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Arcade Dance Center
Fotografia: Gabriell Vieira Vasco Alves, Noua Wong e Cifrão

Neste Arcade “joga-se” a dançar e há níveis para todos

O novo “hub criativo” de Benfica quer afirmar-se como a sede do street dance em Portugal. Está de portas abertas para todos, dos mais experientes aos mais novos.

Raquel Dias da Silva
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Raquel Dias da Silva
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Um mês e meio foi o suficiente para retirar entulho, renovar o chão, pintar paredes, cortar vidros, instalar luzes e até construir uma “Black Box”. Quem o diz é Vítor Fonseca, mais conhecido por Cifrão: “Quisemos construir esta sala para podermos filmar aulas e peças, mas ainda estamos em preparações”, confessa o coreógrafo e bailarino, co-fundador da nova academia de “street arts” de Benfica. Mais do que uma escola, o Arcade Dance Center é um “hub criativo” dentro do jardim do Palácio Baldaya, com dança, música, meios audiovisuais, artes plásticas e até terapias integrativas.

O projecto, pensado em conjunto com os também coreógrafos e bailarinos Noua Wong e Vasco Alves, começou a ser pensado há mais de um ano, mas só abriu portas no útimo fim-de-semana, com uma série de aulas experimentais e gratuitas. “Apesar de querermos isto ‘desde sempre’, só começámos à procura do local certo o ano passado. Há seis meses encontrámos este pavilhão, que não estava a ser utilizado, e tivemos uma visão”, conta Cifrão. “As obras começaram há menos de dois meses e foi tudo feito por bailarinos, à excepção de quatro pessoas que contratámos e que realmente percebiam de obras, que agora vamos obrigar a ter aulas de dança para os tornar bailarinos também”, brinca. “Mas é verdade, é difícil de descrever, mas esta sala tinha entulho a um metro de altura, e foram os nossos amigos que nos ajudaram.”

Arcade Dance Center
Fotografia: Gabriell VieiraO novo Arcade Dance Center ainda está à espera da decoração

Ainda antes de abrir, já o Arcade Dance Center estava a juntar a comunidade. Para Vasco Alves é fácil perceber porquê. O fundador da Jukebox Crew, um dos mais conhecidos grupos de street dance nacionais, garante que os artistas estavam “sedentos” de um espaço em Lisboa “para quem acompanha, para quem ouve, para quem dança a cultura hip-hop”.

Mas esta “sede do street dance”, que está já aberta a residências artísticas, não é só para bailarinos experientes. É também para quem gosta de dançar, quer aprender ou “subir de nível”, e até para quem, se calhar, nunca pensou muito no assunto. Promover a vida activa e saudável em todas as idades é, aliás, um dos principais objectivos do projecto, que Benfica acolheu através da celebração de um protocolo.

“Por um lado, a população residente na freguesia terá acesso às instalações a preços reduzidos, com 20% de desconto no acto da inscrição. Por outro, ficou também acordada a dinamização de uma série de actividades, desde aulas e workshops até espectáculos, com uma quota de 10% das vagas disponíveis reservada para elementos da nossa comunidade, que vão ser sinalizados pelo tecido associativo local”, revela Carla Rhotes, vogal da Junta de Freguesia de Benfica. 

Arcade Dance Center
Fotografia: Gabriell VieiraVasco Alves, Noua Wong, Carla Rhotes e Cifrão

Com quatro estúdios de dança, preparados para diferentes aulas, a mensalidade varia entre os 40€/1x por semana e os 65€/6x por semana – uma semana é sempre equivalente a quatro aulas por mês com um professor, por isso quanto mais alta a mensalidade maior o número de aulas semanais e acesso às várias modalidades disponíveis, desde hip-hop e barra de chão até commercial e dance-hall. Mas, atenção, é sempre possível trocar de aula no início de cada mês e existe ainda um Combo Pack, a 70€, que permite escolher as aulas semanalmente.

Entre os professores, encontra nomes como Speedy, membro da Jukebox Crew; Vitor Kpez, fundador dos LTCTFG; Laura Lima, antiga atleta de alta competição de ginástica rítmica; e até Hugo Marmelada, que começou nas danças urbanas da cultura hip-hop, mas já deixou a sua marca em companhias prestigiadas como a Batsheva Dance Company, em Israel.

Arcade Dance Center
Fotografia: Gabriell Vieira

Além das salas alocadas para aulas de dança, o Arcade Dance Center é ainda casa do Bagua Arcade Therapies, da empresa de audiovisuais Moving Pictures e de uma futura produtora de espectáculos. “Queremos incentivar os bailarinos de street dance a fazer apresentações do seu trabalho. Acontece muito no clássico e no contemporâneo, mas na chamada dança de rua não se faz tanto”, esclarece Noua Wong. “A ideia não é os cantores virem para cá fazer os seus videoclipes, as estrelas são realmente os bailarinos.”

No futuro, a ambição maior é levar o trabalho dos alunos para fora da escola: profissionalizar é a palavra de ordem. “Ou não. Podem querer dançar por simples lazer, é válido, mas queremos realmente formar, acabar com tabus, como o estigma de que o bailarino vai passar fome, e mostrar como é possível ter uma carreira.”

Estrada de Benfica, 701A. Vários horários. 40€-70€.

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