Bistro 100 Maneiras
Arlei Lima
Arlei Lima

O melhor da agenda na gastronomia

Jantares irrepetíveis, festivais, mercados de vinhos, showcookings e conversas essenciais.

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Somos adeptos de boas mesas, mas somos sobretudo a favor de bons encontros, fartos e bem regados. As novidades gastronómicas multiplicam-se e para que não perca pitada, organizamos-lhe a agenda. Foodies, gastrónomos, chefs, restaurateurs e todos aqueles a quem a gastronomia interessa, eis os eventos a não perder. Festivais de talento, mercados de vinhos, debates de ideias, jantares a várias mãos com nomes bem conhecidos da gastronomia mundial, e festas que celebram a diversidade de sabores. É o maravilhoso mundo da gastronomia portuguesa em seis eventos a acontecer nas próximas semanas.

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O melhor da agenda na gastronomia

  • São Sebastião

Quatro anos depois, Pedro Pena Bastos continua a elevar o nível do Cura, o restaurante onde tem uma estrela Michelin, no hotel Ritz. À semelhança do que fez no ano passado, o chef está a preparar uma série de jantares especiais a quatro mãos para marcar o aniversário e não podia começar de melhor forma. O francês Christian Le Squer, chef do Le Cinq, restaurante em Paris com três estrelas Michelin, já partilhou a cozinha com Pena Bastos ao longo de duas noites. Segue-se, agora, um jantar, a 9 de Outubro, com Vasco Coelho Santos, do Euskalduna (uma estrela Michelin) no Porto, e outro, a 22 de Outubro, com Benoît Sinthon, o chef francês que lidera a cozinha do Il Gallo d'Oro (duas estrelas Michelin e uma estrela verde), na Madeira. As festividades chegam ao fim a 30 de Outubro com o espanhol Dani García, o chef que ousou fechar o restaurante homónimo logo depois de receber a terceira estrela com o propósito de levar a sua comida para o mundo. Hoje, Dani García conta com restaurantes em diferentes partes do globo, e o Guia reconhece-lhe o trabalho. O omakase Smoked Room em Madrid conseguiu duas estrelas em apenas seis meses (e o mesmo conceito ganhou uma estrela no Dubai).

  • Coisas para fazer

Ao longo de quatro dias, a frente ribeirinha vai ser palco do Heróis do Mar, numa homenagem aos pescadores. Estava prometido para a Doca da Marinha há um tempo, sem formato definido, e eis que chega agora (quase) como um renascimento do festival gastronómico Peixe em Lisboa, que teve a sua última edição em 2019. Até 6 de Outubro, há um programa vasto que, além de jantares e almoços especiais a quatro mãos – ou banquetes como estão anunciados –, conta com dez restaurantes da cidade a servir pratos a preços mais acessíveis, além de conversas e demonstrações. Nomes internacionais estrelados como Quique Dacosta ou Moreno Cedroni juntam-se a um elenco nacional encabeçado por José Avillez, João Oliveira e Marlene Vieira. E, à noite, há concertos de Lura, Matias Damásio, GNR e Mallu Magalhães.

Doca da Marinha, Avenida Infante Dom Henrique. Sáb 12.00-00.00 e Dom 12.00-22.00. 5€

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  • Chiado

Foi em Setembro que o restaurante de Ljubomir Stanisic celebrou 14 anos – no dia 22, para sermos mais precisos –, mas é em Outubro que se faz a festa. O chef abriu a porta do restaurante, no Chiado, a Udi Barkan, que passará a ocupar a cozinha do Bistro 100 Maneiras uma vez por mês, sempre às quartas-feiras. E não, estes não serão jantares a várias mãos, mas da inteira responsabilidade de Udi. A viver em Portugal há cerca de cinco anos, o chef israelita é especialista em alimentação saudável. Sempre atento à sazonalidade, é na cozinha vegetariana que se tem destacado – não por acaso o nome dado a esta residência foi “Fresh As It Gets by Udi Barkan”. O primeiro jantar acontece já no dia 9, e o menu (95€ por pessoa) é composto por pão sazonal e “dips”, entradas, pratos principais e sobremesas e pairing de bebidas (com ou sem álcool). No final de cada jantar, cada cliente recebe, ainda, um pequeno cabaz com uma selecção dos vegetais, frutas e ervas da época utilizados no menu. 

Largo da Trindade 9 (Chiado). 9 Out. 910 307 575. 19.00

  • Coisas para fazer

"Como potenciar, de forma sustentável, os recursos que os oceanos nos fornecem para a alimentação, economia e turismo?" A pergunta está lançada e é de 23 a 26 de Outubro que as respostas vão ser dadas em forma de conversas, workshops, showcookings e visitas guiadas. Tudo acontece em Matosinhos, com investigadores, chefs, especialistas e toda a comunidade a ocupar o mercado municipal. Afinal, é do mar que vem muita da nossa riqueza gastronómica, mas nunca foi tão importante reflectir sobre esse recurso e o nosso papel. Nestes dias, às 18.00, haverá ainda uma experiência imersiva que recriará o fundo do oceano entre as bancas de peixe. Do programa destacam-se, por agora, dois momentos: um jantar único na Casa de Chá da Boa Nova, o restaurante com duas estrelas Michelin de Rui Paula, e o Arraial do Peixe, a encerrar as festividades e que encerrará a Rua Heróis de França, onde será instalada uma mesa comunitária com os restaurantes locais a servir pratos de peixe preparados na hora. À excepção das refeições, as actividades são de entrada livre, sendo necessária inscrição prévia em alguns momentos.

Lisboa à mesa

Para refeições rápidas ou experiências demoradas, os balcões são quase sempre os melhores lugares de um restaurante, pelo menos para aqueles que apreciam acompanhar tudo o que se passa do lado de lá. São também companhia certeira para quem se senta sozinho. Em Lisboa, os balcões ganharam fama a partir dos anos 1950, com a proliferação dos snack bars. Caíram em desuso e voltaram nos últimos anos, cada vez com mais pinta e cuidado, cada vez mais gastronómicos até. 

Sendo a Time Out afamada pelas suas listas, esta que aponta os melhores restaurantes em Lisboa (e aqui mesmo ao lado) é, provavelmente, a mais discutida – e também a mais procurada. Levamos tempo a chegar ao número final, sabendo sempre que a unanimidade à mesa não existe. Vamos a um teste? Qual é o melhor croissant? E a melhor bifana? E onde é que se come o melhor cozido à portuguesa ou o melhor bacalhau? Nunca haverá uma só resposta. Certo é o esforço feito para demonstrar a diversidade de uma cidade que não pára de crescer. Um esforço que é também fruto de muitas visitas a restaurantes – e nunca é demais lembrar que a Time Out não escreve sobre restaurantes onde não foi, assim como os críticos da Time Out visitam os restaurantes anonimamente e pagam pelas suas refeições. 

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