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Hen.tai
Gabriell Vieira

No Hen.tai da Amadora, só a comida é pornográfica

Restaurante japonês abre com nome provocador e com o intuito de levar a moda do ramen aos subúrbios.

Cláudia Lima Carvalho
Escrito por
Cláudia Lima Carvalho
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A inspiração vem da cultura japonesa, tal como o nome é mesmo o que alguns leitores podem estar a pensar – uma referência a um estilo japonês de anime e manga de teor pornográfico. Mas o Hen.tai quer ser mais do que isso. Quer ser um restaurante de bom sushi e bom ramen, assumindo-se como uma escolha segura fora do centro da cidade. 

A história deste restaurante é igual à de muitos que têm aberto nos últimos tempos e que se pode resumir numa palavra apenas: pandemia. Foi depois de tudo ter fechado, e com a explosão do take-away e do delivery, que a ideia foi ganhando forma. 

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“Isto era um espaço fechado que já pertencia à empresa, porque temos outros conceitos, e então pensámos em fazer qualquer coisa virada maioritariamente para o take away”, começa por contar Bruno Gomes, chef e responsável pela carta do restaurante. Se o sushi seria uma aposta segura, “porque já toda a gente conhece e funciona bem em take away”, o ramen “foi um tiro no escuro”. “Decidimos ver o que dá e a verdade é que deu”, diz, explicando que depois de ter estudado a zona percebeu que “na Amadora havia uma oferta muito diminuta de ramen”. 

“Agora já não é preciso ir a Lisboa para comer um bom sushi ou um bom ramen. Nós só deslocámos aquilo que as pessoas conhecem porque a verdade é que toda a gente frequenta Lisboa e temos clientes que nos dão esse feedback, que estão contentes por termos aberto aqui.”

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O restaurante, que no seu interior recria um beco japonês, está aberto há pouco mais de três meses, mas Bruno Gomes diz que ainda não está finalizado. “Isto é um work in progress constante e tem sido tudo feito por nós.”

Uma irreverência – sublinha o gerente Francisco Breyner – que começa no nome e acaba na mesa. E se é de pornografia que se fala, “podemos dizer que a parte do sushi até pode ser um pouco pornográfica”. 

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Há os habituais combinados, com 17 peças, que conforme o que for escolhido podem incluir sashimi de salmão e atum, nigiri, gunkan, uramaki. Distinguem-se entre o gomé san (14€), o sushi sake (14€) e o samurai XXX (15€), havendo ainda um combinado vegan (13€) com 17 peças apenas de base vegetal. À carta não faltam opções de sushi (2€-7€), com algumas combinações menos prováveis. “Quisemos fugir aos sabores mais doces e ao mainstream para que as pessoas possam encontrar aqui uma coisa contemporânea, respeitando sempre o arroz e o peixe”, explica Bruno, reforçando a importância do arroz, sempre feito no dia. 

E o ramen que também dá nome à casa? Há três. O tradicional tonkotsu (12€), o tonkotsu miso (12,5€) e o picante one punch ramen (13€). “A proteína, o hidrato e o caldo são o mesmo, só mudamos o tempero”, clarifica Bruno, explicando que todos os caldos levam porco chashu cozinhado lentamente e o ovo marinado segue a escrupulosa regra dos 5 minutos e 40 segundos (tempo de cozedura). 

Há ainda dois pokés (11€), de salmão e atum, e entradas como sopa de miso (2,5€), crepes vegetais spring roll (3,5€/duas unidades), gyosas de frango e vegetais ou vegan (4€/quatro unidades), ou um ceviche japonês de salmão, marinado em ponzu e servido com salsa de manga e chili (7€).

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Ao almoço há menus mais em conta, entre os 11€ e os 12€, que podem incluir bebida e entrada para conquistar quem trabalha na zona. “Até porque trabalhamos melhor ao jantar e queremos que isso aconteça também ao almoço”, diz Francisco Breyner.

“Não somos caros, mas também não somos baratos. A nossa relação qualidade/preço é do melhor que anda aí, e não tenho qualquer problema em dizer isso”, afirma Bruno, para quem o nome do restaurante é apenas um “desbloqueador”. “Nós queremos ser diferentes, as pessoas vão perguntar o que é, procuram no Google e ficam meio nervosas, mas depois no fim levam com comida boa. O nome não é mais do que um nome, que provoca, mas depois passa e vamos ao que interessa que é que a comida.” Mesmo assim não se livraram de levar com alguns curiosos à procura do verdadeiro hentai. “Já nos ligaram a perguntar se isto é mesmo hentai, se calhar à espera de um bodysushi”, brinca Bruno, não descartando ainda assim essa possibilidade no futuro. 

As entregas continuam disponíveis nas plataformas habituais e chegam a algumas zonas de Lisboa, além da Amadora. 

Rua Elias Garcia 398 (Amadora). Seg-Dom 12.00-15.00, 19.00-22.00

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