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O hotel do Centro Cultural de Belém vai finalmente acontecer

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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Dizemos finalmente porque o projecto inicial já incluía a criação de um hotel e também de uma galeria comercial. A apresentação do chamado CCB New Development aconteceu esta quarta-feira com a presença de alguns ilustres.

O concurso público internacional para a construção dos chamados módulos 4 (hotel) e 5 (galeria comercial) do Centro Cultural de Belém (CCB) vai ser lançado esta quinta-feira. A Fundação Centro Cultural de Belém (FCCB) irá proceder à subcessão por 50 anos dos terrenos em causa. Subcessão porque a FCCB não é a proprietária dos terrenos, que pertencem ao Estado, mas tem direito de superfície perpétuo sobre eles.

Actualmente o CCB é um Monumento de Interesse Público constituído por três módulos: Centro de Reuniões, Centro de Espectáculos e um Centro de Exposições, o actual Museu Colecção Berardo. Mas o projecto inicial previa mais dois módulos: um hotel e uma galeria comercial. A improvável rentabilidade desses espaços atirou-os para fora da equação, mas 25 anos volvidos o cenário de Lisboa, e do país, mudou radicalmente de figura. O interesse crescente de investidores e promotores internacionais pela capital é uma espécie de namoro sem fim à vista. Aliás, Fernando Medina, que esta quarta-feira se juntou à mesa, assinalou que alguns deles estavam mesmo na plateia da Sala Luís de Freitas Branco, no CCB.

Sentiu-se a falta de pelo menos uma ilustre figura da cidade intimamente ligada ao Centro Cultural de Belém (CCB). Manuel Salgado –  actual vereador dos pelouros do Planeamento, Urbanismo, Património e Obras Municipais – foi um dos arquitectos responsáveis pelo projecto deste centro cultural, juntamente com o arquitecto italiano Vittorio Gregotti, que logo no ano de inauguração (1993) venceu o Prémio Internacional de Arquitectura em Pedra.

modulos do ccb

A superfície para a construção do futuro hotel tem 16330m2 e a unidade terá de obedecer a alguma regras, como seguir a linha arquitectónica existente, ter no mínimo quatro estrelas e desenvolver, pelo menos, dois produtos complementares: hotel e apartamentos com serviços. Poderá ainda contemplar a realização de eventos de cariz social. Isto no Módulo 5.

Por outro lado, o Módulo 4, ligado a actividades comerciais e económicas, será construído numa superfície de 7170m2 e terá como âncora principal a restauração, que deverá ocupar entre 40% a 70% do espaço. Os restantes serviços deverão ter uma ligação à cultura portuguesa e dar resposta às tendências de procura, tanto de turistas como de residentes.

Para Elísio Summavielle, presidente da FCCB, este projecto dotará a cidade de uma nova centralidade e permitirá a captação de receitas para a fundação que assim terá um futuro mais sustentável. “Sabemos que a conjuntura está favorável e que há interesse. O que era wishful thinking agora é uma realidade”, constatou entusiasmado. 

Fernando Medina mostrou-se satisfeito em ver o projecto avançar: “O país e a cidade têm de saber aproveitar a conjuntura. Seria um erro trágico não aproveitarmos este momento único”, defendeu. Também presente esteve a ministra da Cultura, Graça Fonseca, que sublinhou a importância do cruzamento das pastas da economia e cultura. “Precisamos de olhar para a política pública da cultura de forma intersectorial”, defendeu. “É um cruzamento muito visível e para nós um projecto emblemático entre áreas importantes”, concluiu com o desejo de que as futuras propostas sejam “tão extraordinárias” como a de há 25 anos.

módulos ccb

O CCB recebe actualmente uma subvenção anual do Estado na ordem dos sete milhões de euros, mas segundo o presidente da fundação só em despesas fixas (da água aos salários) são gastos cerca de oito milhões por ano. “A actividade comercial permite manter as contas equilibradas e uma programação de interesse público. Não é lucrativo à partida”, explicou Summavielle, acrescentando que “tudo o que possa vir, vai permitir à FCCB uma maior sustentabilidade e uma maior ambição internacional de missão pública deste magnífico momento”.

E o que virá é uma renda anual para o vencedor do concurso internacional, cujo valor mínimo proposto começa nos 900 mil euros, uma parte muito importante no processo da candidatura. 65% da avaliação final da nota do júri estará ligada ao valor proposto e ao conforto financeiro da entidade vencedora e 35% da nota andará à volta das condições técnicas.

Quanto a prazos, Elísio Summavielle estima que tudo possa estar pronto num prazo de quatro anos.

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