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Rosamar
Ricardo Lopes

O Asiático fechou, o chef Kiko saiu – e o Rosamar nasceu

Dos mesmos donos do Javá, da Leonetta ou do Farès, o novo restaurante do Bairro Alto, perto do Príncipe Real, tem tanto de bonito como de surpreendente.

Cláudia Lima Carvalho
Escrito por
Cláudia Lima Carvalho
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Margaux Marcy e Pierre d'Andrimont deram-nos, nos últimos anos, alguns dos projectos gastronómicos mais vibrantes na cidade. Do Café Janis ao Farès, passando pelo Javá ou o Palma Cantina, todos eles se tornaram, em menos de nada, em sítios da moda, cheios de pinta e boa onda. O Rosamar, no lugar d’O Asiático do chef Kiko, no Bairro Alto, promete seguir o mesmo caminho. É bonito e vistoso, tem um terraço interior inesperado, e dá destaque ao peixe e aos pratos de mar. 

Rosamar
Ricardo Lopes

Quem conheceu o Asiático reconhecerá o espaço, mas notará as diferenças – e são algumas. Começam logo na entrada: se no restaurante de Kiko o balcão ficava à direita, agora é peça central. Os tons também são diferentes, estão mais claros e clássicos, quase saídos de uma paleta de cores de Wes Anderson. Passando o corredor, dificilmente se imaginaria sala mais luminosa. Dá ares de restaurante mediterrâneo, mas o foco está no produto português, ou melhor, na costa portuguesa. 

Rosamar
Ricardo LopesCroquetes de bisque de açafrão, aioli, tártaro de dourada, trufa e mandioca

“Adoro que ao entrar exista o bar e não esperas este ambiente atrás. Passas no corredor e entras nesta sala cheia de luz. Depois tens o terraço, super verde. É um sítio que eu acredito que funciona bem tanto de dia como de noite”, diz Pierre d'Andrimont, contando que foi durante a pandemia que apareceu a oportunidade de ficar com este espaço. “Para nós fazia todo o sentido fazer um restaurante de peixe porque sentimos que Portugal é um país incrível com uma costa e um peixe maravilhoso. Apesar de haver bons restaurantes de peixe em Lisboa, sentíamos que ainda faltava alguma coisa assim, um sítio bom com terraço. E isto servia perfeitamente ao conceito”, acrescenta. 

Mas não se espere da cozinha um receituário tradicional. Não é isso que fazem em nenhum dos seus projectos e não é isso que vão fazer aqui. “O nosso chef é mexicano e por isso há algum twist na cozinha.”

Rosamar
Ricardo LopesOstras clássicas e com molho de coco

A começar desde logo nas ostras, um dos grandes destaques na carta. Existem as clássicas (8,50€/três), ou seja, ao natural, mas também alternativas como as creamy coconut (9,50€/três), com coco, capim-limão, lima kaffir, habanero, alho e cebola branca. Os croquetes de bisque de açafrão, aioli, tártaro de dourada, trufa e mandioca (11€ /três) também são fruto dessa fusão, tal como as tostadas de polvo (9,50€/dois) ou as ameijoas com molho de coco (19€). Como seria de esperar num restaurante do género, não falham os pratos frescos como o sashimi de turbot (12€) ou o ceviche de lírio (14€). 

Rosamar
Ricardo LopesAmeijoas com molho de coco

Apesar de, por agora, funcionar apenas ao jantar, Pierre espera que o Rosamar abra em breve para almoços, até porque a carta é versátil, tal como o espaço, que promete vir a ocupar os feeds de Instagram e Tik Tok. “Acho que combina bem os dois ambientes, noite e dia. É um sítio onde te sentes bem. Seja para beber um copo e comer umas ostras, seja para um brunch ao fim-de-semana. Podes vir com a família ou com um date, serve vários propósitos e grupos”, justifica o responsável, revelando que está ainda a ser finalizada uma sala no piso superior, com capacidade para mais 40 pessoas. 

Rosamar
Ricardo LopesTerraço interior

No bar, logo à entrada, não se serve a carta completa, apenas ostras e pequenos snacks, que acompanham na perfeição os cocktails, outra aposta da casa. Com destaque para o pisco sour (10€), o moscow mule (9€), o espresso martini (11€) ou o bloody mary (10€).

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Ricardo Lopes

Se nos últimos quatro anos foram vários os projectos que abriu, todos eles diferentes entre si, Pierre garante que o Rosamar é o último. “Agora parámos. Em covid tivemos algumas boas oportunidades, mas agora estamos a focar-nos [nos negócios] que temos abertos, queremos manter a qualidade e melhorar algumas coisas. É nisso que vamos investir a nossa energia.”

Sendo que por mais distante que a cozinha possa ser entre os seus restaurantes, e o Rosamar fica exactamente ao lado do italiano Leonetta, também de Pierre e Margaux, há um factor comum a todos: “Tentamos sempre criar um bom sítio com ambiente, boa comida e bom serviço”. “Não dizemos que temos o melhor cocktail, a melhor comida de sempre, o sítio mais bonito de sempre, mas tentamos ter sítios onde se possa ter a melhor experiência possível. Que as pessoas se sintam em casa e felizes ao ir embora.” 

Rosamar
Ricardo LopesHá três opções de sobremesa, entre as quais estes churros

Contra as críticas de que possam abrir espaços a pensar no cliente estrangeiro e não tanto nos locais, Pierre desmistifica: “Não olhamos para o tipo de cliente, queremos que venham todos e sejam felizes”. “Claro que o Príncipe Real tem muitos turistas, mas o Rosamar serve a todo a gente e a verdade é temos um mix de clientes. Acho que essa é a ideia”, diz ainda o belga com a certeza de que comparando o Rosamar a “restaurantes do género noutras zonas da cidade mais baratas, o preço é o mesmo”.

R. da Rosa 317 (Bairro Alto). 914 414 299. Qua-Dom 19.00-00.00.

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