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O novo Vale Perdido não é um festival, é “uma aventura sonora”

O ambicioso ciclo de concertos arranca esta quarta-feira, na Igreja de St. George, e prolonga-se até domingo, na sala Lisa. Com uma baixa de peso: Joanna Sternberg.

Luís Filipe Rodrigues
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Luís Filipe Rodrigues
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“Uma aventura sonora cuidadosamente desenhada durante os últimos meses”. É assim que, no Instagram, os responsáveis pelo Vale Perdido descrevem o ciclo de concertos que arranca esta quarta-feira, na Igreja de St. George, passa pelo 8 Marvila e termina no domingo à noite, na Lisa. Os dois programadores e impulsionadores da ideia, Joaquim Quadros e Sérgio Hydalgo, a quem mais tarde se juntou Gonçalo Blanco, referem-se ao mais recente projecto como sendo um “não festival”, com “canções, música mais imersiva, África ritual, da tradição e do futuro, rave e catarse”. “A ideia sempre foi sempre conseguirmos fazer acontecer um evento que desvirtuasse a ideia per se de vários palcos, dezenas de artistas e muita informação. Quisemos ser mais cuidadosos”, diz Joaquim Quadros, outrora da Vodafone FM e hoje um dos donos do Vago e da Lisa.

A programação tinha sido pensada para cinco dias, “com princípio, meio e fim”, para que o público pudesse “experienciar tudo, com tempo e energia”, nas palavras de Sérgio Hydalgo. “Queremos que esteja disponível para a descoberta”, avisa o programador independente, que passou mais de uma década na Zé dos Bois e agora colabora regularmente com o B.Leza. O concerto de Joanna Sternberg nessa sala, com a portuguesa Maria Reis na primeira parte, era um dos mais aguardados do festival, mas foi cancelado na sequência de um diagnóstico de covid-19. Uma baixa de peso que forçou a organização a passar as canções indie da vocalista e guitarrista de Pega Monstro para a última noite do festival, na Lisa, que promove o encontro de Gabriel Ferrandini – um dos mais imaginativos bateristas e compositores do jazz e da música portuguesa de agora – com Xavier Paes – artista radicado no Porto com ligações à fervilhante Favela Discos. Há ainda um DJ set de A:di.

Na falta do B.Leza, a Lisa é a única sala deste “não festival” onde se ouve músicas todas as semanas. “Queríamos um sítio impactante e que trouxesse um ideal ritualístico, celebratório. O Polido e o FUJI||||||||||TA são artistas que provocam imaginários visuais de forma forte. [Escolhemos] a Igreja St. George por ser das poucas em Lisboa onde podem ser realizados concertos de música não religiosa. E achámos sexy um festival nascer num cemitério”, começa por descrever Joaquim Quadros. “O 8 Marvila alinhou-se quando pensámos em descentralizar do outro lado da cidade, porque tem pulso de novidade e, acima de tudo, tem capacidade para um número mais livre de pessoas e um carácter cru, industrial. Naturalmente, um cenário que encaixa bem para as propostas de sexta e sábado”, continua o patrão da Lisa.

De entre essas propostas, destacam-se os Nihiloxica, filhos do Uganda com ligações às louváveis editoras Nyege Nyege e Crammed Discs, que vêm a Portugal apresentar os temas de Source Of Denial (2023). “Mas gostávamos que o público viesse ver Nihiloxica, ficasse para descobrir um dos tesouros da nossa cidade, as Batucadeiras das Olaias, e ainda estivesse disponível para dançar com a Kléo”, aponta Sérgio. Já Joaquim Quadros sugere o set de Luke Vibert, no sábado, para “quem quer rave e catarse”. “Sou muito fã dele há anos e tem uma pegada gigante na música clubbing que ouvimos hoje. Todos os DJs que lá tocam na mesma noite o têm como referência também”, remata.

Vários locais (Lisboa). 15-19 Nov (Qua-Dom). 10€-30€

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