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MOTELX está de volta com bruxas portuguesas e a produtora de ‘Exterminador Implacável’

A 19.ª edição do Festival de Cinema de Terror em Lisboa aposta em produções nacionais, com estreias de Jorge Cramez, Nuno Bernardo e do grupo de comédia 4Litro.

Hugo Geada
Escrito por
Hugo Geada
Jornalista
Opus
DR | Opus
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O terror regressa ao Cinema São Jorge de 9 a 15 de Setembro com a 19.ª edição do MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa. Este ano, o destaque da programação vai para a aposta no cinema português, a presença da produtora norte-americana Gale Anne Hurd, que trabalhou em clássicos como Exterminador Implacável, Aliens ou The Walking Dead. 

Entre as apostas nacionais estão três longas-metragens: Sombras, de Jorge Cramez, um thriller psicológico rural protagonizado por Victoria Guerra e Pedro Lacerda; A Pianista, de Nuno Bernardo, drama tecnológico em que Teresa Tavares vê o marido regressar dos mortos através de uma cópia clonada; Crendices, dos humoristas madeirenses 4Litro, traz à Sala de Culto um cocktail de comédia e superstição com marca regional. Além destes filmes, há ainda 22 curtas e cinco reposições.  

Uma das grandes novidades deste ano é a criação do Prémio Noémia Delgado para Mulheres Notáveis no Terror, uma distinção que reconhece mulheres pioneiras e inovadoras no cinema de género. A primeira homenageada é Gale Anne Hurd. Fundadora da Valhalla Entertainment, a produtora é responsável por várias obras que moldaram o imaginário popular e a própria evolução da ficção científica e do terror. O novo prémio presta também tributo à realizadora portuguesa Noémia Delgado (1933-2016), pioneira na representação do fantástico no nosso cinema e autora do documentário Máscaras (1976), sobre os rituais transmontanos de Inverno. 

Ainda sob esta linha temática dedicada à representação feminina no terror, a secção O Baile das Bruxas mergulha no universo das feiticeiras, do paganismo e dos cultos populares, com filmes inspirados no folk horror como O Crime de Aldeia Velha (1964), de Manuel de Guimarães, com argumento de Bernardo Santareno; Finisterra, série da RTP baseada num ritual trágico ocorrido em Aljezur; e Alma Viva (2022), de Cristèle Alves Meira.  

A selecção internacional oferece propostas vindas de várias latitudes e com diferentes tons. Entre os títulos mais aguardados estão The Ice Tower, de Lucile Hadžihalilović, com Marion Cotillard; Death of a Unicorn, com Jenny Ortega; e Opus, protagonizado por Ayo Edebiri, John Malkovich e Juliette Lewis, dois filmes da aclamada distribuidora A24. Do Brasil chega Enterre Seus Mortos, de Marco Dutra, uma alegoria apocalíptica com Selton Mello e Betty Faria; da Coreia do Sul, Pig that Survived Foot-and-Mouth Disease, de Hur Bum-wook; e, da Tailândia, A Useful Ghost, premiado na Semana da Crítica de Cannes. Há ainda Zero, co-produção entre EUA e Senegal, do congolês Jean Luc Herbulot, e The Surrender, de Julia Max. 

Para além do cinema em sala, o festival inaugura este ano a nova secção Suite 13, dedicada a filmografias marginalizadas ou mal compreendidas no seu tempo. A primeira edição foca-se em Herschell Gordon Lewis, o “Padrinho do Gore”, cuja obra é reavaliada à luz dos actuais tempos extremos. Na SectionX, espaço de culto do cinema mais experimental, o austríaco Norbert Pfaffenbichler traz a trilogia “2551”, uma distopia punk, grotesca e anárquica, marcada por violência gráfica e uma linguagem visual decididamente low-budget, com ecos de Chaplin e slapstick macabro. 

Esta edição conta ainda com o Prémio MOTELX – Melhor Guião de Terror Português, que atribui 2000 euros ao argumento vencedor. Entre os finalistas estão títulos como Carneiro de Babel, O estripador de Lisboa, Tarso e Quem Mata no Camarido? (Seis Betos e Meia).

Com mais de 130 filmes programados, 80 sessões previstas e mais novidades ainda por anunciar, o MOTELX arranca com três dias de Warm-Up — cujos detalhes serão revelados em breve. 

Cinema São Jorge (Avenida da Liberdade). 9-15 Set (Ter-Seg)

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