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Arlei Lima
Arlei Lima

11 novos restaurantes no Algarve perfeitos para o Verão

Andámos pelo sotavento e pelo barlavento à procura dos restaurantes que cheiram a novo no Algarve.

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Não há Verão que não traga novidade ao Algarve e este ano não é diferente, embora nesta lista não nos foquemos apenas nestes últimos meses, mas sim nos últimos dois anos, já que o pós-pandemia foi fértil e nem sempre houve o tempo para acompanhar tudo. De fine dining a restaurantes contemporâneos, focados essencialmente no produto, a cozinhas do mundo e a portugueses com dedo de chef, são várias as mesas que valerá a pena reservar – e muito em breve também Noélia Jerónimo terá o seu segundo restaurante, agora na Marina de Olhão. Eis os novos restaurantes no Algarve perfeitos para o Verão.

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Os novos restaurantes no Algarve

Depois de dez anos a funcionar como um restaurante de sushi, André Paulino decidiu dar o salto e transformar o Sushi Pearl num omakase tradicional com apenas dez lugares. “Desde 2017 que vamos ao Japão anualmente ver restaurantes, conseguir uma aproximação com a cultura, e voltamos sempre apaixonados pelos balcões e pelo omakase e então este ano decidimos fazer esta experiência”, conta André. Quem conheceu o restaurante antes, não o reconhecerá hoje. Todo em tons de madeira, tem agora apenas um balcão – há uma outra sala, que em breve será transformada num “oyster bar”. Como manda a tradição japonesa, no menu omakase a entrega ao chef é absoluta. Tudo o que sabemos é que há um menu apenas (90€/100€ em Julho e Agosto), composto por oito entradas e dez nigiris e a refeição vai acontecendo como num ritual. “O que temos de vantagem em relação a outros sítios do país, é que temos o mar e a ria Formosa aqui à porta. Temos peixe e marisco todos os dias se quisermos. Diariamente, temos 16 a 18 variedades de peixe”, aponta André, que atrás do balcão conta ainda com a perícia de João e Domingos. Se no princípio de tudo, esteve a vontade de inovar em Faro, com o passar do tempo destaca-se o desejo de melhorar e elevar a experiência.

Apesar de a área não lhe ser estranha, Maria Loureiro de Lemos nunca tinha trabalhado num restaurante quando decidiu abrir o Travia, no centro de Lagos, com uma esplanada bem convidativa. Uma série de felizes acasos acabaram por trazê-la aqui. “Estava a passear, este edifício estava para alugar e eu entrei só por acaso. Sempre achei o edifício muito bonito. É super antigo, foi um dos primeiros cafés a abrir em Lagos, faziam aqui imensas tertúlias”, recorda Maria, responsável por organizar eventos gastronómicos como a Rota do Petisco ou o Lagos Food Fest. A partir daí, foi só ir atrás de quem Maria já conhecia e sabia que fazia bem, essencialmente pequenos produtores, no vinho, como na comida. “Eu cresci no mundo inteiro, reconheço muitos sabores. Acho que não sou muito boa cozinheira, mas sei identificar o que vai bem. Às vezes digo combinações de ingredientes que me lembro e eles experimentam na cozinha.” Como a cenoura à algarvia (9€), que é servida com labneh. Perfeito para acompanhar com um copo de vinho é o queijo de cabra de chutney de japaleño (7,90€). O vinho a copo (a partir dos 4€) vai variando, tal como, na verdade, toda a carta. 

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A austríaca Barbara Wallisch e o britânico Jamayne Vale pegaram no ensinamento que ganharam ao longo de cinco anos ao leme do restaurante asiático Gorilla para criar um conceito de takeaway que faltava a Lagos: o Go Bao. O nome não mascara: é uma casa de baos, caseirinhos, onde é possível pedir combinações mais clássicas como frango crocante (5€), entremeada de porco (5€), caranguejo de casca mole (6€) ou opções menos comuns como a bifana (5€) ou a bochecha de porco (6€). Em todas, é possível adicionar molhos a gosto, praticamente todos feitos em casa. Há também uns baos mais pequenos de sugestões para pequeno-almoço (3,50€). Apesar de ter sido pensado com o foco no takeaway, é possível comer no piso superior.

O luxo pode bem ser subjectivo, a não ser que se revele de forma opulenta, como acontece no Authentic, que abriu este Verão em Almancil, entre Vale do Lobo e a Quinta do Lago. A localização não é um acaso. Da estrada, o restaurante faz-se ver, sem se revelar ainda assim no seu todo. Um piano de cauda no estacionamento e uma espécie de Vitória de Samotrácia à porta sugerem o que se confirma assim que se passa a porta: não há um canto que não seja vistoso. Ressaltam os tons escuros em contraste com os dourados. Há vitrines com jóias e garrafas raríssimas, uma sala privada com uma entrada autónoma à medida de Cristiano Ronaldo e companhia, e casas de banho revestidas a Versace. A cozinha, aberta para a sala, parece uma moldura viva. “Comecei muito cedo a trabalhar. Aos 12 anos deixei a escola para trabalhar na restauração. Tive restaurantes aqui, tive restaurantes no Brasil, mas com o tempo fui para a construção e foi onde ganhei dinheiro. Desde então que tinha o sonho de construir um restaurante de luxo, mas um restaurante que não se tivesse visto”, conta Miguel Sequeira. “Seja aqui na Quinta do Lago, seja em Cascais, seja na Foz do Porto, os restaurantes só são de luxo porque são caros. Agora, se for a Londres ou se for a Paris, aí já encontra grandes casas, grandes exemplos. A intenção foi superar tudo o que existe no nosso país”, diz o proprietário que foi buscar Ricardo Luz para a chefia da cozinha. Ricardo era o sous-chef de Louis Anjos no estrelado Al SUD e em 2019 venceu o concurso de Chef Cozinheiro do Ano. “Estou muito contente porque não tive ainda travões de nada, estão a deixar-me fazer tudo, só me pedem comida de conforto e que eu esteja feliz a fazer a minha comida”, revela o jovem chef. Há petiscos como camarão ao alho (23€), mas também carabineiro ao alho (75€), rissol de berbigão (12€) ou brioche de caranguejo real (39€). Nos pratos especiais para partilhar, destaca-se, por exemplo, um arroz de lavagante (160€) ou uma perna de borrego (72€). Nas sobremesas, recupera-se o clássico crepe Suzzette (60€).

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Aberto em 2021, numa altura em que a pandemia ainda pairava, foi preciso chegar a 2024 para o Numa dar nas vistas para lá de Portimão. Aconteceu quando Nuno Martins foi chamado ao palco da Gala do Guia Michelin, em Fevereiro, para receber a jaleca de restaurante recomendado. “Desde então, temos tido muitas reservas. Nota-se mesmo o efeito Michelin”, conta-nos o chef, orgulhoso, a meio do serviço e com o restaurante bem composto. A sua história não é a mais usual. Começou a trabalhar em bares até que decidiu seguir a área da engenharia civil. Emigrou e foi quando um amigo pediu a sua ajuda para fazer alguns eventos que Nuno voltou a sentir a paixão pela cozinha. Com a mulher, Manuela, diz ter investido tudo o que tinha no sonho de abrir uma casa sua. Com o tempo, tem vindo cada vez mais a definir o seu caminho. Apesar de servir à carta, é com os dois menus de degustação (75€/oito momentos, 90€/dez momentos) que o chef se apresenta, focando-se nos sabores da região.

Foi quando pararam no Algarve a meio do que seria uma viagem pelo mundo de 18 meses, só interrompida pela Covid, que Emma e David Campus acabaram a trocar as voltas à sua vida. A parte difícil já tinham feito antes, em 2019, quando se despediram dos seus trabalhos, ele ligado à tecnologia financeira e dados, ela em comunicação numa marca de moda de luxo. Abrir um restaurante não estava nos planos, até o espaço e a ideia se tornarem demasiado irresistíveis. De um café, o Austa evoluiu para um restaurante bem distinto, a começar desde logo, por na cozinha ter uma equipa que sabe bem o que está a fazer, chefiada por David Barata, com passagens pelo Feitoria, Ceia ou Bon Bon. “Por qualquer razão que me escapa, os restaurantes que encontramos em Lisboa, Porto, Londres ou Paris, não existem aqui. É bizarro quando ainda por cima temos uma série de restaurantes com estrelas Michelin, mas depois não há nada no meio”, defende David, referindo-se a sítios onde prevaleça o respeito pelos ingredientes e os seus produtores, num ambiente casual. A carta é diferente durante o dia e ao jantar. O Austa abre logo de manhã e serve até às 14.00 uma carta de pequeno-almoço e almoço, mais leve, onde tanto se pode comer uma sandes em pão sourdough com tempura de courgete, burrata, pesto de espinafres e poejo (14€), como um carapau fumado com azeite e citrinos (17€). Durante a tarde, o jardim e esplanada são perfeitos para um copo e uns snacks e é à noite que o potencial do restaurante se revela no seu todo com uma carta de partilha, cujos pratos mudam com frequência conforme a demanda dos produtores, o mais locais possível. Para duas pessoas, o britânico sugere a partilha de “seis pratos, entre snacks, pratos médios e maiores”. Pode ser um tártaro de vaca maturada, com crocante de pão de fermentação e gema curada (5€/uni), como uma gamba cristal frita com ervas do jardim e limão (10€) ou um fresquíssimo choco com rábano e coentros (19€) e uma abrótea de anzol, com manjericão e folhas de mostarda (28€) ou um atum patudo com alcaparras e limão confitado (38€). Para acompanhar, os vinhos são orgânicos, escolhidos a dedo por David, entre referências portuguesas e espanholas, mas apenas da zona de Andaluzia por causa da pegada. Há ainda cocktails de assinatura, com ingredientes também da casa.

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No restaurante onde se fez a Quinta do Lago, há um novo capítulo a ser contado desde 2022, quando a Casa Velha reabriu com um novo conceito, deixando para trás o fine dining. Se tempos houve em que a ambição passava por conquistar uma estrela Michelin, hoje o mais antigo restaurante da Quinta do Lago é um convite à partilha à mesa, sem grandes etiquetas, com barulho e movimento. Na carta, destacam-se os pratos de sabores portugueses, das amêijoas à Bulhão Pato (25€) às pataniscas de polvo (10€/duas). Nos principais, há agora, por exemplo, um xerém de camarão (20€), um arroz de peixe à algarvia (26€), um frango piri-piri (20€) ou até um bife à Casa Velha (32€). Além disso, vale a pena perguntar pelos petiscos e especiais do dia e não deixe de espreitar a óptima carta de vinhos. Não hesite em pedir mesa na bonita esplanada. 

Não será exagero dizer que um dos maiores segredos do Algarve revela-se em Faro neste bistrô aparentemente insuspeito. E tudo graças a Sean Marsh, o norte-americano que decidiu mostrar o que sabe, depois de já cá ter vivido há uns anos e de ter passado por cozinhas bem respeitadas como o Mugaritz de Andoni Aduriz, no País Basco, e o St. JOHN, em Londres. “Isto era uma antiga marisqueira, o dono estava cansado e queria reformar-se e eu achei que era uma oportunidade. Demos aqui uma volta, abrimos a cozinha para a sala. A ideia é que seja divertido e bom”, conta o chef, que leva o trabalho muito a sério sem se levar demasiado a sério – e também por isso a opção de não fazer fine dining, apesar da sua experiência. “Todos os ingredientes são portugueses e a maioria é do Algarve. Trabalhamos com alguns vendedores do mercado, os peixes vêm de barcos pequenos. Eu estudei também agricultura sustentável e isso sempre foi importante para mim. É como orientei sempre a minha carreira, trabalhando local, sazonal e esse tipo de coisas.” Apesar de ser curto, Sean explica que o menu muda apenas quando tiver que mudar. "Quando temos ovas, temos ovas, se temos bochecha de peixe, temos bochecha de peixe. O que tentamos é que se vieres aqui algumas vezes tenhas sempre alguma coisa que não experimentaste.” Podem ser umas bochechas de peixe fritas com molho verde (8€), um tartare de gambas da costa, com pepino e vinagrete de algas (9€), ou umas amêijoas da Ria Formosa com batatas novas confitadas e beldroegas (13€). Nos pratos mais compostos encontra gnocchi de batata, com cogumelos cantarelos e molho soubise (21€), peixe porco com grelos e molho de massa pimentão (23€) ou garoupa com tomates assados e agrião (25€). Nas sobremesas, a massa choux com morangos e creme de manjericão (6,5€) é irresistível e pode não durar muito mais tempo na carta, embora o chef já tenha uma ideia com pêssegos. 

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Sangue novo com vontade de fazer diferente e bem faz falta em todo o lado, ainda mais em lugares onde às vezes parece tudo andar no mesmo sentido desde há muitos anos. Naturais de Ferragudo, foi na terra onde cresceram que os irmãos João e Pedro Nunes quiseram apostar com um gastrobar onde há cuidado e técnica na cozinha, além de bom produto. Para a abertura, em 2021, pediram ajuda a Ricardo Luz, então sous-chef no estrelado Al SUD, que criou uma carta essencialmente de marisco. A sopa de santola (7€) é uma das especialidades da casa, a par do choco frito com maionese da própria tinta (8,50€). Mas o que chama à atenção é a montra de marisco, logo à entrada do restaurante, onde quem chega é convidado a escolher o que quer e como quer, sempre de acordo com as possibilidades da cozinha.

O ano é o de 2012, Rui Sequeira tem 20 anos e é um dos participantes no concurso televisivo Top Chef. O seu sonho, dizia então, era ter um restaurante pequeno onde as pessoas fossem apenas pela cozinha. Doze anos depois, o chef não tem um, mas três restaurantes – todos em Faro, de onde é natural. Tudo começou com o Alameda, restaurante de fine dining, onde Rui Sequeira aposta num menu de degustação assente nos sabores do Algarve, e sem que tivesse previsto (ou sonhado) evoluiu para outros conceitos. “Com a pandemia, pusemos uma dark kitchen dentro do Alameda e a ideia foi muito simples: permitir às pessoas que gostam de comida asiática poderem viajar, mas pelos sabores. Isso foi o Monky e foi um sucesso”, conta o chef. “Depois da pandemia, tive duas hipóteses: ou matava a marca, ou tentava fazer alguma coisa, procurando um espaço.” O que acabou eventualmente por acontecer em 2021. Entretanto, o espaço do lado ficou vazio e nasceu o Karpa, em Agosto de 2022, um restaurante japonês de alma bem portuguesa. “A ideia foi termos um conceito que cruza a técnica clássica japonesa, mas que houvesse um diferencial e diferencial é que só usamos peixes adquiridos em leilão na lota. Eu tenho licença de lota e todas as semanas adquiro os peixes que vamos usar”, diz Rui. Apesar de existirem umas mesas, é no balcão que se consegue acompanhar a mestria de quem nos serve, num misto de izakaya com omakase. O próprio menu é fruto desse encontro: à carta as escolhas são múltiplas, na dúvida a entrega ao chef é a resposta (65€/12 momentos).

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  • Hotéis
  • Hotéis de luxo

Uma pequena grande aldeia cheia de luxos e mordomias, perfeita para levar as crianças é como poderíamos resumir o Pine Cliffs, considerado já algumas vezes como o “melhor resort para famílias em Portugal” pelos World Travel Awards. Esqueça as férias em que precisa de planear tudo ao mais ínfimo detalhe e entregue-se ao ócio e à certeza de que por aqui há sempre alguma coisa para fazer, nem que seja escolher entre ir a mergulhos numa das piscinas, uma das quais é servida por um bar dentro de água, ou na praia da Falésia – e quer saber a melhor? Há um elevador de acesso à praia. No areal, encontra o Maré, o restaurante de praia onde é possível comer um bom peixinho grelhado, mas há mais por onde escolher, sem ter de se preocupar em sair do resort. No total, são 11 os restaurantes e, entre as novidades para este Verão, estão o indiano Rohini by Little Miss India e o italiano Portofino by MIMO, com uma esplanada enorme e um forno de lenha ao centro. Para beber um copo ao fim do dia e assistir ao pôr do sol, tem o Mirador Champagne Bar.

Mergulhos no Algarve

  • Coisas para fazer

Sugerimos três mãos cheias de areais no Algarve que costumam ter espaço para estender a toalha, espetar o guarda-sol e esticar as pernas sem tocar em ninguém. Bem, agora quer-se assim em todo lado, mas estes oásis prometem mais. Não acredita? Fomos do Barlavento ao Sotavento, sempre com os pezinhos de molho, à procura das praias perfeitas para descansar do mundo e fingir que não está no Algarve mas numa qualquer ilha paradisíaca, longe da civilização. Pelo caminho, encontrámos ondas ideais para surfar e areais perfeitos para ver as vistas, ver e ser visto (à distância, claro está) ou até para andar como veio ao mundo.

  • Viagens

De Odeceixe a Vila Real de Santo António, só não encontra uma praia a seu gosto se não quiser. Percorremos a costa algarvia e damos-lhe as coordenadas para mergulhar nas águas mais límpidas e pisar os areais mais dourados. Sem tropeçar em ninguém. Imagine as férias como uma folha em branco onde vai escrever com as mãos – e com os pés. Foi mais ou menos o que fizemos para lhe escrever este roteiro de praias. Desertas ou apinhadas mas quase sempre paradisíacas, pusemos os pezinhos na areia e elegemos as melhores praias no Algarve para este Verão.

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