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Sheet-1
© Francisco Romão Pereira

O luxo mora aqui, mas tem de tocar à campainha

Tem sido, provavelmente, o segredo mais bem guardado do roteiro de compras lisboeta. Entrámos na Sheet-1 e perdemo-nos nesta cave dedicada à moda de luxo.

Mauro Gonçalves
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Mauro Gonçalves
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Quando nos deparamos com a grande porta vermelha não restam dúvidas – algo nos tem estado a escapar. A Sheet-1, a poucos metros do Jardim das Amoreiras, pode ter passado despercebida durante mais de dois anos (abriu em Outubro de 2020), mas uma vez aqui só há uma coisa a fazer: tocar à campainha.

A porta abre em poucos segundos, mas a leitura do espaço não é imediata. Numa instalação que junta moda e escultura, ressaltam as cores da última colecção da Marni – tons quentes e primaveris que sobressaem sobre o branco das paredes. No chão, uma carpete de pêlo longo acentua o contraste entre a brancura de uma quase galeria e o colorido ditado pelas tendências. David Wojtowycz é o nome que falta introduzir. Artista de origem ucraniana radicado em Lisboa criou três peças igualmente vibrantes – pilhas de plástico derretido, construídas a partir de objectos que já ninguém quer.

Sheet-1
© Francisco Romão Pereira

O espaço, que se quer sempre dedicado a uma marca de luxo e a um artista convidado, muda periodicamente. Depois de alimentado o Instagram, é no piso de baixo que a febre das compras dispara. “Trabalhamos com marcas estabelecidas, mas também com designers mais progressistas.” A introdução é feita por Rune Park, um dos fundadores desta boutique. De origem sul-coreana, trocou Copenhaga por Lisboa. Há mais de 20 anos que trabalha na indústria da moda. Robby Vekemans, a outra metade da dupla, é belga e tem uma carreira igualmente longeva. “Na verdade, temos dois negócios. Fazemos consultoria e estratégia para marcas de moda de todo o mundo. Depois, abrimos esta loja, onde vendemos a clientes finais e onde trabalhamos com marcas e fornecedores com os quais já lidamos no outro segmento”, esclarece Robby.

Burberry, Versace, Moncler, Comme des Garçons, Courrèges, Jil Sander, Margiela, Marc Jacobs e Proenza Schouler, Issey Miyake e Moschino – breve pausa para recuperar o fôlego – Raf Simons, Simone Rocha, Thom Browne, Ganni, Yohji Yamamoto, Acne Studios, Junya Watanabe, Jacquemus e Lanvin. Pelo meio, umas quantas etiquetas de nova geração, caso da francesa Marine Serre, dos mediáticos Coperni, do búlgaro Kiko Kostadinov e da dinamarquesa Cecilie Bahnsen.

Sheet-1
© Francisco Romão Pereira

O cenário é de um recreio para apreciadores de moda de luxo, com peças statement como os canídeos de Thom Browne, as Mary Jane de Donatella Versace ou a já icónica Paquito da Jacquemus. “É um recreio, mas também um laboratório para testar coisas novas e brincar com as marcas, como acontece na instalação lá em cima. Não somos aquela boutique tradicional onde as coisas ficam penduradas durante a estação inteira à espera de serem vendidas. Está tudo em constante movimento e rotatividade”, explica Vekemans. A cada dez dias, novas peças são postas nos expositores, embora a loja online concentre sempre todo o catálogo. Outras marcas só podem ser encontradas aqui, na loja física.

Somam-se tesouros que só os fashion insiders vão saber reconhecer – como os óculos de sol Matsuda, ainda feitos à mão em Tóquio, ou a esquiva The Row, marca das irmãs Mary-Kate e Ashley Olsen – e ainda edições e colaborações raras de marcas como a Vans, a Converse, a Birkenstock ou a Reebok. A mesma ideia de exclusividade estende-se ao atendimento. A porta está fechada, garantia de privacidade para figuras públicas. Rune e Robby sabem o que estão a fazer, afinal foram também os responsáveis por um outro projecto lisboeta na área da moda, a Tem-plate. Por aqui, o luxo está prestes a ganhar mais espaço – a Sheet-1 vai crescer para mais um piso até ao final do ano.

Travessa da Fábrica dos Pentes, 10A (Amoreiras). 912 441 722. Seg-Sáb 10.00-18.00.

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