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OUT.FEST, margem de certa zoeira

O festival do Barreiro regressa ao formato habitual, de quarta-feira a sábado, e traz a Portugal artistas que prosperam nas margens do mainstream global.

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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Depois de uma edição atípica no annus horribilis de 2021, o festival internacional de música exploratória do Barreiro está de volta ao formato habitual, com os concertos espalhados por vários locais do município e concentrados em meia semana, concretamente entre quarta-feira e sábado. O programa abre com a apresentação da instalação A Segunda Natureza, de Rita Santos, às 16.00 no Sol-Pôr. A artista sonora do Barreiro é a mais recente bolseira da OUT.RA, a associação cultural que organiza o OUT.FEST (não confundir com o OUT///FEST de Cascais). Segue-se um concerto de Will Guthrie & Ensemble Nist-Nah, nas Oficinas CP, às 17.30. Depois do jantar, pelas 21.30, a organização convida toda a gente para uma conversa informal com Will Guthrie na Sala 6.

Na noite seguinte, todos os caminhos vão dar à SIRB “Os Penicheiros”. Nicole Mitchell é a primeira a tocar, às 21.30. Nascida em Nova Iorque mas com carreira feita em Chicago, a flautista é um nome essencial do jazz deste século e a primeira mulher a presidir a determinante Association for the Advancement of Creative Musicians. Chega ao Barreiro dois meses depois de uma apresentação em duo com Moor Mother no Jazz em Agosto. Será um dos grandes momentos do festival – certamente não o único. E pouco depois, pelas 22.15, escuta-se o jazz livre e feérico de Amirtha Kidambi, com os Elder Ones.

Na sexta-feira, o dia começa às 17.00, com uma conversa entre Amirtha Kidambi e o crítico e músico experimental britânico David Toop, na Biblioteca Municipal. Passada hora e meia, no mesmo sítio, vai ser possível ouvi-lo tocar sozinho. A festa continua na ADAO, com o encontro entre o noise de Cavernancia e a música contemporânea de Maria da Rocha, às 21.30; a indie-pop dos bar italia, às 22.15; as improvisações jazzísticas de Eve Risser, às 23.00; o free-punk dos Sereias, às 23.45; a lendária artista japonesa Phew, às 00.30; e, por fim, à 01.15, a materialização em palco da colaboração entre o rapper Ecko Bazz e STILL. A noite termina no Gasoline, a partir das 02.00, com sets de DJ Narciso e DJ Haram.

Por fim, no sábado, os concertos espalham-se por toda a cidade ao longo da tarde. Poly Vuduvum (duo das artistas Diana Policarpo e Marta Ângela, conhecida pelo trabalho com Von Calhau!) e Usof apresentam-se na SIRB “Os Penicheiros”, respectivamente às 16.00 e 17.45. Já o Largo do Mercado 1.º de Maio recebe Má Estrela, nova e crucial banda liderada pelo saxofonista Pedro Sousa, a operar na intersecção do dub, do jazz e do footwork, a partir das 16.45; e depois George Silver & Gold, às 18.40. Ao mesmo tempo, na Sala 6, tocam Dibuk (17.00) e Ece Canlı (18.00); e na Biblioteca Municipal há concertos de Luís Fernandes (16.15), Dies Lexic (17.15) e claire rousay (18.15), nome fundamental da música ambiental contemporânea, a trabalhar num nível muito acima dos seus pares.

À noite, todos os caminhos voltam a conduzir à ADAO. Logo às 21.30, vai ouvir-se a música exploratória da portuguesa Carincur; às 22.15 é a vez do cruzamento das electrónicas de Burnt Friedman com as percussões de João Pais Filipe, já documentado este ano em Automatic Music Vol​.​1​ – ​Mechanics Of Waving; a partir das 23.00 escuta-se Audrey Chen; seguem-se Richard Dawson & Circle, com a sua improvável e hipnótica fusão entre a folk britânica e o metal finlandês, às 23.45; e o hip-hop industrial e violento dos Prison Religion, às 00.30. Passado um bocado, o pioneiro do footwork RP Boo encerra o palco, mas a festa continua no Gasoline, com Pisitakun e Violet. Até às tantas.

Vários locais (Barreiro). Qua 5-Sáb 8. 8€-30€

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