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Povo
Ana ViottiAçorda de polvo

Um novo Povo na rua cor-de-rosa, com comida tradicional e toque de chef

Restaurante-bar Povo, no Cais do Sodré, reabre esta quarta-feira com cara lavada e um menu totalmente novo. Programação cultural também vem a caminho.

Escrito por
Inês Garcia
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A rua cor-de-rosa, no Cais do Sodré, até pode ser mais conhecida pelos bares e as enchentes de copo na mão, mas se há coisa que a pandemia nos deu, foi a possibilidade de explorar a cidade com outros olhos e menos gente – e na Rua Nova do Carvalho há restaurantes que merecem a visita pela boa comida e programação. É o caso do Povo, que levou uma lufada de ar fresco na decoração e nos comes, culpa de Bernardo Agrela, chef consultor, e Vítor Charneca, que fica ao comando da cozinha. Abre esta quarta-feira, 21 de Abril.

Povo
Ana Viotti

A ideologia do espaço mantém-se – casa de fados descontraída – e os petiscos também, mas aperfeiçoou-se a obra e deixou-se pipis, pica-paus ou pratos de bacalhau para trás. “É tradicional português na mesma. É uma comida que faz clique com o fado, o português vem e come bem e o turista que vier aqui comer também entenderá a tradição, mas não queríamos a clássica dourada, o bacalhau ou o lombo de porco. Queríamos trazer uma coisa diferente para o Cais”, diz Bernardo Agrela, o chef que andou pelo fine dining mas é mestre em kebabs e agora está no projecto A Praça. Foi ele que elaborou o menu em conjunto com Vítor Charneca, que conheceu durante o pop-up na Casa Capitão (que há-de regressar ao Hub Criativo do Beato em meados de Maio) e trabalhou na Taberna Sal Grosso e Salmoura. 

A toda a hora há sandes de ovas (8,50€), bifanas à moda do Porto (6€), prato de queijo Monte da Vinha (14€), de enchidos (14€) ou salgadinhos, como o rissol de polvo, o pastel de massa tenra de camarão picante, a empada de língua ou o croquete de carne de alguidar (2€ cada unidade). 

Povo
Ana ViottiBifana à moda do Porto

Seguem-se os pratos de peixe, com uma surpreendente tainha curada (13€, não torça o nariz ao peixe pobre e prove), a favada de bacalhau (13€) ou a açorda de polvo com filetes do mesmo (13€); e os de carne, onde está o xerém com língua (11€), a barriga crocante com bisque de camarão e pepino (14€) ou a espetada de borrego (a piscar o olho e homenagear os kebabs do East Mambo de Agrela) com salteado de abóbora (12€). Também há opções vegetais com muito sabor e ingredientes bem trabalhados, caso da couve queimada com hummus e sultanas (7€) ou a salada de batata doce e queijo de cabra (9€).

Para a sobremesa, porque precisamos sempre de um docinho, há torta de laranja, tarte de amêndoa (3,50€) e farturas de chocolate, daquelas para mergulhar em ganache de chocolate sem medos (4,50€). Tudo isto sempre bem acompanhado por uma carta de vinhos e cocktails.

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Ana ViottiTarte de amêndoa

E os artistas também vão voltar a dar música ao Povo. “Vamos retornar o processo de residências e todas as outras actividades assim que as condições sanitárias o permitam”, confirma Pedro Azevedo, o programador cultural da Cultural Trend Lisbon, a empresa proprietária do Musicbox, da Casa Capitão e do Povo. Afinal, há oito anos que esta casa procura artistas emergentes para se apresentarem ali e desenvolverem o seu repertório. “Toda a música do Povo estará assente na oralidade e na música tradicional e popular lusófona. Nesse sentido vamos desafiar DJs para, também em processo de residência, a recolha e divulgação dessas mesmas tradições”, explica, referindo que as playlists que se vão fazer ouvir durante os jantares serão também um reflexo dessa pesquisa. 

Aos sábados à tarde, assim que for possível, vão começar a rubrica “TACHADA”, que pretende ser um espaço de partilha onde vão acontecer desde intervenções musicais a torneios de dominó. Em resumo, tudo isto é “um espaço de programação que apela à memória colectiva de uma casa do povo, um espaço recreativo, confortável e antropológico”. No Povo, para o povo.

Rua Nova do Carvalho, 32 (Cais do Sodré). 17.00-22.30.

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