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PlayStation VR2
©2023 Sony Interactive Entertainment LLCPlayStation VR2

PlayStation VR2: nunca o virtual foi tão real

Já está à venda o novo equipamento de realidade virtual da Sony. E a evolução é quase tão extrema como foi a passagem da PlayStation original para a PS2, há duas décadas.

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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Depois de umas primeiras e fugazes tentativas e apostas goradas, em meados da década de 90, as empresas de videojogos pareciam ter desistido da realidade virtual. Ao longo dos últimos dez anos, contudo, temos assistido a um renovado interesse no meio, a reboque dos avanços da engenharia. Mesmo assim, a tecnologia ainda está longe de ser ubíqua ou consensual, por razões económicas – os bons equipamentos custam caro – e até fisiológicas – muitos sentem-se indispostos ao fim de poucos minutos e não são capazes de usufruir da experiência. O novo sistema PlayStation VR2 não resolve o primeiro problema, mas consegue minimizar o segundo. E esta é só a primeira boa notícia.

O PlayStation VR2 só está à venda desde esta quarta-feira, mas vários jornalistas passaram as últimas duas ou três semanas imersos nesta realidade virtual, aos comandos de equipamentos cedidos pela Sony. Este que vos escreve nunca tinha conseguido passar mais do que 20, 30 minutos com um capacete ou óculos do género na cabeça sem se sentir compelido a esvaziar o estômago – até agora. Tendo em conta que outros jornalistas, como Keza MacDonald, a editora de videojogos do jornal de referência britânico The Guardian, continuam a queixar-se deste problema, é possível que o mérito não seja todo da Sony. Mas, a julgar por outros relatos, fica evidente que algo mudou.

É possível que isto se deva à nova tecnologia no interior do dispositivo, que segue os olhos do jogador, muda os planos e foca as imagens de acordo com o sítio para onde estamos a olhar. Ou à maior qualidade dos ecrãs OLED, com resolução 4K (2000x2040 píxeis em cada lente) e alto alcance dinâmico, além de apresentarem 120 frames por segundo, quatro vezes mais do que a PlayStation VR original. Alternativamente, a diferença pode estar só na posição em que jogámos. Durante o rápido processo de configuração do sistema – menos de um quarto de hora depois de se desempacotar o equipamento já estava a correr o jogo inicial –, temos a hipótese de escolher se preferimos jogar sentados no sofá ou ficar de pé. Pela primeira vez na realidade virtual, aqui a cobaia optou por continuar abancada, como nos jogos normais. Terá sido só essa a diferença?

Horizon: Call of the Mountain
DRHorizon: Call of the Mountain

Independentemente das razões, algumas sessões de jogo prolongaram-se por várias horas. Sem qualquer desconforto. A apresentação de certos títulos, como Gran Turismo 7 ou Kayak VR: Mirage, é quase fotorrealista. Outros, como Horizon: Call of the Mountain e Resident Evil VIllage, não destoam de outros lançamentos da nova geração. Alguns optam por uma abordagem estilizada, mais próxima do anime japonês ou da animação ocidental, como Jurassic World Aftermath Collection ou Dyschronia. E depois há Moss, um dos melhores jogos do PlayStation VR original, actualizado para o novo equipamento, e a sua continuação, Moss: Book II, obras de arte com uma abordagem única a este meio, que transformam a nossa sala num cenário de conto de fadas.

O salto qualitativo destas experiências face ao que era possível com o primeiro PlayStation VR é considerável. Não é descabido comparar esta evolução ao que aconteceu quando a primeira consola da Sony, com apenas 32-bits, deu lugar à PlayStation 2 e aos seus 128-bits, no ano 2000. Não só graças ao visor, confortável, e à maior capacidade de processamento, como também devido aos auscultadores incluídos, com som 3D, e aos novos comandos Sense. A imersão é considerável. O único possível entrave à sua adopção pelo grande público é o preço: 599,99€ (mais 549,99€ da PlayStation 5, que já começa a encontrar-se mais facilmente e é essencial para usar o periférico). É muito dinheiro, mas até quem não perde tempo com jogos pode aproveitar o investimento. Ver um filme, com estes óculos, é como estar colado a um grande ecrã. É ter um IMAX no conforto do lar.

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