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O festival Irreverente leva para o palco o improviso da vida real

O Festival Internacional de Improviso de Lisboa arranca a 26 de Julho. O programa inclui desde espectáculos a workshops.

Raquel Dias da Silva
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Raquel Dias da Silva
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O Irreverente chegou a Lisboa em 2022 para unir a comunidade de improvisação nacional e promover a aproximação ao que se faz lá fora. A segunda edição do festival, que este ano troca o Centro Cultural de Moscavide pela Academia de Santo Amaro, arranca na próxima quarta-feira, 26 de Julho, e prolonga-se até dia 29, com uma programação que reúne improvisadores de mais de dez países e inclui desde espectáculos de teatro até workshops, mesas de debate e uma feira de arte.

“A nossa irreverência busca quebrar conceitos pré-concebidos, quanto à arte da improvisação e à arte que se compõe na contemporaneidade, [bem como] questionar e, principalmente, romper com a ideia de que as diferenças nos distanciam”, lê-se na nota de apresentação do evento, criado pelo improvisador português André Sobral, membro do grupo Improv FX e da rede europeia de improviso Ohana, e pela improvisadora e professora brasileira Luana Proença, dos grupos Saída Sul, no Brasil, e Lilimprov, em Portugal.

O festival começa às 17.30, com uma jam de dança, por Anna Russo e Jorge Wong, na Biblioteca de Alcântara, que vai receber todos os restantes workshops (27-29 Jul, Qui-Sáb 09.00-12.00) e mesas de debate (27 e 29 Jul, Qui e Sáb 17.30-18.30), assim como uma jam de teatro (28 Jul, Sex 17.30-18.30). Mas antes, às 12.30 de 26 de Julho, pode começar a assitir em directo ao primeiro dos quatro episódios de um podcast que vai ser realizado ao vivo, e em inglês, sob a batuta do improvisador espanhol Alfonzo Garzas, que convoca diferentes convidados a falar sobre o seu trabalho de improvisação em várias artes de palco, do teatro à dança e à música.

Durante os quatro dias do festival, há também uma feira de arte na Academia de Santo Amaro, sempre a partir das 19.00, com shows de circo e música. Já no que diz respeito aos espectáculos, a acontecer no mesmo local, há sempre quatro por noite, de três minutos cada, entre as 20.00 e as 23.00: o inglês será a língua mais falada, mas também há propostas em português e sem palavras. Em 16 peças de improvisação, sete são portuguesas ou em colaboração com performers de Portugal. Há ainda improvisadores de França, Brasil, Grécia, Polónia, EUA, Canadá, Bélgica, Países Baixos, Alemanha e Israel.

No primeiro dia, 26 de Julho, destaca-se, por exemplo, a proposta dos Affirmative Reaction, que vêm do Canadá para dar vida aos seus segredos, com Don’t Tell Our Parents. Antes de começar, o grupo convida o público a escrever qualquer coisa que os seus pais ou mães, ou ambos, não sabem e a deixar o seu papelinho numa “caixa de segredos”, que vão servir de inspiração para o improviso.

No dia seguinte, 27 de Julho, os mais novos são convidados a vibrar com as actrizes Rita Cruz, Filipa Duarte e Joana Castro, que acompanhadas pelas musicistas Maria Campos (baterista), Ana Roque (baixo) e Mariana Rosa (guitarra), apresentam a Commedia a La Carte Kids. Com encenação de Gustavo Miranda, o espectáculo é composto por improvisações para o melhor dia e pior dia de uma pessoa, a partir de informações cedidas por diferentes espectadores.

Se tiver mais do que metro e meio, não se preocupe, que na quinta-feira também há peças para os mais crescidos. Por exemplo, em COSMOSIS (Isaac explores the multiverse!), Isaac’s Brain is Very Crowded (nome artístico, claro) apresenta um “solo improvisado épico de ficção científica, inspirado em músicas pós-rock e bandas sonoras de filmes nerds (e décadas conversando com o vazio)”, como se lê na folha de sala.

Na sexta-feira, 28 de Julho, o primeiro a subir a palco é André Sobral, com a 1.ª Vez, um espectáculo de improviso em que um actor, um músico e um luminotécnico dão vida a histórias da vida real, sobre – óbvio – primeiras vezes. Seguem-se outras três performances, incluindo a do grupo We’re both Gabe, que encerra as apresentações com H.U.M.A.N.S., um improviso sobre seres do planeta ficcional Observer, que recontam e reencenam momentos da cultura humana para seu próprio entretenimento.

Por último, mas não menos importante, sábado, 29, arranca com os Ervilha no Topo do Bolo, que – partindo de uma proposta do público – improvisa uma cena em que as personagens, objectivos e acções são adequadas ao espaço e à arquitectura em que a cena decorre; e termina com as Huntress and Healer, num espectáculo que explora as coisas aparentemente contraditórias da vida e, mais especificamente, as qualidades que são consideradas incompatíveis com a natureza feminina.

A programação completa pode ser consultada online, no site do Irreverente, onde também está disponível informação adicional sobre os vários grupos de improvisos que terá oportunidade de ver ao vivo. Os workshops custam entre 40€ e 80€ e os espectáculos 20€ cada (por 60€, poderá ver os 16). Tudo o resto é de entrada livre.

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