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Hotel dos Templários: (palavras) cruzadas à beira da piscina

Cruzadas nas férias, só se for com palavras. A Time Out esteve no hotel de Tomar a enfiar letras entre quadrados brancos e pretos

Escrito por
Ágata Xavier
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Não se trata do templo de Salomão, erguido em Jerusalém pelo rei que lhe deu o nome (e mais tarde destruído pelo polissílabo mais divertido que tivemos de decorar nas aulas de História, Nabucodonosor II), mas os antigos cavaleiros da Ordem de Cristo certamente que o iriam defender. O Hotel dos Templários, mesmo no centro de Tomar, tem quatro estrelas e uma valiosa cruz, a da ordem militar que foi criada para proteger os peregrinos cristãos na sua caminhada até Jerusalém – e que, actualmente em Portugal, é uma ordem honorífica presidida por Marcelo Rebelo de Sousa.

Fechamos os manuais de História e regressamos a Agosto de 2018. Ou talvez não: à entrada do hotel salta à vista o padrão do tapete que forra grande parte do chão, uma espécie de tropicalismo arrojado com tons de laranja e castanho a substituir os dégradés de verde que associamos à selva. Se juntarmos o bar que abre o lounge aos visitantes, parece que estamos num cruzeiro de uma série de culto dos anos 80, quem sabe a dividir vodka martini com um agente secreto. Cruzeiro por haver janelas e vista para uma piscina azul, caso contrário, poderia ser um luxuoso casino. Destaque para uma cúpula redonda pela qual entra a luz, mesmo sobre as mesas e as cadeiras no átrio.

Numa das paredes estende-se uma tapeçaria com um lago bucólico e um beijo entre anjinhos. Por estar escondida, terá de a procurar – e vale a pena seguir a pontinha de curiosidade que surgiu enquanto lia este texto. Ao longo de várias paredes encontra peças do género, imponentes e coloridas, alusivas a episódios religiosos ou do dia a dia de um cavaleiro.

Actualmente, os jovens cruzados poderiam trocar os passeios a cavalo por desportos mais radicais, partidas de ténis ou até aterrar o seu veículo alado no heliporto – quantos hotéis conhece que tenham um? O cromatismo é vibrante, quer neste hall que nos cativou, quer em todo o hotel. Os quartos são azuis, verdes ou amarelo-dourados, com vista para a cidade de Tomar, o castelo, a piscina, o rio ou o court de ténis. Ao todo, são 177, espaçosos e com um menu de almofadas simpático, com quatro tipos de paralelepípedos esponjosos onde deitar a cabeça.

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O Hotel dos Templários tem quatro pacotes de férias a pensar em objectivos de descanso diferentes: um de spa (com duas noites em quarto duplo, uma sessão de hidromassagem e outra de sauna, além do acesso ao health club e às piscinas aquecidas), outro para quem procura descobrir o lado histórico da cidade (com visitas orientadas aos principais monumentos), o de Verão (com três noites e acesso ao health club e às piscinas) e, por fim, o de lua de mel (uma noite com direito a espumante, flores e uma saída tardia).

Quem quiser dar início à sua própria ordem – militar, religiosa ou outra –, pode ocupar uma das 14 salas de reuniões do hotel, todas temáticas e com nomes sonantes como sala Cruzada ou sala do Infante.

Para comer

Não tem de se mover muito para comer bem, Tomar tem uma série de bons restaurantes e pastelarias no centro. A famosa Casa Matreno (Rua Dr. Joaquim Jacinto, 6. 249 315 237) divide o protagonismo com a Casa das Ratas, não só porque ficam uma em frente à outra, mas porque ambas servem burras de porco preto e maranhos, vindos da mesma cozinha. Para comer uma torrada de dois andares, nada melhor do que o Café Paraíso (Rua Serpa Pinto, 127. 249 312 997), com a sua notável longevidade (abriu em 1911). Na entrada está um balcão antigo com exemplares da revista Eva, da Flama ou do Século Ilustrado. Ali perto, no Estrela de Tomar (Rua Serpa Pinto, 12, 249 313 275), come dos melhores doces da cidade, como o estrela de Tomar ou os doces de ovo Beija-me Depressa.

 

Para fazer

Perca-se na Mata Nacional dos Sete Montes (Praça do Infante D. Henrique), um dos jardins mais bonitos de Portugal, com ligação ao castelo e ao Convento de Cristo. O jardim usado pelos templários para o recolhimento é agora um parque de passeio com 39 hectares cheios de ciprestes, carvalhos e oliveiras centenárias.  Espreite a Mosca Albertina (Rua Serpa Pinto, 137 e 139. 915 756 613), loja que abriu em Outubro com produtos tradicionais e petiscos.

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