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Os vinhos melhoram com a idade?

Comprar um vinho para beber de imediato pode não ser a melhor decisão. Porém, não são todas as garrafas que sobrevivem ao teste do tempo. Deixamo-lhes as nossas apostas – e também algumas dicas.

Liana Saldanha
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O vinho é vivo e possui a magia de estar em constante evolução. É emocionante quando abrimos uma garrafa com alguns aninhos e percebemos que os aromas e os sabores evoluíram belissimamente. Emociona também quando nos faz relembrar de um ano especial na nossa vida ou de alguma data histórica importante para o mundo. 

A emoção tomou conta, mas é fundamental esclarecer um ponto muito importante: existem vinhos de qualidade com todas as idades, não é mérito apenas dos vinhos antigos. A maioria esmagadora dos vinhos no mercado foi produzida para ser consumida em até três ou cinco anos – no máximo. Além disso, existem diversas pessoas que preferem os aromas primários de frutas frescas e a vivacidade do vinho jovem do que os aromas terciários de frutas secas, tabaco, cogumelos, e outros aromas dos vinhos com mais idade. 

Outro factor crucial é saber que armazenar o vinho por um período excessivo pode levá-lo a ‘passar do ponto’. Recomendo procurar saber o tempo de guarda indicado. Escolher a altura certa para abrir a garrafa também pode ser um desafio. Um método eficaz é comprar algumas garrafas do mesmo vinho e abrir cada uma em anos diferentes. Desta forma, descobrirá qual o momento da evolução de vinhos que mais aprecia. 

Quer envelhecer vinho em casa? Guarde os vinhos deitados em um local fresco, de preferência uma cave – com temperatura constante, longe da luz do sol, livre de cheiros e trepidações. 

Quatro vinhos que muito provavelmente irão emocionar (mais ainda) daqui a uns anos

Alvarinho Curtimenta Anselmo Mendes 2021

DOC Vinho Verde
28€

Um vinho branco feito com a energética Alvarinho. Uvas nascidas em vinhas com mais de 14 anos. Produzido com método ancestral de curtimenta, ou seja, o sumo da uva ficou em contacto com as suas peles durante a vinificação, extraindo mais cor, aromas e taninos.

 

Adega Viúva Gomes Branco 2020

DOC Colares
27,50€

Vinho produzido com a casta Malvasia de Colares plantada em solos de areia pré-filoxera. Possui frescura e salinidade devido à proximidade do mar e da Serra de Sintra. O produtor já abriu uma garrafa de 1923 e afirmou que estava um espectáculo.

 

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Gonçalves Faria Vinho Tinto 2013

DOC Bairrada
24,90€

Produzido por António Maia Ferreira Faria, um lendário produtor da Bairrada dos anos 90. Vinho elaborado com vinhas velhas de Baga, casta que, quando bem trabalhada, produz vinhos de guarda excecionais. No futuro, poderão aparecer aromas a ameixa preta seca, café, ervas secas e outros. 

Porto Niepoort Vintage 2017

DOC Porto
199€

Em 2017 Dirk Niepoort afirmou que este foi o “vinho do Porto mais perfeito que já tinha provado”. Em 2021, este Vintage recebeu o prémio para Melhor Vinho Fortificado do Mundo, no concurso Best Wine of the World. Um vinho especial que, se estiver bem armazenado, poderá ser bebido daqui a muuuuitos anos.

Vamos beber um copo?

Os vinhos naturais e biológicos não são uma moda passageira. São diferentes, e o método de produção é, aliás, bem antigo. Começamos por lhe explicar as diferenças entre vinificação natural, biológica e biodinâmica e dizemos-lhe onde pode ir tirar as teimas e provar este tipo de vinhos em Lisboa. Bons brindes.

O conceito surgiu durante a Lei Seca nos Estados Unidos, pouco depois da produção, transporte e comércio de bebidas alcoólicas terem sido proibidas no país, como estipulou a 18.ª emenda da Constituição americana. Os estabelecimentos que vendiam álcool ilegalmente nessa época eram conhecidos como speakeasies, porque era necessário falar (speak) com cuidado (easy). Eventualmente, a lei foi revogada, mas o ambiente encontrado nos speakeasies já tinha ganho adeptos. Em Lisboa, o Red Frog, o bar de cocktails da Rua do Salitre, tem tudo o que um speakeasy precisa, mas há mais sítios na cidade onde o secretismo é a palavra de ordem.

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