Um restaurante que deve a tradição ao Alentejo, e onde nada substitui uma visita ao espaço. Ainda assim pode fazer como se ali estivesse, iniciando-se com um queijo de Serpa (6,90€) ou uma salada de porco preto (4,95€), para depois se atirar a um cabritinho do monte frito com açorda d'alho (23,10€) ou a um bacalhau tia Narcisa com batata frita (20,90€). Para sobremesa pode pedir arroz doce, mousse de chocolate ou leite-creme (5,50€).
Quando ainda nem se ouvia falar de Uber Eats, Glovo ou outra qualquer gigante de distribuição de comida, já a noMenu nos levava a casa os pratos de alguns dos melhores restaurantes da cidade. Não havia aplicações para acompanhar a entrega, nem contacto directo para falar com o estafeta – era preciso esperar e confiar que chegaria, na dúvida o apoio ao cliente encarregar-se-ia de descobrir o estado do pedido. Passaram muitos anos e hoje o que não faltam são estafetas de mochilões verdes, amarelos ou laranja às costas, de bicicleta, de mota e até de trotinete. O mercado nunca foi tão competitivo, tal como a entrega de comida em casa nunca foi tão procurada como em ano de pandemia. Ao perder terreno, a noMenu reinventou-se: chama-se agora Please, tem uma imagem mais vistosa e contemporânea, um novo site e uma nova aplicação, todos mais intuitivos – até as mochilas dos estafetas ganharam uma nova vida e é quase impossível desviar o olhar do rosa clarinho de que são feitas.
“É um reposicionamento da marca”, começa por dizer à Time Out Lorenzo Herrero, que fundou a noMenu há 23 anos com Jorge Ferreira. “Fomos evoluindo com o tempo. Começámos como uma empresa de serviços, em que funcionávamos basicamente como call center, e depois com a evolução das tecnologias fomos começando também a receber encomendas no nosso site, criado em 2005”, explica Herrero.
Em 2013, foi preciso criar um novo site, até que o universo das aplicações explodiu. “A noMenu foi pioneira, tinha uma quota importante nesse serviço, apesar de sempre ter tido concorrência de pequenas empresas. Com a entrada de grandes players, grandes plataformas, no final de 2017, o mercado evoluiu muito, e notámos isso”, continua o responsável, revelando que na altura “a noMenu foi a reboque e teve o melhor ano”. Mas a partir daí, a pressão disparou, provocando a necessidade de uma mudança.
“A ideia foi fazer uma mudança mais radical, ou seja, mantendo o ADN da marca, mas inventando outra coisa, algo que chamasse mais a atenção do cliente”, diz Lorenzo Herrero, para quem esta transformação, desenvolvida pela agência BORN, serve também para chegar a um “público mais jovem, mais urbano e sensível às marcas”. “Tínhamos clientela já feita, mas com a entrada de novos players, o mercado que perdemos foi o dos mais jovens. A nova filosofia da nova marca tem a ver com isso.”
Ao mesmo tempo, o responsável garante que não há um corte com um passado. Não é como se a noMenu tivesse morrido, tendo-se simplesmente transformado em algo melhor para todos, garante. “A nossa ideia nunca foi ser uma plataforma onde a quantidade é o mais importante. O nosso drive foi sempre procurar, em cada um dos segmentos, os melhores restaurantes”, explica Herrero, para quem a empresa se distingue também pelo acompanhamento personalizado da encomenda, “desde o começo ao final”.
Para saber os restaurantes disponíveis na sua zona, basta introduzir o código-postal no site ou na aplicação. Em cada um, tem o tempo estimado de espera – na página de download da aplicação, a empresa garante que “a taxa de entrega é de 100%, sem falhas”.
Uma das grandes vantagens do serviço, na verdade, é estar disponível também fora das grandes cidades – sempre foi assim –, bem como o pagamento poder ser feito no acto da entrega.
Apesar de o fundador dizer que o foco não é a quantidade de restaurantes, mas a qualidade, a Please conta já com mais de 1200 restaurantes que abrangem mais de 18 regiões do país. Alguns, estão quase desde o início de tudo. “Temos parceiros que são fiéis, com quem mantemos uma relação muito próxima, como o Solar dos Presuntos ou o Solar dos Nunes. Isso demonstra a seriedade da empresa e do projecto”, afirma. Mas nem só de restaurantes apontados à classe média/alta se faz o cardápio da Please. Há cadeias de hambúrgueres, sushi ou pizza, para que quem aqui chega possa encontrar uma amostra de tudo.
Para balanços ainda é cedo, mas Lorenzo fala já num aumento de encomendas. “Está a correr bem, muitos clientes têm gostado da nova marca e vamos continuar a fazer muito barulho”, diz, prometendo “promoções e campanhas, novos players e conteúdos interessantes para todo este mundo da gastronomia”. “Esperamos continuar a ter a confiança do mercado.”