A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar

O grande mural de Vhils em Alcântara foi destruído

Cláudia Lima Carvalho
Escrito por
Cláudia Lima Carvalho
Publicidade

Já é difícil pensar na Avenida da Índia sem este mural, o rosto que Vhils que deixou à cidade em 2014. Um rosto envelhecido, anónimo, na parede da antiga fábrica da Sidul, junto à LX Factory, que desaparece agora para dar lugar a um mega empreendimento urbanístico.

O jornal Público já tinha avançado esta semana que as demolições no edifício devoluto tinham arrancado e Vhils confirma agora que o seu mural foi destruído. Foi no Instagram que o artista publicou este sábado três fotografias com uma curta legenda: “Nothing Last Forever” (Nada Dura Para Sempre). Acompanham as hashtags: #vhils#defacing #destroy #lisbonchanging #erasing #scratching #theonlywaytobuff.

Numa das imagens publicadas por Alexandro Farto vê-se uma máquina a destruir o mural e o rosto já sem um pedaço. A publicação tem já centenas de comentários, todos eles unânimes, entre o lamento e a incredulidade.

View this post on Instagram

Nothing Last Forever #vhils #defacing #destroy #lisbonchanging #erasing #scratching #theonlywaytobuff

A post shared by Vhils (@vhils) on

Este mural existia desde Junho de 2014 quando Vhils ali deixou a sua marca como parte integrante da exposição a solo “Dissecção” que esteve no Museu da Electricidade entre Julho e Outubro desse ano. Ironicamente, Vhils reflectia nesta mostra sobre a memória colectiva das cidades e as histórias dos seus habitantes.

“Verifica-se um desenvolvimento acelerado e imparável, associado à necessidade de crescimento, mas, ao mesmo tempo, perdem-se, pelo caminho, muitas coisas”, contava então o artista ao Público.

Os rostos anónimos são daqueles que ali fizeram vida, como o caso deste que agora desapareceu.

No lugar da antiga fábrica da Sidul vão nascer agora dois edifícios de oito andares destinados a escritórios e habitação num investimento que será “bastante superior a cem milhões de euros”, como escreve o jornal diário.

De recordar que já em 2016 Vhils viu três dos seus murais, feitos em parceria com o artista italiano PixelPancho, serem destruídos quando o edifício de Santa Apolónia foi destruído na construção do novo terminal de cruzeiros de Lisboa.

+ Vhils em Lisboa: o roteiro perfeito

+ Mário Belém e a arte urbana: "A efemeridade é uma condição de pintar na rua"

Últimas notícias

    Publicidade