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A ModaLisboa regressou ao Pavilhão Carlos Lopes menos iluminada que na última edição, muito por causa dos alertas da Protecção Civil a propósito do mau tempo, mas com Sangue Novo com prémios e menções honrosas, e uma rave.
Enquanto na rua havia um vendaval de fazer abanar as tendas montadas à porta do Pavilhão Carlos Lopes – onde estão o Wonder Room ou a Workstation – lá dentro, uma sala de desfiles com uma organização diferente, a permitir mais lugares, e as colecções para o Inverno de 2019 a despontar a combinar com o tempo. Filipe Augusto, que na última edição ganhou um lugar no festival holandês Fashion Clash, voltou a ser premiado, desta vez pela ModaLisboa, dando-lhe entrada directa para o próximo Sangue Novo, para um curso numa escola de moda italiana, a Domus Academy, e uma bolsa de cinco mil euros. Rita Sá ganhou a ida ao Fashion Clash e uma menção honrosa, o estreante uruguaio Federico Protto também teve direito a menção honrosa e Inês Nunes do Valle, outra estreante, ganhou o prémio da concept store Feeting Room, que trata da produção e venda da colecção no seu espaço.
A noite continuou na mesma sala – o último desfile do dia, da marca Morecco de João Magalhães, estava previsto ser na Estufa Fria mas mudou-se para a sala principal por causa do tempo frio e chuvoso – com Carolina Machado e Duarte, da plataforma de micromarcas LAB e o regresso de Aleksandar Protic.
Seleccionámos os melhores looks da noite na passerelle.
Inês Nunes do Valle
A estreia de Inês Nunes do Valle não passou despercebida – até porque foi a designer seleccionada para ter a sua colecção à venda nas lojas The Feeting Room. I’m in the wrong joke é uma colecção feita de justaposições, de contrastes fortes onde o vermelho é a jóia da coroa. Sem esquecer os puffy jackets oversized – daqueles que queríamos ter no armário.
Filipe Augusto
De luvas de borracha cor-de-rosa, uma espécie de batalhão de modelos prontos para a faxina moderna deram a Filipe Augusto entrada directa para a próxima edição de Sangue Novo. O designer viajou até ao Douro para repescar a tradição das colheitas, num jogo de cores que combina com a das estações do ano, assumindo o ciclo natural das coisas. Os cestos das vindimas não foram esquecidos, e Filipe Augusto serviu-se deles para fazer malas e embuti-los numa espécie de colete.
Rita Sá
Tudo é azul, dos pés à cabeça, um azul que Rita Sá diz remeter para as sacas plásticas descartáveis. O desfile decorreu numa gradação de conjuntos, dos mais simples aos mais elaborados com entrelaçados, volumes e silhuetas com tecidos mais leves.
Carolina Machado
Lana Del Rey, o drama erótico Love de Gaspar Noé ou a entrevista de Eartha Kitt csobre amor e compromisso deram o mote para a colecção Passionate de Carolina Machado. Na passerelle teve mangas balão e cinturas bem marcadas. Um dos tecidos e conjuntos mais bonitos da noite foi este com transparências e veludo preto, a alongar a silhueta.
Duarte
Ana Duarte apresentou peças para mulher e para homem numa viagem aos anos 20, principalmente ao nível dos penteados, que misturou peças mais justas com malhas oversize. É um conceito de “sporstwear luxury, explica, com detalhes de pelos de ovelha e coelho. Os coordenados masculinos estavam especialmente bem construídos.
Aleksandar Protic
Estação sim, estação não, há presença de Aleksandar Protic. Desta vez com um desfile todo a negro, com vestidos femininos ou mais estilo túnica, mas sempre confortáveis, muito por causa da lã que privilegiou para esta colecção.
Morecco
A encerrar o primeiro dia, uma rave na sala de desfiles, com neóns e muitas luzes fluorescentes. João Magalhães quis criar uma “experiência imersiva” com a música techno, uma das maiores inspirações do criador, e dar a oportunidade ao público de ver as suas peças de perto. Os modelos, todos de perucas coloridas, dançaram ao máximo nesta glow party e embora a luz negra não tenha permitido a total absorção das cores das peças no momento, eram todas com tons fortes e com muito movimento.