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Between Two Waters
© Chris Costa

Na dúvida, sete artistas portugueses juntaram-se na Underdogs

A exposição "Between Two Waters" aborda o que é estar na ambiguidade, no meio-termo, na incerteza, explorando várias linguagens artísticas. Pode ser visitada até 30 de Março.

Escrito por
Beatriz Magalhães
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Blac Dwelle, Blackson Afonso, Jorge Charrua, Raquel Belli, Tamara Alves, Tiago Hesp e Vasco Maio juntaram-se para apresentar um conjunto de obras na Underdogs. “Between Two Waters” aborda as formas como a arte pode gerar ideias e perspectivas que se encontram num meio-termo, explorando temas que vão da política e ideologia aos conceitos de digital e físico. Pode ser visitada até 30 de Março.

A mostra inclui 25 obras que exploram diversas linguagens artísticas, entre as quais escultura, pintura e fotografia. “Between Two Waters” quer mergulhar-nos na ambiguidade que habita a sociedade, sendo esta a linha conceptual comum entre todas as obras.

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Chris Costa

Tamara Alves apresenta um conjunto de sete obras – aguarelas sobre papel com camadas de tinta e finalizadas com uma camada de resina, que representam rostos de mulheres, alguns parcialmente escondidos pela tinta preta. “Eu gosto de deixar a minha narrativa bem aberta, mas queria explorar materiais novos, então a primeira ideia que tive foi tentar encapsular os retratos, fazê-los parados no tempo”, reflecte a artista, em declarações à Time Out.

A utilização da resina como acabamento para as pinturas foi especialmente interessante para Tamara. “O facto de elas terem uma técnica nova, que é a resina, dá-lhes algum brilho e acaba por haver um reflexo do espectador nas peças, que é esta questão do espelho, a qual acaba por ser quase um convite para uma imersão nas peças.” Por outro lado, estabelece-se uma “dualidade entre luz e sombra”, proporcionada pelas cores das obras, interligando-se ainda com “a dualidade da condição humana.” 

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Chris Costa

Ao entrar na sala, a parede à nossa frente está coberta com três pinturas de grande dimensão de Blackson Afonso. À esquerda, encontramos uma série de pinturas a pastel de óleo e tinta sobre madeira, da autoria de Vasco Maio. Já do lado direito da sala, encontramos duas esculturas em madeira de Blac Dwelle que, segundo o artista, para chegarem ao resultado final, sofreram várias mudanças. Do desenho em 3D e planeamento ao corte e montagem das peças, foi um longo processo de criação.     

As esculturas lembram a forma de duas máscaras. “Eu baseei-me no tema da Pangeia, porque era só um continente, que depois se fragmentou para dar origem a vários continentes. Eu baseei-me nesse tema porque voltei às origens, fui juntar vários pedaços de madeira e criei esse conceito da Pangeia”, explica o artista acerca da obra. Junto desta, encontra-se também uma selecção de obras de Tiago Hesp, que inclui uma pequena instalação com madeira queimada e tinta vermelha, que escorre até ao chão.

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Chris Costa

Raquel Belli apresenta quatro obras que incluem a utilização de impressões fotográficas, entrelaçadas com técnicas de cestaria e tapeçaria. Jorge Charrua apresenta duas pinturas em óleo. Sob o mote “entre duas águas”, a diversidade de obras estabelece um diálogo. “É surpreendente que, parecendo que não, está tudo interligado, pelas cores, pela forma do trabalho, apesar de cada um ter a sua linguagem. Mas, acho que de certa forma mágica conecta-se o trabalho que está aqui a ser exposto”, diz Blac Dwelle. Já para Tamara Alves, a exposição comporta obras de artistas “que merecem mais destaque, que merecem ser falados.”

Underdogs Gallery (Marvila). Até 30 Mar. Ter-Sáb 14.00-19.00. Entrada gratuita

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