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"Supergood - Diálogos com Ernesto de Sousa”: a exposição do MAAT que quebra utopias

Escrito por
Francisca Dias Real
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Certamente não será fácil homenagear alguém com o percurso de Ernesto de Sousa, artista multidisciplinar e ávido promotor de sinergias entre gerações de artistas da primeira e da segunda metade do século XX. Mas a nova exposição no MAAT não se trata apenas de uma homenagem. “Supergood- Diálogos com Ernesto de Sousa” é um eco do artista, uma reinterpretação do seu trabalho à luz de artistas contemporâneos, num trabalho de cumplicidade com as obras que eternizaram Ernesto de Sousa. A inauguração está marcada para esta quarta-feira, 28, e a exposição prolonga-se até 4 de Junho.

A preocupação em fertilizar a cena artística, em todas as suas vertentes, foi uma luta constante de Ernesto de Sousa, luta essa agora recuperada por Melanie Bonajo, Rita Sobral Campos, Vasco Costa, Simon Dybbroe Møller, Jannis Varelas e o grupo Supergood. Lukas Heistinger e Bernhard Gustav fazem parte da equipa  Supergood e é a sua instalação que dá o mote à exposição – não desse ela tanto nas vistas.

Uma tela de lona gigante ocupa a parede de entrada para a exposição onde está impressa uma paisagem paradisíaca, claramente manipulada. A ideia é que as pessoas tirem uma selfie naquele cenário e que usem a frase “Nós Não Estamos Algures”, de Ernesto de Sousa, para estabelecer a ponte entre o artista e aquela instalação que acaba por ser uma utopia. “A ideia é mesmo que as pessoas percebam que isto atrás delas não é real, que é um cenário em photoshop, tudo isto é um exagero.

Um exagero do qual temos noção, é uma utopia”, explica-nos Bernhard. “Mas o mais interessante é percebermos em que é que a utopia se pode transformar numa realidade se as pessoas acreditarem mesmo, e se partilharem nas redes, é uma espécie de propaganda.” Fazem-no com a intenção de provocar, mas não é uma provocação em vão, é sim no intuito de criar ali um momento de reflexão sobre a intimidade e, sobretudo, a partilha dessa intimidade internet fora. “É uma espécie de personificação quando alguém tira uma selfie aqui no museu, na exposição, é um conflito que tem de existir mas o importante é agitar a consciência das pessoas” , conclui Bernhard.

MAAT – Central Tejo. Avenida Brasília. Qua-Seg 11.00-19.00. 5€. 

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