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Uma Fábrica de Unicórnios abriu em Lisboa

Foi ontem inaugurada a prometida Fábrica de Unicórnios, no Hub Criativo do Beato. Carlos Moedas disse estar comovido, assumindo que este é um “projecto de vida”.

Renata Lima Lobo
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Renata Lima Lobo
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Foi inaugurada esta quinta-feira, no Hub Criativo do Beato, a Fábrica de Unicórnios, uma das mais destacadas promessas eleitorais do programa do actual executivo camarário, liderado por Carlos Moedas. Uma plataforma de programas de inovação que inaugura o primeiro programa de scaleups em Portugal, o qual tem por objectivo acelerar o crescimento do ecossistema empresarial, em particular das startups que encontram agora em Lisboa, num espaço onde podem crescer para eventualmente se tornarem “unicórnios”. Empresas avaliadas em mil milhões de dólares, numa fábrica que contará com a mentoria de grandes empresas.

“Estou comovido de estar aqui hoje convosco, porque há projectos na nossa vida que têm um sabor diferente. Porque são projectos de vida. E durante cinco anos na Comissão Europeia lutei muito para que o próprio paradigma da inovação mudasse. Para que as pessoas percebessem que a inovação não era apenas ter uma boa ideia. A inovação é um processo, é disciplina, é trabalho todos os dias.” Foi com estas palavras que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, arrancou o discurso de inauguração da Fábrica de Unicórnios no Hub Criativo o Beato, um espaço de inovação criado pelo anterior executivo que agora irá funcionar com um modelo diferente. “Não podemos ter um país onde temos um grande ecossistema de startups e depois essas as startups não se transformam em grandes empresas”, defendeu o presidente da CML.

A Startup Lisboa nasceu do Orçamento Participativo da cidade, no qual foi uma das ideias mais votadas, tornando-se a grande marca da AEIL – Associação para a Inovação e Empreendedorismo de Lisboa, fundada em 2011 pelo município, Banco Montepio e IAPMEI (Agência Portuguesa para a Competitividade e Inovação). Em 2016, a Startup Lisboa ficou também com a gestão de um dos grandes projectos da cidade: o Hub Criativo do Beato, um pólo de atracção e apoio a empreendedores, startups e investidores que, nas palavras do anterior director Miguel Fontes – cargo entretanto assumido por Gil Azevedo – com quem falámos no início deste ano, não teria “um momento mágico de abertura”. De facto, os vários edifícios do Hub Criativo do Beato vão inaugurando a seu tempo, como foi o caso da Praça, que inaugurou em Setembro, chegando agora a vez da Fábrica de Unicórnios, que inaugurou no edifício em tempos ocupado por uma tipografia, uma fábrica de massas e uma fábrica de bolachas da antiga Manutenção Militar de Lisboa.

É aqui que a nova Fábrica de Unicórnios, a partir de agora, actuará em quatro áreas que acabam por ser uma única linha de montagem: o apoio a startups na fase inicial, através da actuação da Startup Lisboa, que também fará a ligação às universidades; o apoio a scaleups na fase de crescimento, com o novo programa de Scaling Up, de forma a alcançar um impacto económico mais relevante; a atracção de scaleups e unicórnios internacionais para Lisboa, através do Soft Landing Program; e o desenvolvimento de uma Rede de Hubs, em colaboração com outras incubadoras, unicórnios e empresas que tenham uma forte componente de inovação, centralizando assim as operações.

“A ideia da Fábrica de Unicórnios era realmente fazer um processo que concentrássemos numa fábrica e nessa fábrica fôssemos acompanhados todos os dias por aqueles que ou sabem mais do que nós, são maiores, diferentes e nos podem levar nesse caminho do crescimento”, explicou o presidente da CML, avançando que esta fábrica conta com um investimento de oito milhões de euros, entre o município e parceiros privados, pesos pesados como a Google, Galp ou Delta.

“A primeira fase da inovação em Portugal era criar um ecossistema de startups, de pessoas com ideias, mas essa foi apenas a primeira fase. Depois veio uma segunda fase, apareceu o Web Summit e começámos a trazer talento para Portugal, uma vez por ano. Mas falta outra fase, que é olharmos para o desafio do crescimento e para aquilo que é a inovação do seu sentido mais puro”, sublinhou Carlos Moedas, para quem o Hub Criativo do Beato era “o amanhã que nunca acontecia”.

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