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La (Nouvelle) Ronde
© RAYNAUD DE LAGELa (Nouvelle) Ronde

No FIMFA Lx 2024, as marionetas contam histórias sobre a liberdade, a revolução e o amor

São mais de 20 espectáculos, de criadores nacionais e internacionais, em vários locais de Lisboa. Entre 9 de Maio e 2 de Junho, o festival contempla ainda um ciclo de cinema, conversas e workshops.

Escrito por
Beatriz Magalhães
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Está de regresso o Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas. A 24.ª edição do FIMFA Lx apresenta mais de 20 propostas artísticas, de criadores nacionais e internacionais, que subirão ao palco de oito salas de espectáculos da capital, entre 9 de Maio e 2 de Junho. 

Este ano, o festival centra-se na ideia de liberdade. Além de espectáculos, serão exibidos filmes e realizar-se-ão workshops e encontros e conversas com os criadores. Durante 25 dias, a programação passará pelo São Luiz Teatro Municipal, pelo LU.CA, o Castelo de São Jorge, o Palácio da Pimenta, o Teatro Romano, o Teatro do Bairro, o Teatro Taborda e a Cinemateca Portuguesa. No que toca ao programa, "porque se comemoram os 50 anos do 25 de Abril, passa pela comemoração da liberdade, a liberdade de ser diferente, de darmos corpo à imaginação e a um conjunto de temas que são uma preocupação", disse Luís Vieira, co-director artístico da companhia A Tarumba – Teatro de Marionetas, na apresentação da nova edição do festival, esta quinta-feira, 21 de Março, no São Luiz. Rute Ribeiro, co-directora da companhia, destaca a escolha de espectáculos que, de certa forma, espelham o mundo em que vivemos e relevam questões importantes da actualidade, como a "liberdade de sermos quem quisermos".   

A leva de espectáculos arranca no Castelo de São Jorge, entre 9 e 11 de Maio. O inglês Tim Davies apresenta um dos destaques da programação – Arachnobot –, que protagoniza uma aranha-marioneta com cinco metros de altura. A companhia belga PiksPalace traz Boucherie Bacul, em que um grupo de talhantes trabalha com animais de peluche e bonecos abandonados. De França, chegam Kamidopof da La Femme Invisible e The Horsemen dos Les Goulus.

Os Miseráveis
© Yves GabrielOs Miseráveis

No São Luiz, destaca-se o espectáculo La (Nouvelle) Ronde, do encenador francês Johanny Bert, inspirado na obra de Arthur Schnitzler. É apresentado entre 23 e 25 de Maio. Étienne Saglio, especialista na nova magia e na manipulação de objectos, apresenta Goupil & Kosmao, entre os dias 24 e 26. Antes, a 21 e 22 de Maio, Husam Abed regressa ao festival, desta vez, para apresentar War Maker, baseado na história de um artista visual palestiniano e a forma como a guerra o moldou. O compositor e artista sonoro Fernando Mota apresenta o seu novo projecto, Sursum Corda, que explora as possibilidades expressivas dos elementos naturais, a 17 e 18 de Maio. De 31 de Maio a 2 de Junho, estreia-se uma obra da companhia brasileira Pigmaleão Escultura que Mexe. Fábulas Antropofágicas para Dias Fascistas reflecte sobre a actualidade, cruzando artes visuais, teatro e filosofia. 

Com centenas de figuras de barro e de madeira em palco, Os Miseráveis, da companhia belga Karyatides, é uma adaptação do romance de Victor Hugo, apresentada no Teatro do Bairro, entre 16 e 18 de Maio, no âmbito do ciclo Abril Abriu do Teatro Nacional Dona Maria II. Dura Dita Dura, da companhia portuense Teatro de Ferro, relembra os 50 anos de ditadura em Portugal e como era viver numa altura "em que as paredes tinham ouvidos", a 24 e 25 de Maio. Polaroid, concebida por Paulo Duarte, da companhia Mecanika, tenta captar uma "polaroid teatral" acerca da família, da memória, do 25 de Abril e da emigração. Ambas são também apresentadas no Teatro do Bairro.

Boucherie Bacul
© Dainius PutinasBoucherie Bacul

No LU.CA, há três espectáculos pensados especialmente para os mais novos. De 9 a 12 de Maio, Apneia propõe uma viagem entre o sonho e realidade, numa aventura nocturna com marionetas; de 16 a 19 de Maio, O Circo de Insectos dá vida a escaravelhos, gafanhotos, vespas e borboletas; de 23 a 26 de Maio, Ring-Ring traz um espectáculo de música, sombras e efeitos visuais.

O FIMFA chega ao Teatro Taborda com O Estado do Mundo (Quando Acordas), em torno do ambiente e do impacto das acções humanas no planeta. Pode ser vista a 18 e 19 de Maio. Pela primeira vez, este ano o festival também ruma ao Teatro Romano, onde pode ser vista, nos dias 25 e 26, Mogrr, de Julien Allet, e Onirotóptero, da companhia Trupe Fandanga. A 1 e 2 de Junho, a La Mue/tte e Santiago Moreno dão a ouvir Le Faux-Orchestre no Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, já o Teatro Invisível leva Estranhões e Bizarrocos aos jardins do palácio, no dia 2.

A Cinemateca Portuguesa acolherá um ciclo de cinema, cuja programação ainda está por anunciar. O programa completo estará disponível no site da Tarumba e os bilhetes também serão postos à venda em breve.  

Fábulas Antropofágicas para Dias Fascistas
© Henning PhotoFábulas Antropofágicas para Dias Fascistas

A sessão de apresentação da programação do FIMFA culminou ainda com a atribuição do Prémio de Mérito Cultural Henrique Delgado ao Teatro de Marionetas do Porto, companhia que já conta com 35 anos de existência. Esta é a terceira edição da entrega do prémio, que procura distinguir personalidades, estruturas ou instituições que tenham desenvolvido um trabalho importante para o reconhecimento das artes da marioneta.

Vários locais (Lisboa). 9 Mai-2 Jun. Vários horários. Vários preços 

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