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O Pátio das Antigas: O Monte Carlo, uma lenda do Saldanha

Aberto em 1955, o Café-Restaurante Monte Carlo é contemporâneo do vizinho e congénere Monumental. Situado mesmo junto ao Saldanha, foi um dos mais emblemáticos e frequentados da zona, e de Lisboa. Encerrou no final dos anos 80.

Escrito por
Eurico de Barros
Monte Carlo
DR | Monte Carlo
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Faz agora 70 anos, em 1955, foi inaugurado na Avenida Fontes Pereira de Melo, mesmo a chegar ao Saldanha, o Café-Restaurante Monte Carlo, paredes meias com o seu congénere Monumental, aberto também nesse mesmo ano e incluído no edifício do imponente Cine-Teatro Monumental. Ocupando o espaço onde tinha estado a Pastelaria Fradique, o Monte Carlo formava, com o Monumental e A Paulistana, este situado no lado oposto da avenida, um emblemático trio de cafés da zona do Saldanha.


O Monte Carlo era um mundo em si. À entrada, havia um porteiro fardado e uma das melhores tabacarias de Lisboa (antes do 25 de Abril, até se lá comprava a Playboy por baixo do balcão…). Tinha bilhares e barbearia e jogava-se lá xadrez, damas e cavalos. O restaurante servia o famoso Bife à Monte Carlo e foi o primeiro a ter comida indiana na capital, caso de um muito popular Balchão de Gambas. Além dos habitués, alguns dos quais passavam lá o dia, chegavam de manhã e só saíam quando as portas fechavam, bem depois da meia-noite, o Monte Carlo era frequentado por tudo que era artista, intelectual, jornalista, toureiro, desportista e político, do regime e da oposição. Toda a gente lá cabia, até alguns excêntricos conhecidos. A demolição do Monumental, em 1984, e a consequente desolação do Saldanha, ditaram a decadência do Monte Carlo, que fechou no final dessa década. Hoje está lá uma loja de roupas.

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