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Raymond Lee
©Ron Batzdorff/NBCRaymond Lee, em 'Quantum Leap'

‘Quantum Leap’ dá um salto de três décadas e sobrevive sem o protagonista Scott Bakula

A série ‘O Viajante do Tempo’, emitida há 30 anos, tem agora uma sequela. A nova produção recupera o título original e dá sequência ao velho enredo. Fomos recuperar a memória e falámos com os protagonistas.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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Entre 1988 e 1993, foram emitidas as cinco temporadas da série O Viajante do Tempo, o título em português da série que por cá passou na RTP1 e que no original respondia pelo nome Quantum Leap (ou Salto Quântico). Em Setembro do ano passado, a história ganhou uma continuação na NBC, numa sequela com o mesmo nome, mas com novas caras: os actores Raymond Lee e Caitlin Bassett são os novos protagonistas da nova série, que será emitida no canal SYFY a partir de 18 de Setembro. Do outro lado do oceano, a produção (com uma primeira temporada de 18 episódios) já foi renovada para uma segunda ronda.

Revisão da matéria dada

Em O Viajante no Tempo, o físico Sam Beckett (Scott Bakula) e o almirante Al Calavicci (Dean Stockwell) integravam um projecto secreto que estudava a possibilidade de viajar no tempo. Até que um dia, após o Governo norte-americano ameaçar cortar no financiamento da investigação, o cientista dá literalmente o corpo à ciência e entra no engenho (chamado “acelerador”) para provar que as viagens no tempo já não são uma teoria. Problema: consegue viajar, mas fica preso no passado e a cada episódio salta para o corpo de pessoas reais com a missão de as ajudar e alterar o seu destino, empurrado por uma misteriosa força superior. O almirante Al é o único que consegue comunicar com Sam, em modo holograma, com a ajuda do supercomputador Ziggy, ao longo das cinco temporadas e 97 episódios. No último, chamado “Mirror Image”, Sam vê pela primeira vez o seu próprio reflexo, num bar da Pensilvânia em 1953, num episódio mais bizarro que os anteriores, em que alguns personagens estão estranhamente bem informados sobre os saltos de Sam. Como um bartender que informa o cientista de que este tem viajado no tempo impelido pela própria força de vontade. Há um outro episódio fundamental nesta mitologia: “The Leap Home, Part II (Vietnam)”, da terceira temporada, quando Sam tenta salvar o irmão que está destacado na guerra do Vietname, no mesmo batalhão que o seu amigo Al. Problema: Al torna-se prisioneiro de guerra durante muitos anos, perdendo Beth, a mulher que o achava morto, voltando a casar. Ora, no último episódio Sam consegue, por vontade própria, viajar até 1969 para informar Beth de que Al está vivo, salvando o seu casamento. Bom, mas como a série original foi cancelada um pouco em cima do joelho, a solução para o episódio final, o tal “Mirror Image”, foi uma sequência de texto que informa os espectadores que Beth e Al ficaram juntos (e tiveram quatro filhas) e que Sam nunca mais regressou a casa.

O Viajante do Tempo'
©DRScott Bakula e Dean Stockwell, em 'O Viajante do Tempo'

Perdido no tempo

Antes de o novo Quantum Leap estrear, os fãs sonhavam com o regresso de Scott Bakula, mas em Setembro de 2022 o actor socorreu-se das redes sociais para gerir expectativas e explicar que, apesar de ter sido convidado para integrar o elenco, recusou voltar a este universo. “A ideia de alguém saltar no tempo e andar na pele de outra pessoa continua a ser um conceito muito apelativo e digno de ser explorado, especialmente tendo em conta o estado actual da humanidade. Nesse espírito, estou a fazer figas para que este novo elenco e esta equipa tenham a sorte de conseguir explorar a magia que impulsionou o Quantum Leap original para os corações e mentes de gerações passadas e presentes”, sublinhou. O regresso de Dean Stockwell no papel de Al seria ainda mais complicado, já que o actor morreu em Novembro de 2021. A dupla original não está, assim, presente neste reavivar de Quantum Leap, que estreou no canal norte-americano NBC em Setembro de 2022.

Nesta continuação, a dupla de protagonistas é composta pelo físico Ben Song (Raymond Lee) e pela colega e noiva Addison Augustine (Caitlin Bassett), uma ex-oficial dos Serviços Secretos do Exército, que o acompanha como holograma nos saltos que Ben vai fazendo, tal e qual como Sam. E tudo recomeça quando Ben se enfia no acelerador à revelia dos colegas, ajudado por uma pessoa misteriosa e alheia à equipa do projecto, indo parar à década de 80 do século passado, sem qualquer memória de como lá chegou (um dos efeitos secundários destas viagens no tempo). Mas, apesar da ausência de Sam e Al, há um personagem dos velhos tempos que voltou: Herbert “Magic” Williams, o hospedeiro de Sam no famoso episódio em que este vai à guerra do Vietname, que regressa como o novo líder do projecto secreto, embora interpretado por outro actor. Em vez de Christopher Kirby, temos Ernie Hudson (Caça-Fantasmas).

Caitlin Bassett e Raymond Lee
©NBCCaitlin Bassett e Raymond Lee, em 'Quantum Leap'

Mais uma dose dupla

Estivemos à conversa, por telefone e em meados de Junho – bem antes da greve dos actores em curso nos Estados Unidos – com os actores Raymond Lee (Top Gun: Maverick) e Caitlin Bassett, uma estreante. E, tal como a sua personagem, uma antiga funcionária dos Serviços Secretos e da Agência de Segurança Nacional. “[Essa experiência profissional] tem sido incrivelmente útil, mas não de uma forma em que estou conscientemente a pensar nisso. Dizem que, quando os actores estão a trabalhar com uma segunda língua ou sotaque, isso ocupa uma percentagem do cérebro, mas como a minha vida tem tantas semelhanças posso simplesmente activar essa parte de mim e depois usar a minha energia para aquilo que a personagem precisa”, explica a actriz. Sobre assumir um protagonismo que em tempos pertenceu a Bakula, Raymond não esconde o peso da responsabilidade. “Penso que é acompanhado de entusiasmo e também de muita pressão. Mas temos uma grande equipa que nos assegura que estamos a fazer um excelente trabalho e a criar algo fresco e novo. Por isso, embora houvesse uma pressão inicial, descobri que o entusiasmo se sobrepunha a essa pressão.”

Uma vez que o canal SYFY recebe Quantum Leap um ano após a estreia, perguntámos aos actores que tipo de reações têm recebido dos fãs. “O entusiasmo de como foi bem feito o atar das pontas soltas no episódio final. Há muita mitologia e, na segunda metade da temporada, questionámo-nos sobre como é que eles iam amarrar tudo, como é que iam responder a todas as perguntas. E tudo num só episódio- Fazemo-lo muito bem, diria eu”, arranca Raymond. Caitlin completa: “A série começa quando o Ben não tem memória. Ninguém percebe porque agiu da forma que agiu. Por isso, há esta confusão que permeia os primeiros episódios à medida que a temporada avança. As relações com Ben e com a equipa tornam-se mais complexas e equilibradas e à medida que nos acompanham nesta viagem, tudo se torna cada vez mais rico.”

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