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Uma carta aberta às pessoas sentadas nos lugares prioritários

Escrito por
O Provedor
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Sentadas como se nada fosse. Como se aqueles lugares devidamente assinalados fossem só mais umas prateleiras para pousar os rabos. Não são. Os lugares prioritários servem para sentar, sim, mas não são para todo o tipo de nádegas.

As regras estão escritas em vários sítios. Algumas aparecem até pespegadas junto às janelas de carruagens e camionetas. Mas vamos lembrá-las aqui: mulheres grávidas ou com crianças de colo, idosos ou pessoas de mobilidade reduzida têm prioridade nos assentos dos transportes públicos. Em todos os assentos, cadeiras e bancos.

Não devia ser necessário pedir o lugar – que raio, não devia sequer ser necessária esta “Carta Aberta”. Mas é comum ver pessoas de pernas hábeis e uma saúde de ferro alapadas no seu lugar, de olhos grudados nos seus telemóveis, auscultadores nos ouvidos e a cabeça noutro lugar. Os utentes mais necessitados aproximam-se destes seres indiferentes à espera de uma reacção, mas o que encontram são pessoas inanimadas, rochedos desprovidos de empatia e bom senso.

Se calhar, em vez de haver lugares prioritários para quem mais necessita, devia haver lugares devidamente assinalados para todos aqueles para quem a prioridade é não querer saber dos outros. Podem montar esses bancos no tejadilho.

O Provedor do Lisboeta é um vigilante dos hábitos e manias dos alfacinhas e de todos aqueles que se comportam como nabos e repolhos nesta cidade. Se está indignado com alguma coisa e quer ver esse assunto abordado com isenção e rigor, escreva ao provedor: provedor@timeout.com.

+ Uma carta aberta às primeiras chuvas de Outono (e às sarjetas de Lisboa)

+ Uma carta aberta ao carro, com um papel a dizer “estou no 22, 2º esq”, que nos está a bloquear

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