge para o arranque oficial do festival, entre 1 e 3 de Setembro acontece o Warm-Up MOTELX, composto pela exibição de três filmes em sessões de entrada livre. É aqui que o festival vai arrancar com a celebração do centenário do clássico Nosferatu (1911), de F.W. Murnau, com o evento A Sinfonia das Trevas, uma “experiência sonora e visual imersiva” que irá acontecer no Convento de São Pedro de Alcântara. Nosferatu também estará presente (como personagem, calma) na sessão ao ar livre do Largo Trindade Coelho, com o filme What We Do In The Shadows (2014), um mockumentary neozelandês realizado por Taika Waititi e Jemaine Clement. Também ao ar livre, no Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, e em colaboração com o projecto FILMar (da Cinemateca Portuguesa), será exibido O Fauno das Montanhas (1926), filme português de Manuel Luís Vieira, que será acompanhado ao vivo pela Orquestra Metropolitana de Lisboa.

Um dos destaques da programação será a estreia nacional da comédia de terror Final Cut (2022), do realizador francês Michel Hazanavicius (The Artist), estreado no último Festival de Cannes e um remake do filme japonês One Cut of Dead (2017). Uma história em torno de uma equipa que enquanto trabalha na rodagem de um filme de baixo custo sobre zombies é atacada por zombies a sério. A programação inclui outro nome de peso: o mestre do terror Dario Argento chega ao MOTELX com Dark Glasses (2022), em estreia nacional, obra que o volta a reunir com a filha Asia Argento, que interpreta e produz este filme sobre uma jovem cega que se apoia num menino chamado Chin para rastrear o assassino que lhe roubou a visão. Também estreado em Cannes, será exibido o filme Holy Spider, de Ali Abbasi (2022), que acompanha a investigação de uma jornalista sobre um assassino em série de profissionais do sexo, na cidade sagrada iraniana de Mashhad.

O cinema português é uma clara aposta nesta edição e a selecção oficial inclui as obras Criança Lobo (2022), de Frederico Serra, um folk horror em estreia mundial, sobre uma lenda numa aldeia portuguesa assustadora; e Os Demónios do Meu Avô (2022), de Nuno Beato, a primeira longa-metragem de animação stop motion feita em Portugal. Filmes que fazem a ponte com o lançamento do livro O Quarto Perdido do MOTELX – Os Filmes do Terror Português (1911-2006), um manual inédito sobre a cinematografia de terror portuguesa que, segundo Pedro Souto e João Monteiro (directores artísticos e programadores do festival), "encerra uma década de pesquisa iniciada em 2009 à procura das raízes de um hipotético terror nacional".

Tiago Guedes e Frederico Serra
©DRCoisa Ruim (2006), de Tiago Guedes e Frederico Serra

Na secção Quarto Perdido, uma surpresa: Paulo Branco, o maior produtor de cinema em Portugal, é também o grande produtor do terror português, tendo sido responsável por filmes como O Convento (1995), de Manoel de Oliveira; O Fascínio (2003), de José Fonseca e Costa; e Coisa Ruim (2006), de Tiago Guedes e Frederico Serra, que serão aqui revisitados. Paulo Branco marcará presença no MOTELX, onde irá partilhar as suas experiências como produtor. Mas o cinema de terror nacional não é coisa de agora e em destaque, no âmbito das Sessões Especiais, estará o primeiro filme de terror português de sempre: Os Crimes de Diogo Alves (1911), de João Tavares, um filme mudo que, no São Luiz, será acompanhado ao vivo pela música de Bernardo Sassetti (1970-2012), interpretada em tempo real por músicos da Escola Superior de Música de Lisboa. Uma homenagem ao pianista, que morreu há precisamente dez anos.

A organização do festival revelou ainda o “recém-baptizado” Prémio SCML MOTELX – Melhor Curta Portuguesa, que irá atribuir o maior prémio monetário para curtas-metragens em Portugal: 5000€, com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) que empresta o nome ao prémio. Esta competição será composta por 12 filmes, como Cemitério Vermelho (2022), de Francisco Lacerda; Matrioska (2021), de Joana Correia Pinto; Quando a Terra Sangra (2022), de João Morgado; ou Uma Piscina (2021), de Carolina Aguiar. E até dia 1 de Agosto continuam abertas as candidaturas para a secção microCURTAS, dedicada a filmes com duração máxima de dois minutos, que podem ser feitos com telemóvel, tablet ou webcam.

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