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À primeira vista, o novo M Bistro & Terrace, aberto desde Agosto no hotel Esqina, na rua da Madalena, onde antes morava o Static, um dos últimos projectos do chef britânico Shay Ola, é um restaurante formal, sofisticado. O ambiente da sala de jantar é escuro, com pontos de luz estrategicamente colocados juntos às mesas, os assentos são de veludo, a mesa está posta, e há obras do artista Mário Belém nas paredes. Só quando avançamos em direção ao pátio é que nos apercebemos da sua faceta mais descontraída. O sol brilha (apesar da chuva desta semana), a decoração é minimalista e bonita e o ambiente é descontraído. “Eu gosto da formalidade de certa forma, mas ao mesmo tempo também gosto de estar a discutir a bola no pátio, a beber uma cerveja e a comer uma gamba com a mão ou um hambúrguer. Quero que os nossos clientes tenham essa mesma atitude”, diz Tiago Drummond, que divide a chefia com o chef e amigo Dimas Cavallo.
Esta dupla já a conhecemos bem. No final do ano passado deram-nos a conhecer o Gambar, um restaurante dedicado às gambas e ao polvo no Cais do Sodré, e em Abril abriram o Alto, no Parque Eduardo VII, com uma carta de hambúrgueres e wrapinis. Em Paço de Arcos, estão ainda envolvidos na hamburgueria Blue Jeans, em Paço de Arcos.
“Provámos, com o Gambar, que a gamba e o polvo, quando bem-feitos, têm público. Trazemos esse conceito para cá, com algumas variações, para que seja um Gambar plus”, explica o chef Dimas. “Aqui, como tenho uma cozinha maior, posso fazer outras coisas que no Gambar não posso”, acrescenta.
Por estar inserido no Esqina, o M compromete-se a servir o pequeno-almoço a hóspedes e visitantes, mas a sua verdadeira essência sente-se ao almoço e ao jantar. No menu não faltam, então, as gambas e o polvo – as duas proteínas utilizadas no restaurante do Cais do Sodré – e hambúrgueres e snacks vindos do Alto, num menu reduzido e reservado à zona do terraço. Do Gambar trazem ainda o grelhador a carvão biológico.
A grande novidade são, porém, os pratos de bacalhau. “São o diferencial desta casa”, garante Dimas, dando-nos a provar o bacalhau do chef (25€), uma posta em cama de puré de batata com queijo, disponível apenas ao jantar.
Antes do bacalhau, atirámo-nos às gambas do chef (18€), exclusivas ao M, cozidas com manteiga de tequila para partilhar. “A minha visão como chef é pegar naquilo que é muito emblemático na cozinha portuguesa e dar-lhe um twist, uma alteração. Pode ter a mesma alma, mas num corpo diferente”, sublinha Dimas Cavallo. Seguiu-se um polvo à portugalega (19€), um encontro das receitas de polvo à galega com um toque português nos temperos, também para partilhar. Ainda antes do bacalhau, houve tempo para o polvo à chef (25€), um tentáculo em polme estaladiço de ervas e cerveja em cama de puré de batata com queijo e molho de tomate. A refeição termina com um toucinho do céu (5€). Para acompanhar tudo isto, como já é habitual nos restaurantes de Dimas e Tiago, há cervejas da Musa e também vários vinhos, entre os quais selecções da Quinta dos Carvalhido.
No futuro, os dois sócios querem aproveitar uma sala no piso de baixo, para já desocupada, para uma galeria de arte. O objectivo é apoiar artistas, dando-lhes palco, como fazem no Gambar e no Alto. “Quero criar, lá em baixo, uma zona onde se possa expor arte, um espaço cultural. Essa também é uma das razões pelas quais nos associamos ao hotel Esqina, partilhamos valores nesse sentido”, revela Tiago.
R. da Madalena 197 (Baixa). Seg-Dom 8.00-11.00, 12.30-00.00
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