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O Pátio das Antigas: o prédio do Bezelga farmacêutico

Construído no início do século XX, o prédio conhecido pelo nome do excêntrico farmacêutico, poeta e republicano militante que lá morava e onde tinha a sua farmácia, a maior de Lisboa na altura, ardeu em 2018.

Escrito por
Eurico de Barros
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Sucede por vezes um prédio tornar-se conhecido pelo nome do seu construtor ou do proprietário, ou de alguém conhecido ou extravagante que lá mora ou tem uma loja. Foi precisamente o que sucedeu com o prédio do Bezelga, que estava situado desde o início do século passado no gaveto da Avenida Almirante Reis com a Rua Andrade.

Além de proprietário da farmácia com o seu nome que havia no edifício (o único da capital que foi concebido para albergar a dita e os seus símbolos, lavrados na cantaria) e que foi a maior de Lisboa no seu tempo, João Bezelga, que vivia no terceiro andar, era também um republicano ferrenho, fundador de jornais de intervenção política, literários e de humor, poeta e uma figura excêntrica, conhecida em toda a cidade pelas suas tiradas espontâneas e divertidas, e pelas muitas anedotas verídicas que protagonizou.

Não admira, portanto, que o prédio em que morava e tinha a sua grande farmácia fosse conhecido pelo seu nome. João Bezelga acabou por enlouquecer e morreu internado num hospício de Lisboa. Os bonitos adornos do topo do edifício foram retirados na década de 60, e no lugar da farmácia, mais ou menos pela mesma altura, passou a existir um bar, tendo sido preservada a simbologia farmacêutica na entrada. Depois do 25 de Abril, o bar deu lugar a um fast-food. O prédio do Bezelga acabou por ser destruído num incêndio, em 2018.

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