A Primeira Missa no Brasil, 1993, Paula Rego
The Estate of Paula Rego | A Primeira Missa no Brasil, 1993, Paula Rego
The Estate of Paula Rego

Exposições em Lisboa a não perder em Abril

Artes plásticas, fotografia e mostras documentais. Em Abril, a agenda de exposições não dá descanso.

Mauro Gonçalves
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No mês da Revolução, a agenda não fica indiferente ao 25 de Abril de 1974. No Museu do Aljube, são duas as exposições à boleia deste marco no calendário. Enquanto isso, o Festival Política volta a ocupar o Cinema São Jorge, este ano com quatro exposições. Mas há mais: em Belém, o recém-inaugurado MACAM exibe uma extensa colecção privada de arte contemporânea, exposta em permanência, e ainda duas mostras temporárias. No Centro de Arte Moderna Gulbenkian, espreite uma das exposições mais aguardadas do ano: "Paula Rego e Adriana Varejão. Entre os vossos dentes".

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Exposições em Lisboa a não perder este mês

  • Arte
  • Fotografia
  • Cascais

Depois de apresentar Nicholas Nixon, Ruth Orkin ou Michael Grecco, o Centro Cultural de Cascais mostra o trabalho do fotógrafo norte-americano Rodney Smith, que ficou conhecido pelas imagens captadas de forma inteligente para ilustrar cenários surrealistas, muitas vezes com composições que privilegiavam a estética. A exposição reúne mais de uma centena de imagens, desde retratos a paisagens.

Avenida Rei Humberto II de Itália, 16 (Cascais). Ter-Dom 10.00-18.00. Até 25 Mai. 5€

  • Arte
  • Belém

No edifício da antiga Central Tejo, o MAAT recebe o artista português Rui Moreira, com uma antologia que percorre mais de duas décadas de carreira. Um corpo de trabalho composto por pintura e desenho, resultado de referências cinematográficas e literárias, mas também com raízes no folclore transmontano e nas muitas viagens que tem feito à volta do globo. A 6 de Maio, Rui Moreira dará uma aula de 12 horas no museu, momento em que falará da sua prática e da importância do estado de transe no seu trabalho.

No espaço Cinzeiro 8, também na antiga central energética, o MAAT apresenta "Gestos", um conjunto de pequenos filmes. Mais do que instalações, Ana Léon chama "envolvimentos" às fitas agora exibidas ininterruptamente – também até 2 de Junho – em seis salas escuras e isoladas, para que imagens e sons não se contaminem.

Avenida de Brasília (Belém). Qua-Seg 10.00-19.00. Até 2 Jun. 11€ (entrada gratuita no primeiro domingo de cada mês, até às 13.00)

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  • Arte
  • Avenidas Novas

O título – "Dedicado ao Desconhecido" – sintetiza o corpo de trabalho de Susan Hiller, que ao longo de mais de 50 anos se debruçou sobre as dimensões do subconsciente e do paranormal. A sua obra, que contempla pintura, fotografia, escultura, caligrafia, colagem e vídeo, chega agora à Culturgest através de uma exposição retrospectiva originalmente concebida para o Museu Helga de Alvear, em Cáceres, Espanha – é a primeira depois da morte da artista, em 2019, mas também a primeira a ter lugar em Lisboa.

Rua do Arco do Cego, 50 (Campo Pequeno). Ter-Dom 11.00-18.00. Até 22 Jun. 4€ (gratuito ao domingo)

  • Arte
  • Chiado

Inspirada pelos Sete Contos Góticos de Karen Blixen e ainda pelos contos italianos compilados por Italo Calvino que lê à filha antes de adormecer, Adriana Molder ocupa a ala Capelo Norte, do Museu Nacional de Arte Contemporânea com a exposição individual "Aldebaran Caída Por Terra". A artista apresenta uma série de pinturas "moldadas, com formas irregulares e orgânicas, em que o volume e incidência da luz de insinuam na forma de ver os (quase todos) rostos, pintados a pastel de óleo", como se lê no descritivo da exposição. Além das pinturas, a artista apresenta ainda um pequeno filme, feito a partir da "memória de uma antiga colecção de imagens de filmes".

Rua Serpa Pinto, 4 (Chiado). Ter-Dom 10.00-18.00. Até 22 Jun. 10€ (entrada livre para residentes em Portugal)

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  • Arte
  • Belém

A meio da reformulada exposição permanente do MAC/CCB, encontramos “31 Mulheres. Uma exposição de Peggy Guggenheim”. Mais do que uma homenagem à coleccionadora norte-americana, é uma referência oportuna à exposição que organizou em 1943, numa galeria de Nova Iorque – “Exhibition by 31 Women”. Documentos e fotografias de época abrem a exposição, que pode ser visitada até ao final de Junho. Estabelecido o enquadramento e apresentadas as 31 artistas que desafiaram a mentalidade patriarcal que na época vigorava até no meio artístico, a segunda sala revela alguns dos principais temas e estratégias exploradas por estas mulheres, tantas vezes votadas ao circuito das artes decorativas, como explica também Enguita. Cinco pequenos núcleos que permitem perceber o contexto e o trabalho das mulheres artistas que Peggy colocou sob o holofote.

Há mais para ver no MAC/CCB. O museu apresenta ainda as exposições temporárias "Hestnes Ferreira – Forma | Matéria | Luz" (até 13 Abr) e "Homo Urbanus. Uma Odisseia Cidamatográfica de Bêka & Lemoine" (até 20 Abr).

Praça do Império (Belém). Ter-Dom 10.00-18.30. Até 29 Jun. 7€ (Dom até 14.00 gratuito para residentes)

  • Arte
  • Princípe Real

Um depois da inauguração em São Paulo e ao fim de dois meses em Hamburgo, a exposição chega a Lisboa para, através da fotografia, mostrar a "exuberância e a tragédia na maior planície inundável do planeta, o Pantanal", como descreve o texto de apresentação. No total, serão 80 fotografias, algumas em painéis de grande dimensão, assinadas por "dois dos maiores fotodocumentaristas sul-americanos": Lalo de Almeida, fotojornalista da Folha de São Paulo, entre outros órgãos de comunicação social, e Luciano Candisani, colaborador da revista National Geographic. "As imagens foram inspiradas por contrapontos extremos: a fauna e a flora do bioma do Brasil e os incêndios alastrados na região entre 2020 e 2024." Inaugura a 16 de Abril.

Rua da Escola Politécnica, 56 (Príncipe Real). Ter-Dom 10.00-17.00. Até 6 Jul. 6€

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  • Arte
  • São Sebastião

São 46 obras do Centro de Arte Moderna (CAM), 34 vindas da Colecção Berardo e ainda outras provenientes de colecções nacionais e internacionais. Numa exposição inédita – pela união de esforços entre as duas maiores colecções institucionais de arte britânica do país –, a viagem pela produção artística da grande ilha abrange quase dois séculos e, mais do que uma abordagem exclusiva, fica marcada por uma visão aglutinadora do que tem sido a arte produzida naquela espaço geográfico. Com 75 nomes representados, "Arte Britânica – Ponto de Fuga" inclui oito artistas portugueses, cujos percursos passaram por Londres, mas também olha para o legado de imigrantes e refugiados provenientes de outros contextos e latitudes.

Avenida de Berna, 45A (Praça de Espanha). Qua-Seg 10.00-18.00 (Sáb até às 21.00). Até 21 Jul. 6€-16€

  • Arte
  • Belém

Cenas da vida quotidiana, tensões e dramas inerentes às sociedades modernas e contemporâneas, como a solidão, a pobreza, a alienação, a violência urbana, o abandono e a exclusão social são alguns dos temas que percorrem a carreira de Jeff Wall. O MAAT Gallery dedica-lhe uma exposição, com curadoria de Sérgio Mah, onde mais de 60 obras dão corpo a quatro décadas de imagens do quotidiano. Abre a 23 de Abril.

Avenida de Brasília (Belém). Qua-Seg 10.00-19.00. Até 1 Set. 11€ (entrada gratuita no primeiro domingo de cada mês, até às 13.00)

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  • Arte
  • Belém

Já nos deu muitos bons artista de renome — Joana Vasconcelos, Leonor Antunes, Vasco Araújo, André Romão ou Gabriel Abrantes — e promete continuar a dar. O Prémio Novos Artistas Fundação EDP está de volta este ano com seis finalistas, seleccionados a partir de cerca de 600 candidaturas. São eles Alice dos Reis, Evy Jokhova, Francisco Trêpa, Inês Brites, Maja Escher e Sara Chang Yan. No decorrer da exposição, um júri internacional irá nomear o artista vencedor, a quem a Fundação EDP vai atribuir um prémio no valor de 20 mil euros. Abre a 10 de Abril.

Avenida de Brasília (Belém). Qua-Seg 10.00-19.00. Até 9 Set. 11€ (entrada gratuita no primeiro domingo de cada mês, até às 13.00)

  • Arte
  • São Sebastião

Duas artistas de gerações diferentes juntam-se, pela primeira vez, através das suas obras. A Nave do renovado CAM recebe a segunda exposição desde a reabertura – 80 obras de Paula Rego e Adriana Varejão, conjunto que inclui pintura, gravura, escultura e instalação. O projecto cenográfico de Daniela Thomas vai compartimentar o espaço em 13 salas. Nelas, serão sublinhadas as linhas de contacto do trabalho das duas artistas: o poder e a opressão sobre as mulheres, mas também a violência e o erotismo inquietantes. Adriana Varejão, que coassina a curadoria da exposição, apresentará uma obra inédita. A abertura é a 11 de Abril.

Se está no CAM, não deixe de espreitar as restantes exposições e instalações que por lá andam. Até 2 de Junho, conte com "Coro em Rememória de um Voo", de Julianknxx, "Cidade à volta da Cidade", de Tristany Mundu, "Interferências no Tejo", de Francisca Rocha Gonçalves, e "Ciguatera", de Diana Policarpo. As últimas três são de entrada livre. Pode ainda ter um vislumbre da colecção do CAM na exposição "Linha de Maré".

Rua Marquês de Fronteira, 2 (São Sebastião). Dom-Seg, Qua-Sex 10.00-18.00, Sáb 10.00-21.00. Até 22 Set. 4€-16€ (entrada gratuita para menores de 30 anos Sáb 18.00-21.00)

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  • Arte
  • Arte popular
  • Baixa Pombalina

O que é a identidade nacional e como é que nos influencia? Como é que a moda se alterou face às mudanças económicas e políticas do país? O que é que significa ser português? As questões flutuam na nossa mente e vão encontrando respostas à medida que exploramos a nova exposição. Em conjunto com a Casa do Design de Matosinhos, onde a exposição se estreou em 2022, "Portugal Pop: A Moda em Português", que pode ser vista a partir de sexta-feira, 21 de Março, chega à capital para nos fazer reflectir sobre a moda e o que ela tem representado nos últimos 50 anos. Entre 140 coordenados de diferentes designers, o MUDE - Museu do Design leva o visitante numa viagem no tempo que tem início nos anos 1970 e só termina cinco décadas depois – agora.

Rua Augusta, 24 (Baixa). Até 12 Out. Ter-Qui 10.00-19.00. Sex-Sáb 10.00-21.00. Dom 10.00-19.00. 11€-15€

  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Santa Maria Maior

Depois de "Ato (DES)colonial", a mesma sala recebe a exposição "Antes de ser independência foi luta de libertação", em jeito de celebração dos 50 anos das independências dos territórios das ex-colónias portuguesas em África. A exposição resulta de um trabalho que tem sido levado a cabo desde 2021 – a descrição, digitalização e disponibilização de fundos documentais doados ao centro de documentação do Museu do Aljube. Materiais explorados no âmbito de uma exposição que quer reflectir sobre estes processos históricos e que pretende gerar "mais pensamento e acção anticolonial e antirracista, abolicionista de todas as formas de violência", nas palavras de Rita Rato, directora do museu.

Até ao final de Abril, vai ainda encontrar a exposição "Arquitectas da Liberdade".

Rua Augusto Rosa, 42 (Sé). Ter-Dom 10.00-18.00. Até 31 Jan. 3€

Mais para fazer em Lisboa

Não são moda de agora – ainda nos lembramos de ver mimosas e mesas fartas em séries como O Sexo e a Cidade –, mas continuam a ser uma tendência em Lisboa. Um maravilhoso mundo de possibilidades que tanto serve de pequeno-almoço reforçado como almoço ou refeição para qualquer hora. Se começaram por ser uma opção de fim-de-semana, são cada vez mais os sítios com cartas para qualquer dia, afinal um prato de ovos ou panquecas sabe sempre bem. Mas nem só disso se faz o brunch. À carta ou em menus faustosos, são cada vez mais e melhores os brunches em Lisboa, alguns até com dedo de chef. 

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Em Lisboa, não faltam opções para ir ao teatro, muitas delas com preços bem apetecíveis (olá, dia do espectador). E algumas estão tão pouco tempo em cena que é preciso correr, já que nunca se sabe se (e quando) são repostas. Entre companhias históricas e emergentes, encenadores e actores conhecidos e outros que ainda estão a tentar conquistar lugar, encontra-se um generoso conjunto de peças de teatro e de dança. Aqui ficam as nossas sugestões do que se vai poder ver este mês, para que a escolha seja mais fácil.  

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