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Fotografia: Bas de Brouwer

Na nova temporada do CCB pensa-se sobre “os mundos” e como mudá-los

A partir de Outubro, o Centro Cultural de Belém quer cruzar diferentes mundos e formas de os olhar e entender.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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Durante o Verão viveu-se uma Destemporada e a agenda de Setembro encerra no domingo, 26, com Lisbon Sisters, uma peça de Mário Coelho criada a partir da obra literária As Virgens Suicidas, que tenta perceber o que poderá ter acontecido no intervalo da narrativa de Jeffrey Eugenides em que as irmãs estão trancadas nos seus quartos. Mas a vontade de abordar “os mundos” em que vivemos continuará presente na nova temporada do Centro Cultural de Belém. A partir de Outubro, será possível ver um conjunto de ciclos de conferências, debates, conversas e cursos, que pretendem contribuir para uma reflexão contemporânea sobre o pensamento e a prática humana. Mas não só.

“Se a diversidade e o cruzamento têm vindo a constituir o centro da nossa programação, trata-se agora de fazer coexistir várias formas de gerar mundos culturais, pessoais, mobilizadores de grandes colectivos ou, pelo contrário, expressões íntimas de relações quase segredadas, mergulhos nas grandes tradições históricas ou saltos no desconhecido”, esclarece o administrador do CCB, Delfim Sardo, que quer promover o uso de espaços mais experimentais, além do Grande Auditório.

A temporada arranca a 2 de Outubro, com dois concertos – do ensemble L.U.M.E., que apresenta o seu terceiro disco, Las Californias (Pequeno Auditório, 19.00), e do pianista e compositor Júlio Resende (Grande Auditório, 21.00) – e o arranque do Ciclo História da Arte da Época Moderna, que se prolonga até 18 de Dezembro, com sessões aos sábados, a partir das 11.30, no Centro de Congressos e Reuniões. Seguem-se várias conversas, inclusive no âmbito da conferência “Kleist: o(s) sentido(s) da justiça” (6 e 20 de Outubro e 3 e 17 de Novembro), que é uma espécie de preâmbulo à apresentação de O Duelo (25 e 26 de Novembro), encenado por Carlos Pimenta.

Ainda em Outubro, destaca-se o Festival Big Bang, que tem aberto um importante espaço para o intercâmbio de experiências musicais para crianças, com músicos portugueses e internacionais. Este ano, sobressai, por exemplo, o espectáculo Estradas (22 e 23 de Outubro), de Salvador Sobral, Jenna Thiam e Javier Galiana, sobre como a estrada é tanto o sítio dos medos como das possibilidades; e a instalação interactiva Spotter (22 de Outubro), que convida todo o mundo a tornar-se DJ e VJ por um dia dentro de uma máquina de dança onde “os movimentos desencadeiam sons e explosões de luz, cor e formas”. Mas há mais arte e música para nos deslumbrarmos.

A 27 e 28 de Outubro, The Glenn Miller Orchestra continua a interpretar temas como “Moonlight Serenade”, “In The Mood”, “Tuxedo Junction” ou “Chattanooga Choo Choo”. E, já em Novembro, entre os dias 3 a 5, a Fábrica das Artes volta a receber Paradoxos de Alice, um espectáculo criado a partir das obras de Lewis Carroll, As Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Alice do Outro Lado do Espelho. Quase ao mesmo tempo, entre 4 e 7 de Novembro, Sara Barros Leitão apresenta Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa, que parte da criação do primeiro Sindicato do Serviço Doméstico em Portugal para contar a história, ainda pouco reconhecida, do trabalho das mulheres, do seu poder de organização, reivindicação e mudança.

Novembro traz ainda propostas como Jezebel, da coreógrafa holandesa Cherish Menzo (13 a 15 de Novembro); um concerto do contrabaixista, vocalista e compositor israelita Avishai Cohen, de volta a Portugal (15 de Novembro); o espectáculo portátil São horas de já, seguido de um café filosófico por videoconferência com Magda Costa Carvalho (20, 21, 23, 24 e 25 de Novembro); e a conferência “A Comuna de Paris e as Conferências do Casino”, com Ana Rocha (15 e 22 de Novembro).

Já em Dezembro, a programação promete pelo menos duas mãos cheias de música. No dia 2, pelas 21.00, Pablo Milanés, um dos maiores tesouros da canção de autor em espanhol, apresenta Esencia. No dia 5, pelas 17.00, a Orquestra Metropolitana de Lisboa revela a exuberância dos Concertos brandeburgueses de Johann Sebastian Bach. A 10 e 11, pelas 19.00 e 17.00 respectivamente, os Músicos do Tejo interpretam As Guerras de Alecrim e Manjerona, de António José da Silva e António Teixeira. E, até dia 21, há mais para ouvir. O melhor é espreitar a agenda online e tomar nota.

Para 2022, além do Concerto de Ano Novo, a 1 de Janeiro, às 11.00 e às 17.00, no Grande Auditório, destacam-se a ópera Orphée, um colóquio internacional no âmbito das comemorações dos 500 anos de Gil Vicente, um espectáculo baseado numa conversa telefónica entre Marlene Dietrich e Ute Lemper e a estreia em Lisboa da companhia de dança contemporânea La Veronal, de Marcos Morau.

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