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Restaurante, Pinóquio, Pica Pau
©Arlindo CamachoPica Pau do Pinóquio

Oito petiscos para partilhar

A nobre arte de petiscar implica partilha: um pica daqui, o outro dali, todos provam um bocadinho de tudo. Eis oito petiscos obrigatórios na cidade. Para partilhar, claro

Escrito por
Mariana Morais Pinheiro
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O petisco é o equivalente gastronómico ao lusco fusco. Está naquela zona cinzenta entre um lanche e uma refeição a sério, num limbo entre o pós-laboral e o pré-jantar. Fizemos a nossa investigação e traçámos as coordenadas para os melhores lanches ajantarados da cidade.

Oito petiscos para partilhar

  • Restaurantes
  • Português
  • Campo de Ourique
Chegar ao Coelho da Rocha e dizer a um amante de boa comida que só pode comer um petisco é a pior maldade que se pode fazer. Na carta do restaurante, inaugurado em Maio por Bruno e Marco, irmãos e donos do Magano, há folhados de perdiz (10€) que são um sucesso, pataniscas de polvo (5€) e peixinhos da horta (3,50€) que o vão deixar a babar. Estes últimos foram os eleitos para figurar nesta bela lista de petiscos. “Primeiro cozemos o feijão verde que vamos comprar aqui ao lado, ao Mercado de Campo de Ourique, depois fazemos um polme com farinha, água, ovo, um pouco de whisky e salsa picada. Quando é feito o pedido, passamos o feijão pelo polme e fritamo-lo”, explica Daniela Andrade, uma das gerentes. “É um petisco muito típico de Lisboa. Regra geral, quase todas as mesas o pedem”. Preço: 3,50€.

Rua Coelho da Rocha, 104 (Campo de Ourique). 21 390 0855.
  • Compras
  • Santa Maria Maior
Queijo e presunto. Que combinação tão simples e tão bela. Não admira por isso que a tábua mista da Manteigaria Silva seja o bestseller da casa e um dos petiscos mais cobiçados em todo o Time Out Mercado da Ribeira. Cada tábua traz dois tipos de queijo (a escolher entre cabra, vaca ou ovelha) e 100 g do melhor presunto reserva fatiado ao pedido. Para acamar estes acepipes há um sortido de pão, broa de milho e centeio e tostas. O vinho da casa sai a 6€ o copo na sua versão reserva e 3€ na colheita, branco ou tinto. Preço: 11€ (tábua mista).

Time Out Mercado da Ribeira, Avenida 24 de Julho (Cais do Sodré). 93 559 5667
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  • Restaurantes
  • Steakhouse
  • Chiado/Cais do Sodré
A frenética Rua das Flores, um dos pontos de passagem obrigatórios para qualquer bom mastigador lisboeta, tem um restaurante que privilegia as carnes mas dá uma atenção especial ao petisco. As opções são clássicas e confeccionadas com brio, como os peixinhos da horta (5,50€) e as pataniscas de bacalhau (6,90€), mas nós ficámos perdidos de amores pelas linguicinhas de porco preto. Estes pequenos tubos fumados de carne de porto preto (gorduchos, bem alimentados, saborosos) são diminutivos no nome e superlativos em sabor, ligeiramente fritos em azeite e acompanhados por salsa e coentros – ou não fosse este um restaurante “by Carnealentejana”. No capítulo dos petiscos, destaque ainda para um curioso escabeche de perdiz (13,95€), servido num frasco. Para quem quer ir para além dos petiscos há bifes de carne DOP grelhados e hambúrgueres. Preço: 9€. 

Rua das Flores, 6 (Chiado). 93 672 5384
  • Restaurantes
  • Cais do Sodré
Dizem que os olhos também comem, mas se formos confiar apenas no apetite oftalmológico estamos a passar ao lado de um grande petisco. Os caranguejos de casca mole têm um aspecto estranho – parecem uma tarântula frita – e a ideia de comer um bicho inteiro, sem descascar, pode assustar alguns. “Há pessoas que ficam reticentes, mas depois começam a comer e ficam rendidas”, conta Manuel Aguiar, o responsável da Marisqueira Azul. A matéria-prima vem da Indonésia e são caranguejos apanhados durante a mudança de casca – daí a casca mole. Depois de passarem por um polme de farinha de milho são fritos a 180 graus, “para ficarem estaladiços”, explica Aguiar, “se for uma temperatura inferior eles cozem”. Uma dose traz para a mesa dois caranguejos fritos, estaladiços, para comer de uma ponta à outra acompanhados de molho tártaro e um gomo de limão. Preço: 10,80€ (dois caranguejos).

Time Out Mercado da Ribeira, Avenida 24 de Julho (Cais do Sodré). 91 229 7130
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  • Restaurantes
  • Português
  • Chiado/Cais do Sodré
É um dos sítios mais extraordinários de Lisboa. O único problema é que já muita gente sabe isto, inclusive no estrangeiro (está em tudo o que é guia da cidade), não se aceitam reservas e a salinha é mínima. Pode-se almoçar e jantar, mas o ambiente promove a partilha e há muitas coisas boas para picar. Começa tudo sempre com azeitona galega e citrinos, um excelente azeite com rótulo da casa para ensopar bons pães (broa de Avintes incluída, couvert por 3,5€), mais um queijo fresco de ovelha com molho de pimenta da terra (ao almoço, 2,5€). Depois, depende muito do que há na época e no mercado, mas a meia desfeita de bacalhau (7€) tem presença diária e percebe-se porquê. O bacalhau é a sério, bem curado e não desses tenrinhos e adocicados que por aí se comem, e vem com grão e gomos de ovo cozido por cima. Sugestão: vá ao fim da tarde, cedinho, ou já depois da hora de jantar.

Rua das Flores, 103 (Chiado). 21 347 9418
  • Restaurantes
  • Petiscos
  • Cascais
  • preço 2 de 4
O templo da petiscaria de Cascais abriu em 2010 e tornou-se famoso graças a estas moelas e a umas lascas de batata servidas com maionese. Os pedacinhos do sistema digestivo de aves granívoras vêm com um molho espesso e ligeiramente picante para dar uso ao balde de minis mergulhadas em gelo. A romaria intensifica-se aos fins-de-semana e chega a ser difícil arranjar lugar. Preço: 5,40€ (moelas) 2,90€ (lascas).

Travessa das Amoreiras, 5 (Torre), Cascais. 21 800 2663
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  • Restaurantes
  • Santa Maria Maior
Inevitável como a morte ou os impostos, o pica-pau do Pinóquio tinha de vir parar a esta lista. De nome oficial “bife do lombo pica-pau”, é uma das especialidades desta marisqueira clássica, uma instituição da cidade que se mantém imune à albufeirização dos Restauradores e Rossio. A carne vem em pedaços grandes, tenros, a chapinhar em azeite e alho, ladeados por uma rodela de limão e acompanhados por batatas fritas. É carote, mas uma dose dá para dois. Se ficar com fome peça as amêijoas servidas numa espécie de cafeteira e deixe as imperiais tiradas a preceito matarem-lhe a sede. Da mitologia do Pinóquio também faz parte um prego do bife do lombo secreto, que não vem na lista. Atenção ao picante da casa: de chorar e comer por mais. Preço: Amêijoas (22€) Pica-pau (22,50€)

Praça dos Restauradores, 79-80 (Rossio). 21 346 5106
  • Restaurantes
  • Global
  • Chiado
O Oui, Moules & Huîtres fica num antigo escritório de uma loja de cofres, na Rua Nova da Trindade, e é especializado no bivalve preferido dos belgas. Aqui os mexilhões são servidos de nove maneiras diferentes e em doses de 500 gramas, por isso vá com muito apetite ou vá com um amigo – a ideia é partilhar. Os mexilhões são da nossa costa, trazidos pela Companhia de Pescarias do Algarve, uma empresa de méritos reconhecidos na área da sustentabilidade (tem um certificado da Marine Stewardship Council) que os apanha ao largo da ilha da Armona, perto de Olhão. A mesma origem têm as ostras e as vieiras, sempre frescas, que podem ser acompanhadas pelos espumantes e champanhes que ali se servem a copo. Para os carnívoros inveterados há o bife ou o pica-pau do lombo e um simpático menu prego (prego, batatas e imperial) a 6,50€. Preço: 9,90€ (500 g de mexilhões à belga).

Rua Nova da Trindade, 13 (Chiado). 21 347 0418
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