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chuva em lisboa
Fotografia: Arlindo Camacho

O Inverno está a chegar. No próximo domingo, a hora muda

Na madrugada de sábado para domingo, 30 de Outubro, voltamos ao horário de Inverno. Todos os relógios atrasam 60 minutos.

Raquel Dias da Silva
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Raquel Dias da Silva
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A mudança da hora, em Portugal continental e na Madeira, acontece na madrugada de sábado para domingo, 30 de Outubro, às 02.00 (passa para a 01.00). Nos Açores, a mudança é à 01.00, com os relógios a atrasar para a meia-noite. E, já sabe, não vale a pena ficar aborrecido. A descida das temperaturas e o regresso dos dias de chuva, que têm dado ar de sua graça, são a desculpa perfeita para se atirar a maratonas caseiras de cinema, aprender a fazer pão ou pôr a leitura em dia.

O actual regime de mudança da hora é regulado por uma directiva europeia de 2000, segundo a qual todos os anos ocorre a mudança de hora bianual. Em 2018, a Comissão Europeia propôs a sua revisão, na sequência de uma consulta pública realizada durante o Verão e na qual 84% dos inquiridos afirmaram estar a favor de se acabar com as mudanças de hora sazonais. A posição do governo português quanto à possível abolição do horário bianual tem sido sempre a de manter o regime ainda em vigor. E, segundo o Observatório Astronómico de Lisboa, a Comissão Europeia anunciou a continuação da mudança sazonal da hora em finais de Abril de 2021.

Mas quem é que se lembrou de mudar de hora? E para que serve?

Aplicada em plena Primeira Guerra Mundial, para economizar energia e combustível, a ideia de adiantar o relógio uma hora no Verão para aproveitar a luz natural remonta a 1784. O denominado Daylight Saving Time foi sugerido pela primeira vez por Benjamin Franklin, numa carta publicada em The Journal of Paris, em que defendeu a rentabilização da hora solar com recurso a cálculos sobre a quantidade de velas que seriam poupadas se todos fossem mais madrugadores.

Anos mais tarde, em 1905, o construtor britânico William Willet voltou a sugerir o adiantamento dos relógios, mas foi na Alemanha – e não em Inglaterra – que o horário de Verão foi adoptado pela primeira vez, a 30 de Abril de 1916. Portugal começou a respeitar a mudança de hora nesse mesmo ano, embora tenha interrompido a prática inúmeras vezes.

Actualmente, a alegada poupança energética está a ser posta em causa pelos peritos que subscreveram a Declaração de Barcelona sobre Políticas de Tempo, assinada em Outubro de 2021 por mais de 70 instituições internacionais, como a Alliance for Natural Time (Aliança Internacional para uma Hora Natural), a European Biological Rhythms Society (Sociedade Europeia de Ritmos Biológicos) e a European Medical Association (Associação Médica Europeia).

A ideia é que todos os países da União Europeia acabem com a mudança de hora na Primavera (a chamada hora de Verão, UTC+1, em que os ponteiros são adiantados 60 minutos) e continuem com a hora de Inverno (UTC+0). Os países cujo fuso horário recomendado é a sua hora padrão actual não teriam de fazer alterações. Numa segunda fase, os países cujo fuso horário continua sem corresponder à hora padrão, como Portugal, Espanha, Bélgica França, Grécia, Irlanda, Luxemburgo e Países Baixos, atrasariam uma última vez os ponteiros do relógio no outono (UTC-1), para poderem adoptar o fuso horário recomendado.

Segundo o Observatório Astronómico de Lisboa, a quem foi pedido um parecer ainda em 2018, manter apenas a hora de Inverno significava ter “o sol a nascer perto das 05.00 na altura do Verão, ou seja, uma madrugada de sol desaproveitada seguida de um final de tarde com menos uma hora de sol, factores que não são positivos nas actividades da população”. Em contrapartida, mantendo a hora de Verão todo o ano, “o sol nasceria entre as 08.00 e as 09.00 durante quatro meses do ano, no Inverno, com impactos negativos”, nomeadamente nas deslocações para o trabalho e para a escola, que seriam feitas com pouca luz.

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